I - Notícias?

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— Sofia, mas tu tinha que ver a cara deles! — falou a garota que a olhava vendo a própria irmã vestindo seu figurino, um vestido vermelho que exaltava suas curvas singelas.

— Deles quem, Juli? — Sofia virou para sua irmã caçula que olhava sua roupa.

— Daniel vai ter um treco se ver as fotos de ontem, e é porque você não viu papai e mamãe que tiveram um treco!

A jovem dos cabelos curtos e acastanhados riu das palavras da garota que quase tem seu tamanho, a mesma virou de costas para sua irmã e se olhando no espelho, vendo a peça vermelha que parecia lhe deixar ainda mais atraente.

— Ah, Daniel já sabia que teria que engolir este ciúme dele assim que ele decidiu me pedir em namoro! — Sofia falou virando seu quadril enquanto se auto-observava — Não vou me arrepender de ter interpretado a Tieta por causa da reação do Daniel e de nossos pais! — Sofia virou para sua irmã que lhe acompanhava — Ei, mas esse vestido é um dos figurinos que mais gostei de usar!

A garota de quase 16 anos, com cabelos acastanhados iguais da jovem mulher, sorriu concordando, sentia orgulho e gostava de acompanhar sua irmã, desde pequena via as apresentações que sua irmã fazia.

— Realmente, a Lili se garantiu! — Julia se referiu a figurinista.

Julia, irmã caçula de Sofia, já estava acostumada e conhecia as pessoas com que sua irmã mais trabalhava ultimamente.

Sofia já tinha um histórico muito grande no mundo do teatro, desde seus 13 anos inicialmente em aulas, passando-se os anos e passando a fazer teatro musical, foi uma época difícil para a garota reconciliar os estudos com os espetáculos e musicais que fazia pela sua cidade onde morava.

Era natural de Recife, mas sua família se mudou para Salvador quando a mesma era pequena.
Com sua entrada no mundo artístico, já era, de certa forma, conhecida pela cidade e pode-se até dizer pela região nordestina, pois era considerada um jovem talento em ascensão.

— Ela vive se garantindo! — Sofia complementa sorrindo, mas parou quando ouviu o toque no seu telefone.

Julia tirou o aparelho de sua bolsa que levava consigo, e entregou nas mãos da jovem adulta que arqueou as sobrancelhas após ver quem era.

— Alô? — Sofia atendeu.

— Oi, Sofia, como você está? — ouviu-se a voz masculina de seu velho professor de teatro.

— Lucas! Oi, estou bem, e você? — Sofia estava surpresa pela ligação repentina do homem.

Na realidade, Lucas foi o primeiro professor de teatro que Sofia teve, e que já foi diversas vezes diretor dela, igual neste último espetáculo em que ela foi a protagonista Tieta, ele que dirigiu a peça.
Mas tirando isso, até que ambos mantém uma amizade sincera, saem eventualmente junto de outros atores, se divertem, sendo um dos melhores conselheiros para a jovem mente.

— Estou bem também, obrigado... então, querida, eu gostaria de conversar com você!

No mesmo instante, Sofia arqueou uma sobrancelha para sua irmã caçula que não escutava nada, mas que entendeu que era algo estranho que estava acontecendo.

Lucas é um homem muito ocupado, vive atarefado, pois além de ator e diretor, sua fonte de renda é ser professor na sua escola de teatro.

Desde que Sofia terminou sua licenciatura em teatro, já fazia quase um ano e meio, ela recebeu uma proposta dele de trabalhar lecionando para algumas turmas, tornando-os colegas de trabalho.

— Aí, Jesus amado, Lucas, o que aconteceu?

— Não, calma, Sofia! Não aconteceu nada de ruim, viram grandes novidades e propostas, algumas vieram especialmente para você e queria falar contigo pessoalmente! — Lucas falava calmamente, tentando não enrolar, pois, era uma terça-feira rotineira onde todos estão atarefados — Ainda hoje conversamos, aproveitando que hoje teremos turmas até a noite.

— Okay, depois dos adolescentes conversamos direito porque agora você me deixou preocupada!

— Relaxe, querida! Te garanto que não é nada ruim! — Lucas disse rindo da reação exagerada de sua pupila.

— Tá, sei! Até mais tarde, Lucas! — Sofia fala sorrindo.

— Te vejo mais tarde, Sofia!

E assim a chamada se encerra com a Sofia desligando, ficando parada por um minuto até que sua irmã de bateu de leve no seu ombro, fazendo a mais velha despertar de seus pensamentos.

— O que o Lucas queria? — Julia perguntou com curiosidade.

— Não sei exatamente, ele disse que quer conversar comigo. — Sofia diz no mesmo instante em que Lili, a senhora figurinista, entrou na sala — Deve ser alguma notícia.

— Então, minha querida? Se despediu do figurino? — Lili falou sorrindo e vendo a jovem — Ah, mas ficou tão belíssimo em você!

— Aí, Lili, sim e muito! — Sofia sorriu dando uma voltinha para mostrar a senhora, ela agora teria que devolver a roupa, pois já tinha passado a temporada do espetáculo que aconteceu nos últimos fins de semanas.

Telephone - Pedro PascalOnde histórias criam vida. Descubra agora