EU NÃO CONSIGO COMER

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EU NÃO CONSIGO COMER, qualquer coisa que eu colocava na boca pouco tempo depois eu colocava para fora. Eu sentia um nojo enorme de mim mesmo, e agora para completar eu não podia nem contar para ninguém o que aconteceu, antes eu não contava porque eu não queria, agora eu sou obrigado a não contar. Eu me sentia cada vez pior, eu tinha um segredo que eu não tinha o direito de esconder ou de contar.

Eu não desci para o jantar, disse para minha mãe que comeria alguma coisa depois. Estava tentando dormir, coloquei uma série aleatória na Star+, tinha o plano de assistir até cair no sono, mas ele não vinha. Eram duas da manhã, eu precisava dormir. Então eu fui até o quarto de Judd de novo, eu sei que eu não posso dormir com ele todo dia, mas eu precisava depois desse dia.

Me deito ao seu lado sem falar dessa vez, ele acorda com a movimentação, mas não diz nada. Ele me abraça e finalmente eu consigo dormir.

Quando acordo não foi surpresa eu estar exausto, foram poucas horas de sono. Eu queria inventar uma desculpa para não ter que ir na escola essa manhã, mas é claro que a minha família não acreditaria. Eu comi uma maçã no café da manhã, e disse para minha mãe que compraria alguma coisa no caminho da escola para ela não ficar preocupada.

Vou direto para o meu armário assim que chego na escola para me preparar para a primeira aula. Meu armário é em frente ao armário de um dos amigos de Alex, e Alex estava lá conversado com esse amigo. Assim que eu chego eles param e depois voltam a conversar como se eu não estivesse lá. Aquilo doeu, mas finjo que não tinha acontecido nada. Me viro para o meu armário, coloco a senha e pego o meu livro de história. Quando me viro de novo dou de cara com o Lucca.

- Olá TK. Você não contou para ninguém, não é? - Eu nego com a cabeça. - Ótimo. Veja bem, não é que eu goste de sua companhia, mas eu simplesmente não confio em você, então eu espero te ver no refeitório hoje, vou sentar em uma mesa diferente da de Alex, para não ficar estranho.

- Você não pode me obrigar....

- Sim, eu posso. - Ele me interrompe. Ele falava baixo para não chamar atenção de ninguém - Te vejo na hora do intervalo meu novo melhor amigo.

Eu queria acordar e descobrir que tudo isso que aconteceu nos últimos dias não passou de um terrível e medonho pesadelo.

Eu fugia do Lucca toda vez que eu o via, sentava o mais longe possível dele nas aulas em que fazíamos juntos. Na hora do intervalo não foi diferente, eu vi o Lucca no corredor e segui o caminho diferente. Eu andava o mais rápido possível sem olhar para trás, e de repente eu trombo com alguém, e esse alguém segura os meus braços me impedido de cair.

- Opa, se não é quem eu estava caçando. -Olho para cima e vejo Zac. Eu tento me soltar, mas ele me aperta mais forte. - Lucca está te procurando.

- Eu não vou ir com você, me solta.

- Você vai sim. - Ele então me arrasta em direção ao Lucca, meu braço estava doendo por conta de seu aperto. – Olha, cara, eu odeio isso tanto quanto você, mas eu estou devendo umas paradas aí para o Lucca, então facilita, eu não sou tão paciente assim.

- Você está me machucando.

- Eu não sou burro, se eu afrouxar, você vai escapar e correr. - E com isso ele aperta mais ainda meu braço fazendo com que eu dê um gemido. Chegamos no Lucca e Zac me solta.

- Pronto, está aqui seu garoto.

- Muito obrigado Zac, pode ir agora. Eu vou conversar com o TK primeiro. - Zac vai embora, e eu começo a tremer. Lucca aperta minhas bochechas com uma mão.

Estrela Solitária - TarlosOnde histórias criam vida. Descubra agora