Sol Loiro | Raphael Veiga

Capítulo 38

A Gabriela me deixou em casa e a Nicole foi pra dela. Assim que cheguei, peguei o meu celular e nada do Raphael me responder. Já fiquei preocupada.

Fui pro banho e me permitir demorar nele. Acredito que agora o Raphael já tenha dado um sinal de vida.

Peguei o celular novamente e nada. Isso tá estranho. Ele sempre me responde e ele simplesmente sumiu. Lorena, calma, não pira.

Eu já estou pirando. É bom ele ter sido assaltado pra não ter me respondido.

Foi quando recebi algumas mensagens e não acreditei naquilo. Não acreditei no que eu estava vendo e lendo.

A primeira coisa que eu fiz? Comecei a chorar. Que ódio. Ele não fez isso comigo. Ele prometeu não me magoar e olha só, ele me magoou.

É isso que dá acreditar em homem. Certamente está escrito trouxa na minha testa.

Mandei uma mensagem pra ele vir na minha casa. Quando o querido resolver pegar no celular, ele que venha.

Estou por explodir de tanta raiva. É agora que eu termino esse relacionamento. A gente quase completando um ano juntos e ele fez isso comigo.

[...]

Acordei e fui fazer as minhas higienes, tomei café e peguei um remédio pra dor de cabeça. Sorte que hoje eu estou de folga porque estou sem condições pra ir trabalhar.

Escutei a campainha tocando e fui ver quem era, mas já imaginava que era o imbecil.

– Oi, amor - Falou sonso e eu queria rir com a cara de pau dele

– Entra - Falei seca

– O que aconteceu? Você tá estranha - Falou me olhando

– Você não cansa de ser mentiroso? - Perguntei

– Não estou te entendendo, Lore - Falou

– Você prefere seguir nessa linha ao invés de me falar a verdade? Eu sai ontem com as minhas amigas e te falei tudo, pra onde eu ia e com quem eu ia. Você saiu e não fez nada disso, descobri só porque aquela vagabunda da Isadora me mandou fotos de você no meio de outras mulheres - Falei com raiva

– Lorena, eu posso te explicar - Falou se aproximando e eu me afastei

– Vai explicar o quê? Qual mentira você usou pra me enrolar? Qual o tamanho do meu chifre? - Perguntei irônica

– Cara, eu nunca te trai e nunca iria te trair. Você sabe que eu te amo. Amor, pelo amor de Deus. Eu cheguei do treino e estava sem bateria no celular, não vi, aí depois o Zé Rafael foi lá me convidar pra essa festa e eu não consegui te avisar, mas eu fui e não rolou nada. Nada. Eu só pensava em você. Eu bebi um pouco além da conta, mas não te trai, lembro perfeitamente de tudo o que eu fiz - Falou e eu ri deixando lágrimas caírem pelo meu rosto

– Eu sou muito trouxa mesmo. Que ódio - Falei secando elas

– Lore, por favor, acredita em mim. Eu não te trai. Eu vacilei, não deveria ter ido sem te avisar, mas eu não te trai. Pergunta pros caras, é verdade - Falou

– E mesmo que você tenha feito os teus amigos vão passar pano pra ti, porque vocês são todos farinha do mesmo saco. Se tem coisa que eu não suporto, é mentira. E olha só, você mentiu pra mim e você não ia contar que tinha ido pra essa festa. Quis esconder tanto por quê? - Perguntei

– Eu não queria que você ficasse assim, triste, eu ia evitar te falar, mas você acabou sabendo. Desculpa, amor. De verdade, perdoa o meu vacilo - Falou

– Você estava em uma mesma festa que a Isadora. Logo vocês do time que não querem proximidade dela, por ironia, super próximos - Falei

– Foi ela que te mandou as fotos, né? Certeza que ela armou isso tudo, pra gente brigar. Pensa, Lore - Falou me olhando

Fazia sentido, mas eu estava muito puta com essa situação toda.

– Você promteu não vacilar comigo, não me magoar, e em questão de horas você fez isso. Você me fez chorar. Se você queria isso, parabéns, conseguiu - Falei batendo palmas

– Vida, eu estou muito envergonhado. Me desculpa, por favor. Eu vacilei pra caralho, mas prometo que não vai se repetir - Falou

– A corna aqui sempre tem que ceder, sempre tem que perdoar e aceitar menos do que merece. Acho incrível - Falei

– Amor, eu não te trai. Eu juro - Falou

– Traição pra mim não é só beijar na boca, transar, ou os caralho. É isso que você fez, você mentiu pra mim e ainda estava perto de alguém que me dá insegurança e traz gatilhos pra mim - Falei simples

– Eu quero bater em mim mesmo por te fazer sofrer. Desculpa, desculpa, desculpa - Interrompi ele

– Para de me pedir desculpa. Chega. Vai embora da minha casa que eu estou esgotada com isso tudo - Falei

– E a gente, como fica? - Perguntou

– Não sei. Por que se você quer viver uma vida de solteiro, o melhor é a gente terminar porque aí eu vivo uma também - Falei

– Não, não, a gente não pode terminar. Eu respeito que tá doendo isso, mas por favor, pensa com calma. Lembra de todos os momentos bons que a gente passou juntos - Falou

– Você não lembrou de nenhum deles na hora de me deixar sem notícia nenhuma, a ponto de descobrir pela vagabunda que eu odeio - Falei

– Eu vacilei, mas eu vou correr atrás pra consertar isso. Só não termina. Eu te amo pra caralho - Falou

– Então me dá um tempo pra pensar. Me deixa em paz - Falei

– Tudo bem. Eu vou respeitar o teu tempo, mas não esquece que eu te amo - Falou e deu um beijo na minha testa, saindo da minha casa, em seguida

Foi o suficiente pra eu cair no choro. Eu odeio mentira, que mintam pra mim. E as fotos que eu recebi me deixaram insegura.

Era só ele ter me falado que saiu e eu não estaria assim, mas quem esconde é porque tá no erro.

E se eu não recebesse as fotos e mensagens, eu não saberia nunca que ele tinha saído escondido de mim, já que não estava com jeito que ia contar.

Que ódio. A gente estava tão bem. Por que esse idiota teve que vacilar comigo?! Estou confusa com tudo. Não sei de nada. A minha mente está uma bagunça.