Ever After High: O Florescer do Destino

*•.¸♡ ℂ𝕒𝕡í𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟝: ℙ𝕒𝕝𝕙𝕒ç𝕠𝕤 𝕘𝕠𝕤𝕥𝕒𝕞 𝕕𝕖 𝕓𝕣𝕚𝕟𝕔𝕒𝕣 ♡¸.•*

Mais um sinal sonoro tocava exatamente às 10 horas e 45 minutos da manhã em Ever After High.

Os alunos convergiam pelos corredores e escadas até o saguão principal para guardarem ou pegarem os materiais em seus respectivos armários de alumínio. Raven saía da aula ao lado de Ginger Breadhouse, ambas se sentiam mais próximas graças as aulas de Vilania Doméstica Especializada. Nada era melhor do que uma amiga futura vilã não-maléfica para compartilhar sentimentos de contra-destino. O armário de Ginger era próximo à saída do castelo, e mesmo que o armário de Raven fosse distante, ela fazia questão de fazer companhia à outra antes de ir guardar seus pertences.

A Breadhouse deu um suspiro pesado quando abriu sua porta metálica.

— Eu não sei como fazer esse trabalho do professor Lobo Mau... — lamentou ela enfileirando seus cadernos.

— Eu muito menos. — Raven apoiou as costas no armário ao lado.

— E é melhor pensarmos em alguma coisa logo, porque ele não vai aliviar para nós duas.

— O que acha de eu procurar esse trabalho nas coisas da minha mãe? Tenho certeza que ela fez direitinho quando estudava aqui.

— Isso não seria... mau?

— Não é isso o que querem da gente? — ela deu de ombros. — Ele vai ficar mais orgulhoso se a gente colar de outra pessoa.

— Hum, você tem razão. — Ginger fechou seu armário e endireitou a armação grossa e rosa-choque dos óculos sobre o nariz. — Vamos logo guardar suas coisas porque a Baba Yaga nos espera.

Raven descolou as costas dos armários, mas algo a impediu de se virar para a saída da escola. Uma figura de capuz trajando uma capa negra que cobria até as pontas de seus pés surgiu entre as imensas portas do castelo com a luz do sol batendo na nuca. Parecia estar parada ali há um tempo, sem ser reparada por ninguém.

Vendo que a Queen não a acompanhava, Ginger se virou e olhou com curiosidade para a mesma figura. Ela se colocou ao lado de Raven e sussurrou em seu ouvido:

— Quem é?

— Eu... não sei...

De dentro da capa, brotaram duas mãos pálidas que se ergueram até o tecido do capuz, abaixando-o. Era uma moça. Com cabelos loiros batendo nos ombros, uma franja protuberante caindo sobre o lado direito de seu rosto e uma maquiagem leve.

— Ooooohhh!!! Me ajudem!! Por favor!! — pediu a garota indo de joelhos ao chão com lágrimas borrando a tinta preta ao redor dos olhos.

As palavras lamentosas e os soluços embargados ecoaram pelo saguão, chamando a atenção de todos o alunos presentes. Um grupo se aproximou da moça com um ar de preocupação, eles se entre olhavam e olhavam para ela mais perdidos que a Chapeuzinho Vermelho no bosque.

— Do que você precisa?! — questionou uma estudante.

— Preciso falar com o diretor Grimm!! Oh, por favor!! — chorando, ela pousou as mãos no peito como se tivessem cravado uma flecha ali.

Raven franziu o cenho. Aquele rosto, aquela voz...

Já havia visto em algum lugar.

E como o cérebro é mais ágil com momentos ruins, não custou muito para Raven se lembrar.

— Courtly... Jester...?

— Você conhece ela? — perguntou a Breadhouse.

A Queen olhou para a amiga, assustando-se consigo mesma pelo pensamento em voz alta.

— Eu..., sim, conheço sim... — respondeu.

Mais alunos se aproximavam da garota misteriosa, e as palavras que saíam de sua boca entre as lágrimas chamavam apenas o diretor Grimm. 

Por cima do ombro de Ginger, Raven viu Apple e Madeline chegando mais perto a passos apressados.

— O que houve? — Madeline ficou na ponta dos pés para tentar ver a moça por cima das cabeças dos estudantes.

— Meninas, eu acho que é a Courtly. — respondeu Raven em um tom baixo.

— Como é?!! — a chapeleira arregalou os olhos. — Mas, mas, mas... 

— A Lizzie sabe disso? — questionou a White.

— Essa é uma boa pergunta. 

— Eu sei onde ela está!! Vou trazer ela aqui!! — a Hatter correu em disparada para longe das amigas, sumindo no quarto corredor à direita.