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Alec

Assim que saio do banheiro, vejo a porta da Valerie entreaberta, ela estava sentada na cama, encostada na cabeceira, tinha um negócio grudado nos seios dela fazendo que o leite saisse e fosse para o recipiente.

Não observei muito e logo entrei no quarto, mas ao perceber o olhar da Valerie em mim, fiquei encarando ela atentamente. A garota encolheu os ombros envergonhada.

-Posso virar de costas até terminar, se quiser. -falo me sentando ao lado dela.

Valerie é uma garota muito linda e simpática, tirando a parte que ela ficou bem calada no início. Ouço Valerie tentar falar algo, mas a voz dela não saia.

Até que ela diz: -Tudo bem, Alec. É só que é estranho... Te conheci hoje.

A voz dela estava embargada. Que estranho. Me ajeito na cama e da altura que estava, dava pra ver seu seio sendo sugado por aquela geringonça, minha afilhada tem sorte de mamar em peitos tão lindos. O que foi? Eu amo peitos! Não tive mãe na minha vida, nunca fui amamentado. Freud explica, só ler.

Assim que paro os meus pensamentos, vejo o olhar da garota me encarando, deu pra perceber meu olhar nos seios dela. Que mico!

-Eu juro que não vou olhar mais pros seus peitos. Desculpa.

-Você é um tarado ou o quê?

-Não sou, Valerie. Eu só... Fico curioso, parecem tão lindos. Não é com maldade.

A boca da garota se abre em O, me fazendo ficar mais envergonhado ainda. Puta merda Alec Karev. Que ridículo, vai estragar uma amizade que poderia ser foda.
Vejo a garota morena rir, não entendendo nada arqueio uma sobrancelha.

-Relaxa, cara. Eu tava só brincando.

Sorrio nervoso, pegando meu celular e fuçando as fotos que tiramos hoje, eu estava muito maluco para conhecer a Aurora. Faziam meses que estava em automar, quando descobri que minha princesa nasceu, queria muito pegar ela no colo e tals. Foram quase dois anos em um navio viajando o mundo inteiro. Não voltei, pois não tenho família aqui. Só o Leo e o Chris, mas eles entenderam que tudo que eu fiz foi para dar o melhor para mim e para quem está comigo.

Vejo o instagram da Valerie, que agora tenho acesso. A mina tem muita foto mostrando o corpo e puta que pariu! Que mulher gostosa do caralho.

Pelo que eu sei, Valerie trabalha que nem uma condenada para ajudar Mariah na casa, Leo diz que ela e Mariah fizeram tudo sozinhas nessa casa. Até sobre a criação da Aurora é compartilhado.

Valerie tem um bagulho de rotina com a pequena, que Mariah fez com a amiga para uma vida melhor para a filha.

A rotina da Aurora já está no meu whatsapp, ou seja, já tenho horários e essas coisas. E o mais engraçado é que a menininha atende a esses horários. É uma fofura. Achei uma foto que tirei com a pequena sorrindo para a câmera, resolvi postar com a legenda "Te amo, titio.". Logo começaram notificações de pessoas curtindo e comentando.

-Olha como ela ficou linda nessa foto

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-Olha como ela ficou linda nessa foto. -mostro a foto para Valerie que estava tirando aquela coisa que estava nos peitos dela, os potes estavam cheios de leite agora.

-Ela sempre tá linda, Alec.

-Mas nem sempre tem um tio gato do lado dela. -falo fazendo bico e dou risada.

Valerie ri junto, ajeitando a camisa.

-Quer ajuda? -pergunto vendo a mesma atrapalhada com 4 potes de leite. Frascos, sei lá.

-Pode ser, obrigada.

Levanto pegando dois potinhos da mão dela, indo até a porta e abrindo, logo ela vem atrás de mim, abre a porta do congelador e coloca os dois potes na mesma, depois pega os que estavam em minhas mãos colocando no congelador também.

-Parece que tirou um peso dos meus peitos, juro. -diz colocando a mão no coração.

-Se quiser posso ajudar.

Digo brincando, mas Valerie levou a sério e me deu um tapa no braço. Ela segue em direção ao seu quarto, deitando na cama, fui atrás dela, o sono já estava chegando. Apaguei a luz, fechei a porta e com ajuda do meu celular cheguei até a cama, me deitei do seu lado (um pouco afastado).

Estava tudo um completo silêncio. Fechei os olhos e mordi meu lábio inferior.

-Boa noite. -digo rápido e não obtenho resposta.

Escuto a respiração pesada da garota ao meu lado, o sono desapareceu de mim, pego meu celular vendo as notificações.

Leonardo, Christopher, Pamela, Daiana, Virginia. E o grupo "Marinheiros ao resgate". Esse nome vem de um dia que estávamos em NY e paramos para beber, um marujo ficou todo cachaçado e tivemos que cuidar dele, foi um vexame. Ainda bem que não bebemos fardados, seria uma vergonha total.

Escuto um pigarro fraco, notando que Valerie ainda se encontrava acordada, dei um sorriso de canto me apoiando em meus cotovelos, encarei a mesma pela pouca luz que meu celular emanava, Valerie se virou no mesmo instante e me viu encarando ela. Tendo um susto. Dou risada e ela revira os olhos.

-Você tá tirando meu sono, ridículo. - diz bufando.

-Ah, mas tu me chamou pra dormir aqui cara, eu ia dormir no sofá. 

-Jamais deixaria alguém dormir no sofá tendo espaço na minha cama, tonto. - ela senta na cama.

Valerie encarava atentamente os dedos das mãos, mordendo o canto da bochecha, respiração pesada. O pensamento estava distante. Parecia perdida.

-O que foi, Valerie? - pergunto preocupado.

Ela me da um mero sorriso de canto, apoia a mão na coxa esquerda enxugando o suor provavelmente. Essa garota é uma icógnita e eu sou muito curioso. Não passei na marinha por querer, foi uma mera pergunta que me fizeram no meio da roda de amigos. Duvidaram que eu serviria a pátria, e não é que eu servi? Passei aos 19, ao todo são 4 anos servindo e não me arrependo. Minha vida não foi fácil, meus pais nunca ligaram para mim, meu pai e minha mãe literalmente me abandonaram. Minha avó foi minha rainha, minha salvação. 

Ouvir de Dona Aparecida que ela tinha orgulho de mim e de quem eu tinha me tornado após a minha primeira formação foi o meu sustento nos dias que pensei em desistir. Nunca fui um cara  fraco, nunca fui de qualquer coisinha me desanimar, mas confesso que não poder me despedir da minha avó com vida foi o que mais me pegou, ainda me lembro quando recebi a ligação da nossa vizinha dizendo o que tinha ocorrido. O pior foi ir ao enterro e ver meus genitores lá. Minha mãe com toda aquela magnitude, beleza inigualável e meu pai de terno. Os dois sempre tiveram dinheiro, mas nunca me deram um real. 

Assumo que não fui o melhor neto para minha avó, eu não tinha as maiores notas, só pensava em jogar bola na rua com os moleques. Foi aí que conheci o Leo e depois o Chris, a gente criou uma amizade foda desde menor.

Quando soube que o Leo tinha a Mariah na vida dele, incentivei ele a continuar com ela, o moleque estava muito feliz. E aí veio a Aurora, uma pirralha de luz, sinceramente me senti muito acolhido aqui. Finalmente em casa e que saudade que eu tava de casa. Cheguei de viagem na madrugada e logo após deixar as coisas no meu apartamento, vim direto para cá. Estava maluco para conhecer a pequena.

-Você... Quer provar o leite?

Suas palavras me tiraram o fôlego, logo ao recuperar a encaro surpreso. Pensei que ela não me ofereceria.

-Olha, sim. Quer dizer, eu quero.

E aiiiiii, o que acharam??
Votem e comentem, por favor!!

Valerie.Onde histórias criam vida. Descubra agora