Perdoe-me amor

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Acordei me sentindo estúpida, falei tantos horrores para Viollet ontem, decidi pedir desculpas. Subi a escadaria do castelo a pulos, estava indo o mais rápido que podia, perguntei a Adelina, umas das mais fiéis servas da rainha , se ela já havia acordado.

- Ainda não acordou senhorita, ela não parecia bem ontem, quem sabe sua visita não deixa Vossa Majestade feliz e radiante como sempre.

Ela deve ter ficado realmente mal por ontem, eu sou uma idiota mesmo, o que eu fiz? Amélia você nunca mais irá fazer isso na sua vida. Cheguei na porta de seu quarto e disse:

- Bom dia Vio, olha eu sei que está com raiva de mim, eu te entendo completamente. Eu te amo, fui uma imbecil, pode me perdoar?

Ela não respondeu, bati de novo e fiquei à sua espera, nada. Caleb estava passando pelo corredor e me avistou.

- Ela já te respondeu

Cochichou o rapaz

- ainda não.

Batemos várias vezes e nada, comecei a ficar preocupada, ela não tinha um sono pesado.

- Afaste- se Amélia.

Ele decidiu abrir a porta com sua própria força. Quando tivemos acesso a uma cena horrível. ELA ESTAVA MORTA.

-Não, não pode ser!

- Ajuda, por favor

Caleb saiu desesperado. Caminhei em direção a ela, não, isso não.

- Vio, fale comigo, não me deixe por favor. Me desculpa!

Fria, sua pele pálida e um ferimento aberto em seu peito. Só consegui debruçar-me sobre o seu colo e chorar. Depois de alguns instantes de espera, a ajuda chegou, sentei em sua cama ainda tentando entender o que havia acontecido.

- Ela vai ficar bem, eu sei que vai, ela é forte.

Caleb me parecia desacorçoado, ele chorava enquanto andava de um lado para um outro.

- Eu devia a ter protegido, como? Como deixei isso acontecer. Do que estou falando, ela está bem, tenho certeza que está!

- Caleb...

Ele parou e me encarou

- Ela está bem, não é?

Só consegui balançar a cabeça de modo negativo. O dia passou, foi pedido a nós que mantivéssemos o acontecimento em segredo, até que fosse confirmado a morte da rainha. Eu perdi as forças, Viollet havia nos deixado, o pior é saber que isso pode ser culpa minha, ela jamais mereceu aquilo. Agora em meu aposento, começo a lembrar da nossa infância:

- Amélia, aonde você está? Por favor, não me deixe sozinha.

- Não estou te deixando sozinha.

- Porque está chorando?

- Nada.

- Foi porque a condessa falou da cor do seu cabelo?

Fiquei em silêncio

- Não seja boba, ele é lindo!

- Você acha?

Ela balançou a cabeça

- Não chora, seu cabelo é lindo, minha tia às vezes é um pouco malvada. Ele parece os raios do sol e é bem perfumado.

Ela disse rindo

Sempre foi assim, nos ajudamos em tantos momentos. Ela sempre foi mais certinha, me lembro da nossa adolescência:

- Eu não vou me casar, só tenho 14 anos! Isso é um absurdo, não acha Amélia?

- Depende, ele é bonito?

- AMÉLIA!

- Estou brincando sua estressadinha.

- Haha como você é engraçada.

Ela fechou a cara

- Ei, olha o que eu descobri nesse livro.

Sabia que ela não resistia a um fato científico ou a uma história nova.

- O que?!

- Que eu te amo Viollet Van Garden.

- Eu também amo você.

Eu perdi o meu amor para sempre, a minha irmã se foi, não pude ao menos me despedir. Foi confirmado o seu falecimento, acredita-se que seu assassinado foi planejado por algum invasor. A condessa que passou o dia fora do palácio recebeu a notícia logo em seguida de seu retorno.

- Mamãe.

Caleb parecia acabado, permanecia chorando.

- O que houve?

Ele tentou mas não conseguia falar, dei um passo à frente, coloquei minha mão sobre o ombro dele e disse:

- A Viollet...

- O que aconteceu com a minha sobrinha?

- Ela está morta mamãe!

O menino havia juntando as forças que lhe restavam para dar a notícia, foi a primeira vez que eu vi a condessa chorar.

- Não pode ser, isso é algum tipo de brincadeira de mal gosto de vocês três? Onde ela está, vou dar uma lição nela!

- Mãe, ela se foi.

- Ela estava bem, COMO ELA PODE NÃO ESTAR MAIS AQUI?

Os dois se abraçaram, quando estou me retirando do local ouço a condessa me chamar

- Amélia, venha cá. Sei que você e ela eram como irmãs, não se desgrudavam, isso é dolorido na mesma medida para todos nós.

Me ofereceu um abraço, não neguei, ela estava certa.

- Obrigado condessa, com licença.

O outro dia amanheceu com o céu cinza, tudo parecia irreal para mim, sentei para tomar o café da manhã e minha mente mandou-me um comando para olhar a porta do local, estava a esperar ela, quando me dei conta de que a rainha não apareceria. A essa altura o reino todo já sabia, terei que encarar o velório da minha rainha. Tão jovem, eu poderia ter protegido a minha flor. Assassinada brutalmente!

O Legado da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora