Capítulo 13: Autorização

278 41 1
                                    

  -- Adivinha quem trouxe o almoço pra melhor CEO do mundo? -- pergunto entrando na sala de Lena -- ou melhor, reformulando a frase, adivinha quem vai te levar pra almoçar.

  Encontro minha amiga sentada em sua mesa totalmente concentrada na tela do seu computador vestida com um de seus terninhos num tom azul com os cabelos presos num coque, usando seus óculos de leitura. Quase sempre me sentia uma criança perto dessas suas roupas, mas hoje eu me sentia uma mendiga.

  -- Eu adoraria, mas hoje estou ocupada Kara -- se desculpa inclinando-se para trás tirando os óculos cochando os olhos cansada.

  -- Exatamente por isso que vim te tirar daqui -- digo indo para o seu lado colocando as mãos em seu ombro -- e não está ocupada nada fiz questão de pedir para a Jess deixar sua agenda livre.

  -- Dês de quando você tem tanta intimidade com a minha assistente? -- questiona Lena num tom desconfiado, mas não me olhando pois estava aproveitando a massagem que começara a fazer.

  -- Faz quanto tempo ela foi contratada? -- questiono sorrindo marota parando o que fazia lhe dando leves tapinhas no ombro -- agora levanta se não vamos nos atrasar.

  -- Posso pelo menos terminar de ler esse relatório? -- pergunta ela colocando os óculos de volta ficando em sua posição anterior fugindo do alcance das minhas mãos.

  -- Se incomoda se eu ficar no meu joguinho? -- pergunto de volta vendo o seu projeto por cima.

  Olha só o que temos aqui, parece que ela finalmente descobriu esse tipo de energia, mas estão errando um pouco na matemática para o estabilizador isso vai dar ruim se eles forem usar esse cálculo para o primeiro teste. Porém levando em conta o pouco tempo que essa energia entrou em contato com essa dimensão eles até que estão indo bem, com certeza é por causa da Lena.

  -- Nem um pouco só não deixe o som ligado -- disse voltando a se concentrar totalmente enquanto me sentava no sofá mexendo no celular.

  Não demorou muito para Lena terminar se levantando guardando os óculos pegando sua bolsa. -- Vai dizer pra onde está me levando? -- pergunta ela sorrindo curiosa enquanto atravessávamos a porta.

  -- Só vou dizer que dar para ir a pé -- respondo sorrindo brincalhona lhe oferecendo o meu braço hábito esse que adquirir durante a faculdade -- e tem aquelas comidas verdes saudáveis que você gosta.

  Admito eu fiz careta, não tenho culpa do meu paladar ser mais infantil.

  -- Sabe que elas não são venenosas, não é? -- questiona Lena não conseguindo segurar o riso -- sem contar que tem um ótimo gosto.

  -- Concordamos em discordar -- digo mantendo a careta.

  Não me entendam mal não é como se eu não comesse comidas saudáveis, principalmente durante as reuniões de família que basicamente é uma desculpa para comer churrasco e temos alternativas veganas e até que tem gosto bom principalmente o molho é uma pena que só aconteça uma vez por ano.

  -- Eu ainda vou fazer você comer -- disse Lena tocando com o dedo o meu rosto saindo do elevador se deixando ser guiada para fora.

  -- Vou levar isso como um desafio -- digo sorrindo adorando cada segundo dessa interação entre a gente sabendo que ela não agia assim com todo mundo -- e você sabe que eu sou uma má perdedora.

  -- E eu sou pior que você -- disse ela com o mesmo sorriso me fazendo inclinar em sua direção deixando nossas cabeças se tocarem.

  -- Estou ansiosa pra ver você tentar, porém não sei o que vou ganhar com isso -- digo me afastando um pouco por ver que estávamos chegando ao destino.

  -- Quando eu conseguir eu conto -- disse Lena sorrindo marota -- e todo esse mistério por um food truck?

  -- Não é só um Food Truck é o Food Truck -- digo tentando passar toda a minha empolgação para ela a guiando para uma das mesas ali.

  -- Você disse que teria comidas saudáveis -- disse se sentando na cadeira que eu havia puxado.

  -- E tem, aqui só serve comida caseira -- justifico chamando a dona com a mão me mantendo em pé ao lado de Lena.

  -- Kara você veio -- disse uma mulher morena com os cabelos amarrados num rabo de cavalo, vestindo uma roupa simples tento apenas o avental verde com a logo marca do negocio como destaque enquanto se aproximava de braços abertos me dando um abraço.

  -- Eu não perderia por nada a abertura do seu negocio Luísa -- digo a abraçando de volta tomando cuidado para não exagerar na força devido a minha empolgação.

  -- Acho melhor você me apresentar a sua amiga antes que ela comece a soltar facas pelos olhos -- disse Luísa sorrindo me dando leves tapinhas no meu ombro quando enceramos o abraço.

  -- Ah, é mesmo -- digo me tocando só agora de quão estranho isso deveria parecer para Lena.

  Eu podia ter me tornado mais aberta com as pessoas ao meu redor, mas isso só se aplicava aos meus amigos porque ainda era um limão azedo com os outros, eu disse que tinha uma fobia social ou sou só antissocial mesmo, para mim dava no mesmo.

  -- Lena essa é a minha prima Luísa -- digo a dando um meio abraço sorrindo -- o sonho dela é abrir um restaurante e esse é o primeiro passo para esse sonho se realizar, então vim dar uma forcinha e de brinde ganhar um desconto, tem desconto pra família, né?

  -- Não, não tem Karinha você vai pagar a inteira e a gorjeta -- disse Luísa de forma firme me fazendo sentar entregando o cardápio -- agora eu tenho que ir vou ajudar na cozinha.

  -- Só vou deixar passar porque estou com muita saudade dessa comida -- digo me forcando totalmente no cardápio -- eu só ainda não sei qual eu estou mais.

  -- Por que não me contou que tinha uma prima na cidade? -- questiona Lena parecendo chateada enquanto também olhava o cardápio.

  -- Porque eu não sabia até semana passada quando ela me ligou avisando e pedindo ajuda pra mudança já que eu era a única pessoa da família na cidade.

  A única com super força disposta a ser o burro de carga só para esclarecer, ah, a Luísa não tem poderes porém tem uma grande afinidade magica que faz questão de ignorar.

  -- Sem contar um primo imbecil meu, mas ele não conta -- digo de forma séria reprimindo a vontade de revirar os olhos.

  -- Vai me apresentar ele? -- pergunta Lena curiosa.

  -- Não me ouviu dizer a parte do imbecil? -- pergunto olhando por cima do cardápio -- se for para lhe apresentar alguém prefiro que seja uma pessoa mais... não consigo pensar numa continuação sem soar ofensiva e olha que eu tentei.

  -- Nossa Kara isso foi cruel ele é da sua família -- disse minha amiga abaixando o cardápio para que pudesse me olhar.

  -- É por ser da família que eu digo isso pode até pergunta para a minha prima quando ela voltar -- digo de forma tranquila antes de apontar para uma das opções no cardápio -- esse é a melhor escolha para o seu paladar e eu escolheria com molho se fosse você.

  -- Como você conhece tão bem o cardápio se hoje é o dia da abertura?

  -- Porque são receitas da minha família posso não ter a autorização para sabe-las, mas lembro os nomes -- respondo de forma convicta.

  -- Autorização? -- questiona Lena confusa inclinando a cabeça pro lado.

  -- É a minha família leva muito a sério isso eu não posso nem passar pela cozinha durante o preparo,  muito menos levar a bandeja existe toda uma hierarquia -- digo apontando para mim mesma.

  -- Já escolheram o que vão pedi? -- questiona Luísa voltando a nossa mesa.

Continua...  

Povo lindo que profissão vocês acham que combina com a Kara? 

Complicações de não ser normal - supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora