É UMA SEXTA-FEIRA

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É UMA SEXTA-FEIRA de manhã quando a bomba cai em cima de mim. Eu esperava encontrar Carlos como sempre, mas ao em vez disso Alex me chama para conversar na entrada da escola, eu o sigo até uma sala vazia. Ele me conta, com todas as letras, que estava me traindo, e se isso não foi o pior, ele nem parecia que achava que tinha feito algo de errado.

- Mitchell? – Era o cara que Alex estava me traindo.

- Ele não está na escola, ele já está na faculdade. – O que é mais engraçado é que doeu ouvir Alex dizer isso. Não gosto mais de Alex, não sinto nada por ele. Então por que dói tanto? Talvez seja que não esperamos que a pessoa que namoramos tenha nos traído, mesmo que seja alguém como Alex.

- E por que você está me contando isso? – Eu não entendia onde ele queria chegar com isso. Por que depois desse tempo todo ele veio me contar isso?

- Porque eu pensei que você deveria saber. – Ele fala com uma cara de pau.

- Que você me traiu, que nosso relacionamento era uma farsa. – Meu olhar naquele momento transmitia indignação. - Você terminou comigo porque pensou que eu te trair.

- Você tinha uma marca no pescoço, TK. – Ele diz como se isso explicasse tudo.

- Você não me pediu uma explicação.

- Não é grande coisa. – Ele diz.

- Não é grande coisa? – Digo isso com um tom de voz elevado. Como não é grande coisa? Isso quer dizer que ele realmente estava procurando motivo para terminar comigo, pois ele não se importa com traição, o que só enfatiza o fato dele pensar que não fez algo de errado.

- Será que dá pra você falar baixo? – Apesar de estamos em uma sala de aula vazia, eu tinha me recusado a ficar ali com ele com a porta aberta, então frequentemente víamos pessoas passando pela porta.

- O que você realmente quer, Alex? – Só queria sair dali.

- Eu quero você de volta. – Minha ficha cai alguns segundos depois. Ele me quer de volta? Como se eu fosse um objeto.

- Só pode ser uma piada. – Eu rio. - Não, Alex, mesmo se você não tivesse me traído eu nunca voltaria para você.

- Qual é, TK. Você era louco por mim, só faltava lamber o chão que eu passava. – Novamente, essa fala do Alex não me surpreende. Quando estava namorando-o não falava essas coisas, mas me tratava como se eu devesse algo a ele, sempre me cobrando por qualquer gesto que ele demonstrava, como se namorados não demonstrassem carinho normalmente.

- Esse é um dos motivos pelo qual eu nunca vou me envolver com você de novo.

- TK, você não gosta daquele cara. Você só está procurando alguém para tampar o buraco. – Alex vem em minha direção e estende sua mão e eu me afasto, eu não suportaria a ideia de Alex me tocar, eu lembraria do Lucca, lembraria do que aconteceu naquela noite em que brigamos, com toda a certeza eu teria um ataque ali na escola, e era a última coisa que eu queria no momento.

E qual era a propriedade que Alex tinha para dizer se eu gostava ou não de Carlos? Ele nunca se quer gostou de verdade de alguém. Sempre brincado com as pessoas, provavelmente foi isso que ele fez com Mitchell, brincou como ele até enjoar, ou talvez foi o contrário, talvez ele tenha levado um pé na bunda.

- Não encoste em mim, Alex. – E como o meu salvador, Carlos, aparece na porta, ele provavelmente estava me procurando, e eu agradeço que ele tenha me encontrado bem na hora em que as coisas estavam passando um pouco do limite.

Estrela Solitária - TarlosOnde histórias criam vida. Descubra agora