Capítulo 8

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Sentada na janela, sentia a brisa do ar bater no meu rosto e balançar meus longos cabelos castanhos. Que ótima sensação era essa. Meus olhos se fecharam e assim fiquei por um tempo. Tive uma sorte e das grandes ontem. Eu podia ter me machucado feio, mas só saí com alguns arranhões. Acho que não terei aula por um bom tempo.

A escola ficou em ruínas e totalmente irreconhecível. Ninguém entende o que aconteceu, já que o único lugar que sentiu aquele tremor foi a rua da escola. Ao acordar pela manhã, tinha a certeza que mesmo sem aula aquele dia ia ser puxado. Pois ao invés de passar a tarde no café, passaria o dia inteiro. Entretanto, minha mãe decidiu dar uma de super protetora. Achou melhor eu ficar em casa de repouso. Mas repouso do que? Isso que eu não entendo. Não quebrei nenhuma parte do corpo, nem mesmo torci nada. Apenas estou com uma dor no braço, que não passa de um mal jeito. Apesar de, não ver motivo para essa decisão por parte dela, decidi não discutir. Afinal ela é mãe, não precisa que eu entenda nada. Apenas que eu obedeça.

O que aconteceu ontem não sai da minha cabeça. O que ocorreu com a escola foi tudo minha culpa. Sem falar que tivemos um bom número de feridos. Fiquei tão concentrada na competição que acabei esquecendo do que era mais importante. Como eu pude ser tão burra? O amuleto emitiu aquela luz bem na minha cara e eu simplesmente esqueci sobre o que se tratava. Ou talvez eu quisesse esquecer. E pior, ela ficou zombando de mim o tempo todo. Sempre jogando indiretas, mostrando que sabia do amuleto.

- Clary!? - Ouço o grito em meio ao som da campainha que não parava de tocar. Chegava a ser irritante!

- Já estou indo!- Grito de volta. Caminho até a porta e me deparo com Harvey e Maya.

- O que vocês querem? - Pergunto estranhando a visita.

- Bom dia pra você também Clary. - Harvey diz me empurrando e entrando na minha casa.

- Viemos te buscar. - Maya diz sendo simpática como sempre.

- Buscar? Pra quê? - Pergunto.

- Não sei se percebeu, mas ontem levamos uma surra da Chiara. E isso não aconteceria se soubéssemos manusear os amuletos. - Harvey diz se sentando no sofá e ligando a televisão.

- Tudo bem. Concordo com vocês. - Digo pegando o controle remoto da mão dele. Que garoto mais abusado! - Mas não posso voltar muito tarde pra casa. Além disso, minha mãe não nem sonhar que eu saí daqui.

- Então somos dois. - Harvey diz se levantando. - Vamos! - Ele

-

(...)

Estávamos fazendo um caminho que eu conheço muito bem. O trajeto até o parque de Colmar. Harvey e Maya estavam um pouco mais a frente, enquanto eu caminhava em um passo mais lento, atenta a tudo que estava ao meu redor. Não faz muito tempo que estive aqui, mas não tenho boas recordações desde a última vez. Conforme vamos nos aproximando, percebo que há uma grande movimentação de pessoas por toda sua área. Tal fato começa a me deixar um pouco preocupada. Será que eles estão pensando em ir "treinar" no parque? Não podemos de jeito nenhum, fazer isso em público.

- Vocês não estão pensando em treinar no parque, certo? - Pergunto fazendo os dois olharem para trás.

- Não. Vamos para a floresta. - Maya responde.

- Quase ninguém vai lá. Então não temos com que nos preocupar. - Harvey completa.

- Clary! - Maya me chama. - Como você fez pra sair da escola, logo assim que ela desmoronou?

- Haos me disse que cada amuleto proporciona um poder especial. No meu caso eu posso me teletransportar. Foi o que fiz, e pelo visto deu certo. - Explico.

Vastel - Os Seis AmuletosOnde histórias criam vida. Descubra agora