Distância

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A conversa diária, antes tão natural e fluida, começou a se tornar um campo minado. As palavras, antes carregadas de afeto e compreensão, agora pareciam estilhaços de vidro, cortando a atmosfera que antes os envolvia.  Jack, com seu coração à mostra, se entregava aos sentimentos, enquanto Lena, com sua muralha de proteção, se fechava cada vez mais.

Era como se dois mundos colidissem, cada um com suas próprias leis e costumes. Eles tentavam se entender, mas as perspectivas divergiam como rios que correm para direções opostas. A discussão se intensificou, as palavras se tornaram armas, e o castelo de areia que tanto cuidado construíram começou a ruir.

Jack, ferido e desolado, não conseguia compreender a frieza de Lena. Ela, por sua vez, se sentia frustrada com a fragilidade de Jack, que parecia não entender suas necessidades.  O silêncio se instalou, pesado e opressivo, como uma névoa que obscurece o horizonte.

O bloqueio nas redes sociais de Lena foi a gota d'água. Jack se viu sozinho, perdido em um mar de dúvidas e arrependimentos. A ausência de Lena era um buraco negro em seu dia a dia, sugando a alegria e a esperança que antes o preenchiam.

Ele se culpava por não ter sido mais transparente, por não ter compartilhado seus medos e inseguranças com Lena. Havia traumas do passado que o impediam de se abrir completamente, e ele se perguntava se a vulnerabilidade poderia ter evitado a tragédia.

Lena, do outro lado da barreira, também sentia a dor da distância. Ela se arrependia de sua impaciência, de sua falta de sensibilidade. As palavras duras que havia dito ecoavam em sua mente, como um fantasma que a assombrava.

Ambos se perguntavam se havia espaço para a reconciliação, se o castelo de areia poderia ser reconstruído. Mas o medo, a insegurança e a dor ainda pairavam no ar, como nuvens escuras que ameaçavam a esperança de um futuro juntos.

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