Corte de Sombras e Segredos - Azriel

Primeira Luta

Eu ia lutar, não sabei com quem, mas eu ia lutar, mas estava confiante.

Sai do quarto e fui para salinha da Arena, me preparando. A maioria conhecia meu estilo de luta e estavam ansiosos para me ver lutar, não é todo dia que uma mulher luta aqui.

Eu não luto faz um tempo e não poderia fazer feio hoje, não quando muito dinheiro foi apostado em mim. Eu tinha uma reputação a manter.

Eu fiquei sentada na salinha da pré luta observando o povo lá em baixo.

Eu estava com a minha máscara preta que deixava apenas meus olhos a mostra. Uma calça de couro, uma blusa preta, além de uma das minhas adagas. Só podia levar uma arma para dentro do ringue, eu não fazia ideia do que meu adversário estaria levando.

Andrey apareceu.

- Quando eu anunciar você desce. - disse ele. - Boa sorte, Delilah. - eu assenti, ansiosa demais para responder.

Assim que me anunciaram, eu desci as escadas e sai pela porta. Gritos me abraçaram enquanto eu andava até o ringue, muitos batiam nas minhas costas enquanto eu passava. Algo que eu odiava, mas eu sabia que não era por mal.

Eu subi as escadas do ringue e esperei que anunciassem meu adversário, quase ri quando soube quem era. Julius Ford. Ele era um dos lutadores regulares da Arena, alto, mas desengonçado, seria decepcionante minha luta ser com ele. Ele nunca conseguiu ganhar de mim, não no corpo a corpo.

- Quanto tempo, Julius. - eu sorri por baixo da máscara. - Eu não sei por que você insiste nisso.

- Vai se fuder, Akantha. - disse ele.

Akantha era o apelido que me deram e o nome que eu usava quando ia lutar. Significava espinho, não sei como foi que pegou, talvez quando eu cortei um dos caras da Arena com minha adaga, seja como for, eu gostei. Eu ia responde-lo, mas o sino tocou. A luta começou.

Eu não perdi tempo e avancei pra cima dele com a minha adaga, rápido e forte, como fui ensinada. Ele desviou, por pouco. Avancei novamente, passando pela guarda e deixando um soco na cara dele. Ele tentou me atacar, eu desviei e girei, meu pé voando no estomago dele. Ele bateu na corda que cercava o ringue. Estava fácil demais, eu xingaria o Andrey quando saísse daqui.

Ford avançou em mim, eu deixei. Assim que chegou perto eu abaixei, dando uma rasteira nele. Era considerado humilhante ganhar uma rasteira no ringue. O pessoal ao redor gritou quando ele caiu no chão. Fui pra cima dele, meu punho voando na cara dele, enquanto tentava domina-lo. Ele tentou defender o rosto com uma mão, com a visão periférica vi que a outra ia até o bolso da calça dele. Eu não sabia o que ele tinha lá. Ele era maior e mais forte que eu, com o treinamento certo poderia ser um bom lutador, mas por enquanto era ruim, não sei como ele continuava lutando. Um canivete pequeno, do tamanho do meu indicador, saiu do bolso dele, alguma coisa brilhava na lâmina. Mas ele já estava com uma arma, a adaga que caiu da mão dele, assim eu o atingi com um golpe na cara. Isso era roubo, só podia levar uma arma para o ringue.

A minha distração fez com que ele conseguisse me tirar de cima dele, me jogando para longe. Levantamos juntos do chão. Ele desviou o olhar para adaga dele, estava a alguns metros de distância. Mais perto dele do que de mim. Ele correu para adaga, eu joguei a minha lâmina na perna dele, impedindo que ele avançasse, a lâmina cravou fundo, ele gritou. A plateia gritou. Eu corri para a adaga dele enquanto ele retirava a minha da perna, sangue jorrando dela. Agora ele até tem uma adaga, mas também tem um ferimento feio na perna, isso vai desacelerar ele ainda mais. Ele avançou, eu avancei. O soco dele veio direto para minha cara. Eu desviei, fazendo o soco pegar de raspão, ainda assim, doeu. Revidei o soco, girei e dei um chute no corte da perna dele. Ele gritou caindo de joelhos no chão.