Pela Luz dos Olhos Teus

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"Quando a luz dos olhos meus

E a luz dos olhos teus resolvem se encontrar

Ai, que bom que isso é, meu Deus

Que frio que me dá o encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus

Resiste aos olhos meu só pra me provocar

Meu amor, juro por Deus, me sinto incendiar"

Pela Luz dos Olhos Teus

Giovanna sentiu-se tão afetada quanto Alexandre. Há tempos não se sentia atraída de forma instantânea por alguém.

Os olhos marcantes e hipnotizantes do homem ou a boca fina mas cheia de presença, não poderia definir qual dos detalhes mais lhe chamou a atenção.

O encarando, pôde sentir-se viva outra vez, o desejo estava ali, estampado na cara dele e aquilo a fez bem: saber que ainda podia ser desejada por alguém. Suspirou e cortou o contato visual. Pensou em quanto tempo eles ficaram naquela troca, entretanto, desconfiava que foram poucos segundos já que Flávia não demonstrou ter reparado em nada de estranho.

— Gio, esse é o Nero. — Pôs-se entre os dois intermediando a apresentação — Nero, essa é a Giovanna, dona da porra toda e um pouco mais. — Os três soltaram um risinho ao mesmo tempo.

— Bom te conhecer, Nero. — Disse estendendo a mão para ele — A Flavinha falou bastante de você.

— É um prazer conhecê-la. — Retribuiu o cumprimento e beijou-lhe o dorso da mão, queria provar da textura da pele dela e aquela era uma forma completamente aceitável.

— Bem, vamos conversar? — A mulher soltou a mão dele o mais rápido que foi capaz, aquele formigamento provocado pelos lábios de Alexandre era um indicativo negativo.

— Certo. — Nero secou as mãos suadas na calça jeans e puxou uma das cadeiras à frente da mesa de Giovanna para Flávia e logo em seguida para si mesmo.

— Eu já li um livro seu e gostei muito da sua imprevisibilidade. E é isso que eu quero para o livro que lançaremos. Imprevisibilidade. — Foi direta e reta.

— Tudo bem, posso te dar o imprevisível sem problemas. — Juntou uma mão na outra e colocou-as apoiadas na mesa.

— Ótimo. — Giovanna sorriu fazendo o mesmo movimento exalando desafio ao erguer a sobrancelha esquerda.

Antes que Flávia pudesse se encaixar na conversa, a assistente das mulheres entrou na sala. Bia lembrou a mais velha que a equipe de produção a esperava para a última reunião sobre um livro importante. Flávia desculpou-se com os amigos e se retirou do recinto. O clima tenso pairou no ar por alguns segundos. Nenhum dos dois sabia como gerar uma conversa ali, não achavam um ponto de partida, porque o que de fato queriam um do outro não eram palavras e aquilo parecia haver ficado claro para ambos.

— Qual livro você leu? — Alexandre perguntou depois de refletir sobre a melhor forma de puxar assunto.

— Escalas e Vinhos. Devo confessar que comecei odiando o Francis e terminei querendo matar a Linda. — Disse simplesmente.

— É, acho que choca muito quando é a mulher quem age em interesse próprio. Mas no fim das contas esse livro segue a mesma linha de todos os que já fiz: um amor intenso, abrasador, irresistível e cheio de empecilhos. — Explicou sutilmente.

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