— Bom dia moça. Falou Íris para a atendente do balcão, que a respondeu de modo desanimado. — Vocês tem chá de brilhantina? Perguntou docemente.
— Não mas temos de canela. Falou de forma apática.
— Pode então fazer uma xícara... Falou ficando desanimada com a postura da atendente.
— Vejo que talvez a senhorita não esteja se sentindo muito bem. Exclamou Wari ao se aproximar, de Íris. — Está sentindo algo senhorita? Perguntou com uma falsa preocupação na voz. — É o seu ciclo de lua? Se for o caso tenho um pouco de funcho seco em minha mala. Falou calmamente com a moça.
— Não, obrigada mas o chá de canela serve, agora que paro para reparar, você é o moço que tombou comigo no corredor outro dia. Falou o reconhecendo.
— Sim, mil perdões se quer aquele dia eu me apresentei, sou Wari, falou tirando o seu chápeu pork pie, se curvando, com um certo modo cavalheiresco.
— Não precisa se desculpar também não lhe contei meu nome. E nem iria contar Íris, podia ter um rosto doce, e por mais que se sentisse atraída pelo rapaz, sentia-se desconfiada, e na hora que ele iria exigir uma resposta, a balconista, apareceu com seu chá. — Tenho que ir. Falou pegando a xícara de chá e o deixando sem respostas. Se dirigiu à mesa, onde estavam suas primas.
— Zira, aqui. Falou íris de forma doce, estendendo a xícara em sua direção.
— Mas, eu falei que não precisav... Antes de terminar olhou para os olhos de Íris e estavam acesos com chamas como aquelas que dizem " se você não pegar esse copo por bem, vai pegar por mal". Vendo isso apenas aceitou a xícara e deu um longo gole. — Está tudo pronto para o desembarque?
— Sim, passaremos pela ponte, que dá acesso à Genji em dez minutos, e em vinte estaremos desembarcando, nossas malas já estão a postos, tudo está pronto. Falou Jackson de maneira metódica.
— Que bom então, vamos terminar de tomar café, para desembarcarmos. Falou Natalie calma, comendo o último pedaço de seu bolo de mandioca, e então se levantou e levou seu prato e os de Jackson e Íris até o balcão, a única que ainda estava comendo era Zira, que estava com um semblante abatido, ela tinha uma desconfiança do porque Zira estava assim. Então cutucou Íris.
— Íris, vamos pegar as bagagens da minha cabine. Falou com um tom doce, porém Íris rapidamente leu nas entrelinhas, de seu rosto, que ela queria conversar.
— Claro, vamos. Falou, já seguindo caminho para o corredor, e Natalie foi logo atrás. Ao se encontrarem no corredor Natalie falou:
— Eu acho que o ciclo de lua de Zira, está chegando.
— Eu acho que ainda hoje, ele virá. Falou Íris um pouco preocupada.
— Nesse caso assim que chegarmos ao palácio Brillant, temos que pedir que preparem a câmara de lua, e um banho quente, chá e compressas. Falou Natalie muito séria, entrando na cabine, e descendo as malas dos suportes, e os levando para fora, através da janela da cabine era possível ver Genji, eles estavam passando pela ponte.
— Eu levo essas aqui, você pega as suas e as de Jackson, o carro estará nos esperando na estação.
— Okay já, está tudo organizado, vamos voltar para o vagão de alimentação, mas antes quem era aquele moço? que te parou no balcão? Perguntou Natalie séria.
— Eu esbarrei nele outro dia, aqui no trem, ele hoje me parou e falou seu nome e perguntou o meu, sendo sincera eu não sei se ele só estava querendo puxar papo, ou se é um espião, estou preocupada quanto isso. Respondeu, tão séria quanto Natalie.
— Você o respondeu falou seu nome? E qual o dele? Perguntou.
— Claro que não falei, pode não parecer mas tenho juízo, seu nome é Wari. Respondeu.
— Céus, seria cômico se não fosse trágico, esse rapaz tem o mesmo nome do príncipe herdeiro do reino de Nova Cartago, um dos aliados do Império de Jade. Falou, com um sorriso irônico em seus lábios carnudos.
— Mas você já viu esse príncipe? Afinal seu povo já teve um tratado de paz com Nova Cartago, quando você ainda morava lá, antes deles começarem a apoiar o Império de Jade, e entrarem um uma guerra com a Núbia. Falou Íris de modo interrogativo.
— Sim eu e Wari éramos bons amigos, mas não me lembro muito de sua aparência, só de seus doces olhos, e prefiro lembrar dele assim, do que como um inimigo, afinal brincávamos no pátio de seu palácio com seu camelo de pelagem escura chamado mjumbe, ás vezes me lembro dele, e ao contrário de sua irmã mais velha, ele sempre foi bondoso comigo. Respondeu de um jeito melancólico.
— Até hoje eu não entendo, como raios vocês entraram em guerra. Exclamou Íris.
— Pelo que soube por minha mãe, encontraram um espião no palácio, e esse espião estava com informações de nossas exportações para o Império Dourado, e ele falou que foi a mando de Nova Cartago, pois eles estavam aliados do Império de Jade, e então foi declarada a guerra, o único país do meio de nossa família que não estava envolvido, era o seu, não até a morte de Abu. Falou Natalie triste, a última parte como se si perdesse em pensamentos.
— A morte de Abu, foi o grande estopim, para todos nós, está sendo muito difícil. Falou Íris, de modo cansado.
— Espero que essa maldita guerra acabe logo. Expressou, com certa raiva Natalie. Escutaram o grande barulho dos freios do trem.
— Bom vamos, temos que descer. Falou Íris pegando duas malas de Zira, quando saíram para o corredor, e deram de cara com Jackson entrando na outra cabine.
— Cadê a Zira? Perguntou Íris.
— Está no vagão restaurante, está nos esperando para descer, vão na frente, vou pegar as malas, e já vou. Falou Jackson, adentrando na cabine, e fechando a porta. As meninas seguiram até o vagão restaurante, o trem havia acabado de parar na plataforma. Foram diretamente a mesa onde Zira estava sentada, com um ar pálido.
— Vamos descer? Perguntou Natalie.
— Vamos, eu estava esperando por vocês. Falou se levantando de sua cadeira, e pedindo que Íris lhe entregasse suas malas, Íris então entregou.
— Íris ajude Jackson, eu e Natalie esperaremos vocês na plataforma. Disse Zira, andando em direção ao outro vagão.
— Tá bom. Falou Íris em um sussurro, e seguiu o caminho de volta para o vagão das cabines, mal chegou lá e viu Jackson parecendo um burro de carga.
— Precisa de ajuda? Perguntou.
— Com toda certeza. Respondeu ele em um sorriso, eles riam no corredor, enquanto Jackson passava uma das malas que ele equilibrava em seu ombro para Íris. Porém eles não haviam notado que ao fundo do corredor estavam sendo observados com inveja.
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A Construção De Um Império
RomansaUm universo paralelo, o qual a colonização não foi concretizada totalmente, e os povos nativos da terra, tomam posse de seu poder, e a paz é estabelecida até que o grande império se divide em reinos irmãos, porém eles se viram um contra o outro. Tre...