Capítulo 9

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(P.O.V Maya)

Já se passaram, aproximadamente, meia hora desde que deixei a floresta, e agora estou a vagar pelo parque. Não estou preocupada com o que aconteceu lá. Pelo contrário, sei que Clary vai dar um jeito. Ela sempre dá. Foi até melhor eu ter ido embora, assim não atrapalho. Avisto uma carrocinha de bebidas e me aproximo.

- Aqui está seu refrigerante! – O vendedor entrega para um rapaz que aparenta ter a minha idade, moreno dos olhos castanhos e alto.

- E você,o que vai querer? – Ele pergunta para mim.

- Uma garrafa de água, por favor. – digo com a voz um pouco tremula por conta das lágrimas que escaparam alguns minutos atrás.

- Aqui está. – Ele me entrega a garrafa. – Eu não sei o que aconteceu, mas uma moça tão bonita quanto você não deveria ficar com essa cara inchada de choro. – Ele disse me fazendo sorrir.

- Quanto que eu te devo? – Pergunto procurando a carteira na mochila.

- Eu pago pela a água. – O garoto do refrigerante diz entregando o dinheiro para o vendedor.

- Não é preciso... – Tento, mas logo sou interrompida pelo vendedor.

- Aproveite menina, não é todo dia que um cavalheiro se oferece pra pagar sua bebida. – Ele diz me fazendo corar e ouço o menino rindo.

- Obrigada! – Agradeço evitando fazer contato visual.

Pego a água e me despeço dos dois. Porém, o garoto insiste e vem atrás de mim. Tudo que eu queria era ir para minha casa se deleitando de minha própria companhia.

- Então, você não vai me dizer porque estava chorando? – Ele pergunta me deixando em uma situação um pouco desconfortável.

- Não é nada de mais, não precisa se preocupar. – Tento não dar brechas para conversa.

- Pelo menos posso saber o seu nome?

- Me chamo Maya – Digo mantendo meus olhos fixos no caminho.

- Maya, que nome diferente. Um diferente bonito! – Ele diz e percebo que minhas bochechas estão corando.

- Obrigada! – Sussurro

- O meu é Jean Moreau! – Ele diz e eu apenas sorrio. – Você não é de falar muito não é mesmo? – Ele diz me fazendo parar.

- Desculpa. - Ele também para e me encara. - Você tem sido tão legal comigo.  Sou muito grata por isso, mas posso saber por que você está me seguindo?

- Estou esperando ficar mais íntimo para você se sentir à vontade em me contar o motivo pelo qual você estava chorando.

- Você é inacreditável! – Solto uma risada tosca e volto a andar. De certa forma, acho que ele conseguiu me fazer sentir minimamente a vontade. Talvez não seja nada demais ter alguém para desabafar agora. Só não posso dar muitos detalhes. Poderia ser perigoso. - Uma pessoa muito especial me deu uma responsabilidade muito grande e agora todos ao meu redor esperam demais de mim. – eu suspiro – Mas eu não sei como vou fazer pra atingir as expectativas.

- Ei, não precisa se desesperar. – Ele colocou a mão no meu ombro - Se essa pessoa confiou algo tão importante assim a você, é porque ela sabe que você é capaz. Você deveria se sentir muito honrada em saber que todos ao seu redor esperam o melhor de você e não o pior.

- Mas hoje meus amigos precisaram de mim e eu falhei. – Falei segurando o choro. – Eu os desapontei.

- Maya, olha pra mim! – Ele parou na minha frente e eu o encarei. – Se você falhou não foi porque você não é capaz. Foi porque você não confiou em si mesma. – Foi então que a lágrima que eu tanto segurava escorreu pelo meu rosto, mas Jean a secou com os dedos. – Está ficando tarde, e eu tenho que ir! Nos vemos por aí Maya. – Ele acenou pra mim e foi embora.

Vastel - Os Seis AmuletosOnde histórias criam vida. Descubra agora