"Toda vez que eu olho
Toda vez que eu chamo
Toda vez que eu penso
Em lhe dar
Ah! Ah!"
Giovanna tinha certeza que havia ficado louca.
Ela estava suando, os dedos tamborilando no volante e a mente criando mil cenários. Discou o número dele em aflição, precisava ter certeza que o encontraria. A chamada ecoou pelo veículo conectado à central multimídia.
"Alô?"
"Está em casa?"
"Giovanna?"
"Eu"
"Não estou, mas chego em dois minutos se você quiser"
"Eu quero"
"Vou liberar sua entrada e te esperar com uma taça de vinho"
"Me espera sem nada. Eu quero só você"
Aquela frase foi o fim de Alexandre. Ele se despediu de Rodrigo e foi o mais rápido que pôde para sua casa, mais feliz do que nunca por morarem no mesmo condomínio.
Giovanna ficou pensativa depois da conversa com Alessandra, não conseguiu se concentrar em mais nada, nem mesmo as bolsas da sua grife favorita a puderam entreter.
"Poder eu posso, né? A questão é: eu devo?"
Seu questionamento martelou em sua cabeça até que ela não aguentou mais. Sabia que Alessandra iria entendê-la e não julgá-la, precisava ouvir o que todo seu corpo e coração pediam. Precisava de Alexandre.
Foi com esse pensamento que ela saiu afobada no meio das pessoas e praticamente correu até seu carro. Agradeceu aos céus o trânsito fluido entre a Barra e São Conrado. Ouvir a voz dele lhe trouxe tranquilidade e paz, ouvi-lo lhe deu a certeza de que estava fazendo o que devia ser feito.
Na guarita do condomínio, o segurança liberou sua entrada e, uma vez lá dentro, ela não teve dificuldades para chegar até a casa de Nero e parar o carro atrás do seu, no estacionamento externo da mansão. Se olhou pelo espelho retrovisor e ficou insegura, os cabelos presos em um coque, a camisa branca de botões num estilo oversize, a mini saia preta e a calcinha bege de quem não pretendia fazer sexo naquela tarde foram suficientes para fazê-la repensar.
Não queria que sua "primeira" vez com Alexandre fosse de qualquer maneira e também não queria voltar atrás em sua decisão. Se não fosse sua naquele dia, não seria nunca mais. Suspirou, soltou os cabelos, tirou a calcinha e retocou a maquiagem, catou uma embalagem de lenços umedecidos das filhas, limpou o suor que a ansiedade de vê-lo a causou e finalizou borrifando seu perfume –que sempre andava com ela em sua bolsa.
"O meu amor
Oh! Oh!
Meu coração
(Pensa que não vai ser possível!)
De lhe encontrar
(Pensa que não vai ser possível!)
De lhe amar
(Pensa que não vai ser possível!)
De Conquistá-la"
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The Muse
FanficAté onde você aceitaria não ser amada? E até onde você iria por e para amar alguém?