Capítulo 33: Eu fui, sou e sempre serei

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  Fiquei sem ar, já estava acostumada em ver a Lena maravilhosa, a mulher era uma obra prima, mas agora... não tinha palavras para descrever de forma merecedora e nem tentaria.

  — Usou o casaquinho que eu pedi — digo, depois de limpar a garganta.

  — E você não está usando um — observa Lena parando em minha frente.

  — Eu não sinto frio facilmente — respondi dando de ombros, colocando os meus braços atrás das costas — ou calor, faz parte dos poderes.

  Ao fim da minha frase um pequeno silencio se forma entre nós, ambas nervosas demais para falar alguma coisa.

  — Bom... vai me dizer agora o lugar que vai me levar? — pergunta, por fim quebrando o silencio.

  — Não, mas não vou te vendar se isso lhe preocupa — respondi, aceitando de bom grado.

  — Então, como isso vai acontecer Kara? — questiona Lena com um sorrisinho — até onde eu sei você não tem carro.

  — Aí que entra a minha falta de vergonha na cara — digo me balançando um pouco de um lado pro outro — me empresta o teu carro?

  — É sério isso? — pergunta erguendo a sobrancelha desacreditada.

  — Pois é — confirmo, balançando a cabeça, envergonhada enquanto dava de ombros — sei que eu poderia ter alugado um, mas a gente se conhece a mais de 10 anos, tenho mesmo que te impressionar? Ah, e agora que tenho as minhas palavras de volta, você tá linda Lena.

  Com aquelas frases consegui o que queria, deixar o clima mais leve para nós duas.

  — Só me desculpa por não ser capaz de usar adjetivos melhores no momento — digo, sendo sincera — temo que não exista palavras em qualquer idioma no mundo ou em qualquer outro que possa lhe descrever perfeitamente.

  — Você não disse que não precisava me impressionar? — questiona timidamente, me entregando a chave de seu carro enquanto andávamos em sua direção.

  —E não estou tentando — digo lhe abrindo a porta, segurando brevemente em sua mão — só estou sendo o que sempre fui, sincera.

  Dava para ver sua incredulidade em seu olhar, junto a um leve julgamento, mostrado em sua sobrancelha erguida, cruzando os seus braços ao se virar levemente em minha direção.

  — Omitir não é o mesmo que mentir — digo rapidamente, dando partida no carro, seguindo sem muita pressa em direção ao nosso destino.

  — Não vai mesmo me contar aonde vamos? — questiona Lena, depois de alguns minutos, com seu rosto totalmente virado em minha direção.

  — Não — respondo fazendo graça com o meu tom de voz, negando levemente com a cabeça.

  — Só uma dica, por favor — insisti um pouco mais — você me deve pelo menos isso.

  — Tudo bem... é perto da minha casa — digo, após um breve suspiro, virando uma esquina — na verdade é um dos motivos que me levou a comprá-lo, eu sou simplesmente apaixonada naquele lugar.

  — E esse tal lugar está aberto a essa hora? — questiona Lena, não abandonando totalmente o seu ar desconfiado, afinal estávamos perto do horário de almoço e alguns lugares fechavam nesse horário.

  — Mais ou menos — digo dando de ombros, já conseguindo avistar o lugar, causando um leve sorriso no meu rosto, que não me dou ao trabalho em disfarçar, sentindo a minha ansiedade aumentar gradativamente, proporcional o distancia que percorria.

Complicações de não ser normal - supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora