(P.O.V Maya)
Já se passaram, aproximadamente, meia hora desde que deixei a floresta, e agora estou a vagar pelo parque. Não estou preocupada com o que aconteceu lá. Pelo contrário, sei que Clary vai dar um jeito. Ela sempre dá. Foi até melhor eu ter ido embora, assim não atrapalho. Avisto uma carrocinha de bebidas e me aproximo.
- Aqui está seu refrigerante! – O vendedor entrega para um rapaz que aparenta ter a minha idade, moreno dos olhos castanhos e alto.
- E você,o que vai querer? – Ele pergunta para mim.
- Uma garrafa de água, por favor. – digo com a voz um pouco tremula por conta das lágrimas que escaparam alguns minutos atrás.
- Aqui está. – Ele me entrega a garrafa. – Eu não sei o que aconteceu, mas uma moça tão bonita quanto você não deveria ficar com essa cara inchada de choro. – Ele disse me fazendo sorrir.
- Quanto que eu te devo? – Pergunto procurando a carteira na mochila.
- Eu pago pela a água. – O garoto do refrigerante diz entregando o dinheiro para o vendedor.
- Não é preciso... – Tento, mas logo sou interrompida pelo vendedor.
- Aproveite menina, não é todo dia que um cavalheiro se oferece pra pagar sua bebida. – Ele diz me fazendo corar e ouço o menino rindo.
- Obrigada! – Agradeço evitando fazer contato visual.
Pego a água e me despeço dos dois. Porém, o garoto insiste e vem atrás de mim. Tudo que eu queria era ir para minha casa se deleitando de minha própria companhia.
- Então, você não vai me dizer porque estava chorando? – Ele pergunta me deixando em uma situação um pouco desconfortável.
- Não é nada de mais, não precisa se preocupar. – Tento não dar brechas para conversa.
- Pelo menos posso saber o seu nome?
- Me chamo Maya – Digo mantendo meus olhos fixos no caminho.
- Maya, que nome diferente. Um diferente bonito! – Ele diz e percebo que minhas bochechas estão corando.
- Obrigada! – Sussurro
- O meu é Jean Moreau! – Ele diz e eu apenas sorrio. – Você não é de falar muito não é mesmo? – Ele diz me fazendo parar.
- Desculpa. - Ele também para e me encara. - Você tem sido tão legal comigo. Sou muito grata por isso, mas posso saber por que você está me seguindo?
- Estou esperando ficar mais íntimo para você se sentir à vontade em me contar o motivo pelo qual você estava chorando.
- Você é inacreditável! – Solto uma risada tosca e volto a andar. De certa forma, acho que ele conseguiu me fazer sentir minimamente a vontade. Talvez não seja nada demais ter alguém para desabafar agora. Só não posso dar muitos detalhes. Poderia ser perigoso. - Uma pessoa muito especial me deu uma responsabilidade muito grande e agora todos ao meu redor esperam demais de mim. – eu suspiro – Mas eu não sei como vou fazer pra atingir as expectativas.
- Ei, não precisa se desesperar. – Ele colocou a mão no meu ombro - Se essa pessoa confiou algo tão importante assim a você, é porque ela sabe que você é capaz. Você deveria se sentir muito honrada em saber que todos ao seu redor esperam o melhor de você e não o pior.
- Mas hoje meus amigos precisaram de mim e eu falhei. – Falei segurando o choro. – Eu os desapontei.
- Maya, olha pra mim! – Ele parou na minha frente e eu o encarei. – Se você falhou não foi porque você não é capaz. Foi porque você não confiou em si mesma. – Foi então que a lágrima que eu tanto segurava escorreu pelo meu rosto, mas Jean a secou com os dedos. – Está ficando tarde, e eu tenho que ir! Nos vemos por aí Maya. – Ele acenou pra mim e foi embora.
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Vastel - Os Seis Amuletos
FantasíaClarisse Renault é uma jovem que vive tranquilamente em uma pequena cidade no interior da França. Até que um dia recebe um pedido de ajuda, vindo de uma senhora que diz ser guardiã de um amuleto muito poderoso, cuja a origem é de outro planeta. Clar...