Capítulo 6

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💠 Meio-Elfo 💠

   À frente dos portões da cidade uma sequência de crateras de tamanhos diversos cheias como grandes poças d'água tomavam a paisagem desde os portões até bem próximo da trilha descampada que dava passagem ao porto mercante. Enquanto uma das grandes portas se encontrava estilhaçada entre as árvores mais à frente, guardando Arbiter em suas costas o ferreiro sorria alongando seus dedos e braços enquanto caminhava em direção à grande rocha próxima ao muro da cidade onde Jamile repousava já tentando recuperar o fôlego.

(Luiz)
-Está tudo bem?

   Debruçada sob a rocha a pequena apenas levantou o braço pedindo um minuto antes falar.

  Chegando mais perto sentando-se ao lado da grande rocha observando Jamille aconselhou-a:

(Luiz)
-Ha, ha.. Respire fundo pelo nariz e expire pela boca, vai ajudar!

   Olhando ao redor o lugar parecia irreconhecível ao de alguns minutos atrás, olhando as crateras espalhadas pelo chão em seguida dirigindo o olhar para sua filha, com orgulho continuou:

(Luiz)
-Você melhorou bastante, aposto que tem treinado muito

   Virando-se sorridente no topo da rocha chacoalhando a cabeça limpando o rosto e a pequena bolsa ainda sujos de fuligem.

(Jamille)
-Muiito muitoo, todos os dias. Para ficar forte como a mamãe.

   Abrindo os braços de maneira acolhedora ajudando Jamille descer Luiz responde enquanto ajuda-a garota limpar a bochechas.

(Luiz)
-Aposto que ela vai ficar muito feliz.

   Emergindo dos arbustos nas proximidades do embate um Furão branco de pouco mais de 1,20 de altura com olhos rosados em tom escuro e as runas "Terra" e "Floresta" cintilando uma de cada lado em suas costelas. Aproximando-se lentamente com os olhos fixos em Jamille sem um único som, parou em frente à rocha, abaixando a cabeça em reverência.

   Virando-se de imediato olhando suas costas abrindo um grande sorriso ao ver o animal, pulando em seu pescoço acariciando a pelugem da cabeça do furão indaga a pequena:

(Jamille)
-Fuuhi…!!

   Vendo Jamille acariciar o animal como se conversassem, um sorriso se abria no semblante do ferreiro. Em sua mente um rápido flashback da pequena alguns anos antes quando havia acabado de ganhar suas primeiras páginas de grimório junto com seu primeiro boneco. Era nítido o progresso desde então, observando o animal se desfazer em uma espécie de vapor lilás adentrando o livro de Jamille deixando para trás apenas o boneco talhado de forma rústica em madeira roxa o qual era quase irreconhecível o animal que representa se não avisado.

   Vindo até Luiz logo depois de guardar o boneco em sua bolsa transmitiu o recado:

(Jamille)
-Fuuhi disse que seguiu os bandidos até o mar, perto das docas mas não pôde ir muito longe por causa da chuva. Mas nenhum sinal daqueles seus amigos.

   Olhando em volta pensativo coçando o pé do pescoço virando-se para a entrada da cidade enquanto o portão que ainda estava de pé desaba com o soprar do vento.

(Luiz)
-Bom, acho que nos precipitamos um pouco…

   A chuva começava a cair com mais força do lado de fora, era perceptível pelo alto som que fazia ao bater no telhado logo acima de sua cabeça enquanto ao longe escutava as badaladas da grande igreja repetitivamente à cada hora.
  Sentado com os pés apoiados nas grades da cela Skiz dirigia palavra novamente ao guarda em pé no corredor imóvel.

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