9- A Vida Continua

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POV Valentina

Foi difícil vê-la partir. Pode parecer exagero, mas eu acredito muito que só foi um até logo. Mesmo que não tenhamos entrado em nenhum acordo sobre o futuro. Mas não cabia na situação que nos encontrávamos. Luíza sempre me despertou sentimentos fortíssimos e nesse envolvimento relâmpago só aumentou tudo que eu já sentia por ela. Eu espero que ela tenha conseguido me desassociar daquela Valentina implicante que a atormentava na faculdade. As lágrimas me consomem nesse momento. Cada detalhe que construímos nesses dias me tira um sorriso largo e o mais o sincero brilho no olhar. Mas enfim... quero fazer parte da vida dela até onde ela permitir. Agora tenho muito o que resolver. Trabalho, estudo, procurar um lugar para morar e me resolver com a minha mãe. Isso vai minimizar a saudade que Luíza vai fazer dentro de mim. Só precisava compartilhar esses sentimentos com alguém. Só existiam duas pessoas que eu confidenciava os meus sentimentos mais profundos, o meu irmão Igor e minha melhor amiga Manu. 

Ligação

- Ela foi embora. Tô precisando de colo.

- Oh, Titina. Sinto muito, meu amor. Como você tá?

- Ah Manu. O que você acha? Morrendo de saudades da minha militantezinha. Eu só queria que o tempo parasse e ela nunca tivesse que partir.

- Eu sei que você tinha aquele crush fortíssimo por ela. Mas ainda não consigo acreditar que Valentina Albuquerque conseguiu baixar a guarda de Luíza Campos. 

- É como dizem amor e ódio andam lado a lado.

- Você tá ferrada, amiga. Tá de quatro por ela.

- Eu vou casar com essa mulher. Tenho essa sensação muito forte dentro de mim.

- Opa! Segura essa emoção, garota. Eu sei que  você tá apaixonadinha. Não quero quebrar o seu clima, mas não dá pra chamar o que vocês viveram de relação. Fora que vai assustar a menina.

- Você me conhece. Eu não sou impulsiva. Nem firmamos qualquer tipo de compromisso. Passei por cima das minhas emoções pra não pedir em namoro.

-  Ah sim. Já estava ficando preocupada com o rumo dessa conversa, Titina. Você aparentemente parece ser desapegada, mas te conheço e sei a manteiga derretida que é.

- Se contar para alguém te mato.

- Suas ameaças não me atingem, Valentina. Marrenta por fora e um docinho por dentro.

- Manuela. Não brinca com fogo.

- Ok! Parei. Bom... pelo seu nível Luizer acho que você foi bem forte. Confesso que no seu lugar não sei se faria o mesmo.

- Hum... e a emocionada sou eu?

- Sapatão, amiga. Você sabe como é.

Rimos do comentário

- Chega de falar sobre mim. O que anda rolando com você?

- Amiga! Você vai surtar.

- Conta, conta, conta.

-  Esse mundo é pequeno. Acho que estamos numa sintonia bizarra.

- Ai, Manuela. Desembucha.

Ela me contou que semana passada nossos colegas de faculdade marcaram de se encontrar no bar que costumávamos frequentar depois das aulas, às sextas feiras. Um grupo de 20 alunos compareceu sendo um deles meu irmão que levou minha cunhada Duda e sua amiga Giovana. As duas estudavam administração na mesma faculdade que a gente e se formaram no mesmo período. Manu sempre babou pela Giovana, mas nunca tentou nada. Mesmo que se encontrassem em eventos durante esse período. Não interagiam mais que um oi, bom dia, boa tarde, boa noite e obrigada. Não sei se por influência de Duda e Luíza já que Manu era minha parceira de implicâncias com a militantezinha. Minha culpa, minha grande culpa.

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