Capítulo 17: Osso

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  Ao ouvir aquilo a soltei usando o resto das minhas forças para conter minha voz ao perguntar entre os dentes: -- Eva.

  -- Eu não faço milagres, me der um minuto -- disse em resposta no mesmo tom.

  -- Não tenho um minuto -- digo já não conseguindo mais me controlar ao ouvir o coração de Lena começar a diminuir os batimentos.

  Ficando totalmente desesperada volto a abrir caminho entre a multidão desviando dos seguranças que tentaram me impedi sabendo que caso me segurassem não pensaria duas vezes antes de joga-los para longe com ou sem permissão, conseguindo entrar me encaminho até as escadas ciente que o elevador era muito perigoso subindo de dois em dois degraus ignorando a fumaça que obstruía minha visão me guiando por meus ouvidos finalmente chegando em frente ao que seria o laboratório de Lena rapidamente tirando os primeiro escombros que não eram muito pesados não precisando usar os meus poderes.

  -- Eva -- exijo sentindo o meu medo crescer ao pensar que talvez tivesse acontecido um vazamento químico.

  -- Conseguir!! -- comemora Eva quase gritando em empolgação.

  Não espero ouvir mais nada e já começando a remover dos escombros tomando cuidado pois não sabia como estava a estrutura do lugar usando a minha visão de raio x conferindo se tinha mais alguma coisa obstruindo a passagem abrindo rapidamente ao ver que não.

  -- Lena -- chamo sem conseguir disfarçar o desespero em minha voz.

  -- Kara? -- A escuto questionar confusa por minha presença ali se levantando de trás de uma maquina que não saberia dizer sua função me limitando a agradecer por não ter explodido, não descartando a chance de ainda acontecer.

  -- Vem precisamos sair daqui -- digo indo até ela a fazendo me usar como apoio com um dos seus braços sobre os meus ombros a vendo tossir um pouco devido a fumaça que deve ter inalado, com seus olhos lacrimejando pelo mesmo motivo notando também um pouco de sangue escorrendo por seu rosto.

  Kal você me paga.

  -- Como você...? -- começa Lena entre suas tosses enquanto saíamos da sala.

  -- Explico quando saímos do prédio -- respondo rapidamente, a guiando para as escadas.

  Quando de repente a faço se abaixar um pouco antes de meu primo atravessar a parede ao nosso lado sendo socado por um brutamonte que lembro te visto em algum noticiário, mas não liguei o suficiente para recordar seu nome e sendo sincera, não iria agora.

  E por mais que estivesse gostando a achasse que meu primo merecesse cada soco que levava, eu tinha Lena ao meu lado e duvidava muito que o prédio aguentasse a briga daqueles dois imbecis, por tanto decidir por um fim a aquela infantilidade, movida grandemente por testosterona.

  -- Não saía dai -- digo a soltando antes de me afastar não lhe dando a chance de dizer qualquer coisa.

  Antes que qualquer um dos dois pudesse notar minha presença seguro o autointitulado vilão o arremessando para longe, longe o suficiente para que eu julgasse ser capaz de ter uma rápida conversa com o autointitulado herói abaixo de mim que ainda se encontrava atordoado tanto pelos socos quanto por minha ação repentina, quase não consigo conter a careta de desgosto que queria fazer.

  Sem qualquer paciente o ergo pela gola de seu uniforme sentindo o tremor de meu corpo devido a raiva que tentava conter, pois estava muito próxima de meu limite, mas minha prioridade era outra e nem mesmo tinha tempo para extravasar nem metade do que queria fazer.

  -- Eu sei que você é um imbecil, mas até mesmo a essas aulas você faltou? -- questiono entre os dentes deixando seu rosto a centímetros do meu -- qual parte de manter a luta longe de zonas populacionais você não entendeu?

  -- Eu não... -- O puxo para mais perto ainda o fazendo se calar assim que nossos narizes se tocam enquanto eu sentia meus olhos começarem a arder, muito provavelmente estavam vermelhos deixando claro que seu silencio era devido mais ao seu medo por minha visão de calor do que pela proximidade em si.

  -- Tem a droga de um oceano a menos de 15 minutos de voo daqui leva ele pra lá -- digo apontando em direção ao porto o soltando com ele ainda em choque me irritando ainda mais -- agora Kal!

  Como se tivesse sido tirado de um transe meu primo rapidamente sair voando para onde apontava.

  -- Imbecil -- esbravejo passando a mão pelo cabelo irritada me voltando para Lena que estava com os olhos arregalados meio ofegante parecendo querer me questionar, afinal eu acabei de arremessar um homem quase três vezes o meu tamanho muito facilmente, além de ter dado um baita sermão no herói da cidade, porém rapidamente a paro -- vamos.

  Torcendo internamente para que meus olhos tivessem voltado ao azul normal a fazendo me usar como apoio mais uma vez.

  Droga Kal não era assim que eu queria contar.

  Demorara um pouco para chegamos ao saguão já podendo enxergar a saída, graça ao bom Rao essa desgraça ia acabar.

  -- Só pode ser brincadeira -- resmungo ouvindo um traque em cima de mim.

  Sem muita paciência, mas me recusando a soar grossa com Lena me viro para ela perguntando num tom de brincadeira, mesmo não me sentindo nem um pouco brincalhona.

  -- O quanto você gosta desse prédio?

  -- O quê? -- questiona parecendo confusa, eu também estaria se estivesse no lugar dela.

  -- Suponho que muito, então... -- digo respirando fundo a soltando -- vá em direção a saída enquanto eu seguro o prédio.

  -- Pera aí Kara -- disse Lena me segurando quando comecei a me afastar.

  -- Preocupa não eu já volto -- digo tentando tranquiliza-la acrescentando em voz baixa -- com um braço quebrado, talvez a coluna, mas volto.

  Sem lhe dar a chance de me impedi novamente ou processar a última parte do que falei me afastei indo até onde supus pelo som que havia uma instabilidade usando toda a força que tinha e não tinha para tentar impedir que colapsasse.

  -- Quando eu disse que quebraria um braço era brinquis, será que ninguém entende piada aqui não? -- questiono sentindo o suor escorrer pelo meu rosto ouvindo novamente um traque -- por favor que seja o osso do meu braço, é mais fácil lidar com ele quebrado do que um prédio desabando.

  -- Kara -- escuto Eva me chamar.

  -- Péssima hora -- digo entre resmungos doloridos e sofridos.

  -- Suponho que sim.

  -- Supõe?

  -- Eu vim com boas noticias -- disse Eva num tom calmo me deixando irritada.

  -- Então conta desgraça.

  -- A equipe de suporte da chegando -- conta ela cantarolando.

  - Não tão aqui ainda, por quê? -- questiono ouvindo mais um traque, por favor meu osso, por favor meu osso, é só isso que tô pedindo.

  -- Controle de dano e multidão.

  Apesar de todas as pragas e xingamentos que passavam por minha cabeça me mantive calada trincando os dentes, os segundos que passaram naquela espera pareciam minutos e os minutos pareciam horas até que finalmente eles chegaram rapidamente tomando o controle da situação, apesar da minha grande vontade de simplesmente me jogar no chão e me deitar enquanto começava a sentir meus músculos doloridos devido a perda de adrenalina me arrasto para fora do lugar ouvindo alguns me chamarem por conta do relatório que deveria passar por ter sido a primeira pessoa a chegar.

  -- Depois -- grito andando em passos duros para fora, afinal havia um batimento cardíaco me chamando para fora.

  Assim que pus o pé para fora enxerguei aquela cabeleira negra em meio a multidão rapidamente indo até lá lhe deferindo um soco sem pensar.

  -- Seu imbecil desgraçado, será que você nunca vai crescer?

Continua...

Complicações de não ser normal - supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora