"O que falar?"

Descobertas

Os dias se transformavam em semanas, e as semanas em um turbilhão de mensagens, ligações e conversas intermináveis. Jack e Lena se conheciam melhor a cada dia, como se estivessem desvendando um mapa do coração um do outro. Compartilhavam suas paixões, seus medos, suas músicas favoritas, seus sonhos e seus desabafos. Era como se estivessem construindo um castelo de areia na praia, cada grão representando um momento compartilhado, uma risada, um segredo revelado.

Jack se sentia grato por ter encontrado em Lena uma alma gêmea, alguém com quem podia ser ele mesmo, sem máscaras ou filtros. Ela o escutava com atenção, sem julgamentos, e ele, em troca, a acolhia com o mesmo carinho. A amizade deles se tornava cada vez mais sólida, como uma árvore que se agarra à terra com raízes profundas.

Um dia, em meio a uma conversa sobre livros e filmes, Jack sentiu um frio na barriga. Era como se um pequeno tremor tivesse sacudido seu mundo. Ele decidiu arriscar, perguntar sobre a vida amorosa de Lena. A resposta, embora esperada, o atingiu como um soco no estômago. Ela tinha um namorado.

O ar ficou denso, como se uma névoa tivesse se instalado entre eles. Jack sentiu um aperto no peito, um sentimento estranho e desconhecido. Mas ele o ignorou, empurrando para o fundo da mente. Não queria estragar a amizade que tanto prezava. Afinal, eles se conheciam há pouco tempo, e não havia motivo para que algo mais que amizade tivesse se desenvolvido.

Lena, por sua vez, percebeu o desconforto de Jack, mas não o interpretou como algo além de uma leve inquietação. Ela confiava nele, e ele, em troca, confiava nela. A amizade deles continuou a florescer, como uma flor que se abre em direção ao sol.

Jack se contentava com a amizade que havia construído. Era uma amizade verdadeira, autêntica, e ele não queria arriscar perdê-la. Ele estava ansioso para ver como esse laço se fortalecería com o tempo, como uma árvore que se ergue cada vez mais alta, alcançando o céu.