APENAS UM CONTO DE UM AMOR COTIDIANO

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Em vão tento extirpar sua imagem que se cristaliza na minha mente que não para até nas noite mais claras

Os sintomas me dizem que a abstinência que estou de ti é percebida no girar dos ponteiros e sentida às quatro e meia da tarde

Minha pele toca e se revira na cama e adentra o crepúsculo se afundando na fibra em busca de sentir teu sorriso que em vão procuro em cada canto destas paredes liláses

Minhas pupilas dilatam o dia todo vendo o espectro da tua tez em cada cômodo do meu pensamento que antes compartimentado agora só fixa teu beijo em cada gaveta

Te aperto dentro do peito na respiração quente que ainda nem saiu para reproduzir falsamente em mim a ideia das tuas palavras que pairam sob o balão das minhas ideias ainda nem pensadas

Observo o azul tingido de avermelhado e me imagino sendo um objeto qualquer que você vê e toca todos os dias apenas para sentir teu olhar repousar sob minha cor

Desabotoo a roupa nos dias escuros mais frios esperando que tua língua saia do sonho e perturbe o travesseiro que repouso, se lambuzando e metendo no meu íntimo até sugar toda a vida que acontece enquanto eu durmo

Me faço de concha pulsante sob a lua a dentro com o ferrenho desejo de sentir no final da minha espinha de trás teu nariz de respiração profunda e latente me perfurar, quebrando a barreira da inércia do prazer só para sentir meu coro morno nas suas amígdalas

Pensamentos de curta metragemOnde histórias criam vida. Descubra agora