Qual o Plano?

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Agora em segurança, todos tiraram alguns segundos em silêncio para dirigir toda informação. Clarisse, Tracy e Joanna contaram tudo que viram e ouviram.
Clarisse podia sentir o desespero passando por cada célula do seu corpo. Seu pai estava morto. E ao menos conseguia se sentir triste, se os planos de Vecna dessem certo, em breve ela estaria com ele em outros planos.

— Cinco portais por Hawkins – Joan murmura mais para si do que para os outros, como se ela ainda estivesse tentando se convencer do que vira. — E esses portais pareciam com o que tem fora do trailer do Eddie.

— E cinco badaladas. Exatamente cinco badaladas como aparecia antes dele entrar na nossa mente. – Clari fala — Ele estava nos contando o plano o tempo todo. Cinco mortes, cinco portais.

— Vai ser o fim do mundo.– Tracy diz com um suspiro e seus olhos estão marejados e vermelhos, ocasionado pelo choro. — Vai ser o fim de Hawkins.

E o pensamento que avançava sobre eles, era de que teriam sua casa destruída. Apesar da velha cidade ser estranha, era o lar deles, onde criaram laços e amizades insuperáveis. Hawkins fora um refúgio para a maioria deles, principalmente para Clarisse.

— Não se ele estiver morto. – Nancy respondeu, a Wheeler estava a um tempo considerável a beira da janela tentando formular um plano. — Precisamos voltar pro mundo invertido.

— Nem a pau. – Eddie se levantou do sofá e andou de um lado pro outro.

— O que? – Nancy deu de ombros esperando uma sugestão melhor.

— Vamos pensar direito. – Steve interveio.

— Pensar em que Steve?

— Mal saímos vivos! 

Clarisse apenas acompanhava como em um jogo de petecas.

— Não estávamos preparados, agora podemos levar armamento suficiente.

— Isso é loucura. – Tracy comentou abraçando as próprias pernas.

— Vamos atravessar o portal, achar o covil dele e matá-lo. – a garota diz confiante e decidida.

Talvez fosse isso que tivesse atraído Jonathan Byers um dia, a confiança da garota em resolver qualquer problema. Instantaneamente Clari se arrependeu de direcionar seus pensamentos em Jonathan. Na visão que Vecna mostrara ela viu Jonathan morrendo, e agora parecia tão estupido aquele orgulho. Ela deveria ter ligado, não importava o que ele dissesse. E agora ela poderia admitir que o medo dela era esse. Dele falar que estava bem sem ela, que tinha encontrado alguém. Por isso não se importou em ligar, e agora ali perdida em pensamentos mal sabia se dizer se algum dia poderia voltar a ligar para Jonathan.

— Ou ele vai nos matar. – Dustin realçou — Ele não tem medo de nós.

— Nós estávamos errado sobre Vecna... Henry... Um... – Robin falou — Como vamos chamá-lo?

— Henry.

— Vecna.

— Um.

Cada um respondeu de uma forma e que se não fosse pelo momento, Clarisse acharia graça.

— Aprendemos algo novo sobre Vecna/Henry/Um. – Robin prossegue na sua ideologia — É um número como a Eleven, só que uma versão diabólica, assassinato de crianças e com pele feia. Mas a questão é que ele é superpoderoso. Nos viraria do avesso estalando os dedos – todos ali balançaram a cabeça concordando — Não é uma luta justa.

— E pra que uma luta justa? – todos os olhares se voltaram para o jovem Henderson, com expressões confusas. Ele é como El, tem razão. E isso nos dá uma vantagem. Nós conhecemos os pontos fracos e os fortes também.

— Pontos fracos? – Joan soltou uma lufada de ar achando graça.

— Quando El faz viagens remotas – ele prosseguiu — Fica meio em que um estado de transe. Aposto que o Vecna também.

— Isso explica ele estar naquele sótão. – Clarisse diz acompanhando a linha de raciocínio de Henderson.

— Exato. Aposto que depois de atacar a próxima vítima, voltará pro sótão.

Enquanto decidiam se iriam voltar pro mundo invertido e como fariam isso, Clarisse notou a presença de um carro parando em frente a sua casa.

Eddie Munson acompanhou o olhar da garota e ficou apreensivo.

— Por Deus, que não seja a polícia.

Agora todos olharam em direção a porta, Clari como anfitriã da casa ou como curiosa se levantou e foi até a porta, mas antes fez um sinal para o metaleiro não ficar tão a vista caso fosse a polícia.
Ao abrir a porta suas sobrancelhas se juntaram em breve expressão de confusão.

— Alguém pediu pizza? — A Sullivan se voltou pra dentro e ganhou olhares mais confusos que o dela.

Então ao se virar de volta, ela sentiu seu coração sair do peito, batendo totalmente descompassado.

— Eu te achei – a voz era de alívio, total alívio.

Clari ficou alguns segundos estática até ir ao encontro de Jonathan Byers em um abraço apertado, que o garoto achou que ia ter as tripas arrancadas.

— Achei que nunca mais iria te ver – a garota admitiu afastando seu rosto pra encarar Byers, que estava com os cabelos todos bagunçados.

— Você achou mesmo que teria sorte de se livrar de mim assim? – Jonathan se permitiu rir, mas no interior dele, teve o mesmo pensamento. Ainda mais quando Eleven contou que Clari estava dentro das próximas vítimas de Vecna.

E falar em El, que descia agora da van com Will e Mike ao seu lado, Joan estava na porta pra recepcionar a irmã e matar as saudades.

— Me desculpa por não ligar, por não... – Jonathan começou a falar apressado mas Clarisse apenas balançou a cabeça negativamente.

— Não vamos falar sobre isso, pelo menos não agora.  O que importa é que você está aqui agora. — Clari diz e fica na ponta dos pés pra dar um beijo em Jonathan.

— Isso estraga nossos planos de alugar uma casa e morar juntos, sabia? – Eddie Munson estava na porta com um sorriso pois sabia que tinha se vingado de quando Clarisse atrapalhou seu momento com Joan.

— A gente ainda pode fazer isso, esquisito. – Clari fez uma careta e Jonathan olhava confuso para os dois. — Esse é o Eddie.

— O Byers fica com a casa do cachorro. – Eddie diz e em seguida entra na casa enquanto Clarisse ri.

Todos entraram na casa e se situaram do que aconteceram nas diferentes localidades, mas com todos ali juntos, o único plano válido, era destruir Vecna.

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