4- Razão e Emoção

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POV Luiza

Travei! Valentina me olhava esperando alguma reação. Ela tinha que me olhar daquele jeito? Penetrando a sua alma, é difícil manter a compostura. Ela é uma desconhecida pra mim. Então é difícil de lê-la e se tiver tirando uma com a minha cara como sempre fez? Eu estou tentando não ser grossa e não comparar as suas atitudes. Mas a impulsividade acaba comigo.

- Então é isso?

- Isso o quê?- Valentina a olhou confusa.

- É mais uma das suas formas de me irritar?

- Eu estou admitindo que gosto de você. Isso é te irritar?

- Valentina, eu não gosto de joguinhos. Palavras bonitas não vão me convencer.

- Luíza,  eu tô sendo o mais transparente possível e isso é um esforço pra mim.

- Como você poderia? Nós somos incompatíveis .

- Somos mesmo? Desde que começou essa viagem descobrimos tanto em comum.

- Coincidências. Isso não quer dizer que somos almas gêmeas. 

- Ok. Eu não estou querendo forçar algo com você, se é isso que te deixa tão nervosa.

- Eu não estou nervosa. É que você consegue me irritar facilmente.

- Você está sempre na defensiva. Não importa o que eu diga.

- Não consigo apagar os nossos conflitos num estalar de dedos.

- Eu sei, eu sei- Valentina abaixou a cabeça e respirou fundo- Implicar com você na minha cabeça era o nosso lance. O mais próximo que eu poderia ter de você.

- Nosso lance? Como? Você era desagradável, inconveniente.

- Eu perdi totalmente a noção. Fui longe demais e eu sinto muito por tudo que te causei.

- Como é estúpida, meu Deus. A sua sorte é que sou contra violência- Disse um pouco mais relaxada.

- Bom... eu não acharia ruim apanhar de você.

- Valentina!- Deu um tapa no ombro dela- Você não se ajuda.

Valentina ri e Luíza revira os olhos.

- Desculpa, não resisti.

Ela me parecia tão sincera e fazia aquela cara de cachorrinho abandonado que amolecia o meu coração. Encarei aqueles olhos verdes como se a minha vida dependesse disso. Eu não sabia o motivo de não querer quebrar o contato com ela.

- Estúpida. Isso só pode ser um sonho. Não é possível que estamos dividindo esses momentos.

- Se for um sonho, o seu subconsciente está pensando em mim. Não acorde até a parte que a gente se beija.

Luíza dá um tapa no ombro da motoqueira.

- Idiota. Sempre cheia de gracinhas- Deu outro tapa em Valentina- Mas isso deve ser parte do seu sonho. Porque nunca vai rolar.

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