Uma Tarde Ensolarada

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De volta a biblioteca, sentada no parapeito da janela, o silêncio me abraçava me acalentando naquele momento tão cruel. De repente sinto uma mão tocando em meu ombro, me viro assustada.

- Que susto Amélia!

A menina de cabelos ruivos e olhos verdes era Amélia, minha melhor amiga. Sua mãe é a cozinheira real, então ela mora aqui, o que é particularmente maravilhoso.

- Perdoe-me, você me parece afoita, tem algo errado?

- Só estou um pouco cansada.

Digo mantendo o meu olhar fixo na janela, os raios de sol invadiam o recinto.

- Olhe para mim quando falo com você, só consigo saber a verdade, se estiver olhando no fundo dos teus olhos.

Olhei para ela, segurando para não me desabar em lágrimas.

- Sabe o que eu vejo Viollet?

- Não, eu não faço ideia.

- Olhos lindos e castanhos, que estão repletos de tristezas e dores.

Não sabia o que responder, um choro involuntário escorreu pelo meu rosto, ela acariciou minha face ao mesmo tempo que secava minhas lágrimas.

- Detesto te ver chorando, as pessoas são más, mas não se preocupe! Eu irei cuidar de você, ok?

- Amélia não seja boba, não pode cuidar de mim para sempre.

- Eu morreria por você.

- Que horror, não quero que morra por mim, isso seria triste demais.

- Sabe o que seria pior Viollet? Morrer sem ao menos ter tido a oportunidade de experimentar um pouco da vida ao seu lado.

Olhei para ela, Amélia era incrivelmente boa com as palavras, me senti melhor como se o brilho dos olhos da menina tivesse esquentado o meu coração novamente.

- Ótimo, já que você não precisará morrer, ficará ao meu lado por muito tempo.

Encosto minha cabeça no ombro dela, me senti confortável, uma sensação esplêndida.

- Viollet, vou fazer uma coisa doida, fique de pé.

- Lá vamos nós.

O que ela iria fazer agora

- Viollet Van Garden, a senhorita é a moça mais espetacular que já vi em minha vida, seus olhos são como estrelas virtuosas e brilhantes, teu cabelo é tão negro quanto a noite e teu corpo é sinuoso como um rio. Aceita casar comigo? Uma mera alma perdida como a minha talvez não tenha muito a te oferecer, mas prometo lhe fazer feliz.

Ela estava ajoelhada diante a mim, senti meu rosto queimar e meu coração acelerar.

- Para de maluquice, levante-se daí Amélia, isso é descabido.

Tenta esconder minha vergonha, mas meu rosto já estava extremamente vermelho a essa altura.

- Diga que sim ou murcharei e morrerei de tristeza.

- Sua... quer saber, diante a esta situação me vejo obrigada a aceitar o pedido da senhorita.

Vi ela abrir um sorriso, era mais brilhante que o próprio sol. Ri da situação, diversos homens haviam passado por este castelo e me neguei a aceitar quaisquer pedidos de casamento.

- Ótimo agora você está devidamente casada.

- O que eu devo fazer com os pretendentes que irão surgir?

- Continue negando, Viollet você é uma mulher comprometida agora.

Estava me divertindo com a situação

- Está certa minha esposa.

Ela corou, teu rosto estava completamente vermelho, olhei para ela e não contive o riso.

- Obrigado por estar sempre comigo Amélia, sempre me fazendo rir é a melhor amiga que alguém poderia ter. 

- Sabe que pode contar comigo sempre violetinha.

Detesto esse apelido, ela faz isso para me testar.

- Você tem mesmo que me chamar assim?

- é fofo.

- É patético.

-É melhor irmos jantar, se nos atrasarmos sua titia amada virá atrás da gente.

Disse ela num tom brincalhão

- como eu amo minha tia, você nem imagina.

Disse sarcasticamente.

- Ela é um pesadelo Vio.

- Concordo com você minha amiga.

Conversamos com o caminho inteiro até a sala de jantar, tínhamos jeitos diferentes de pensar e agir, mas éramos inseparáveis. Chegando ao local minha tia e meu primo já estavam apostos em seus lugares.

O Legado da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora