Capítulo 4

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Amanheceu e como de costume, Almira levou as filhas até a escolinha. Maiara, alegre como sempre,  foi logo conversar com as amiguinhas, mas percebeu a irmã mais quietinha e deu meia volta. Após se despedirem da mãe, as gêmeas entraram na sala de mãos dadas e sentaram uma ao lado da outra.

Mai: metade, poque você tá triste?

Mara: é que eu tô pocupada com o papai, ele nem tomou café da manhã com a gente... ― brinca com as mãozinhas

Mai: ele deve acodado mais cedo, metade! E aí saiu antes da mamãe acoda a gente!

Mara: verdade, Balala! ― bate palminhas ―

Mai: eeeee! ― bate palminhas ―

― eu podo sabe o que vocês tanto conversam? ― uma garotinha cruza os braços e olha pra elas ―

Mara: não te intelessa, Inglid! ― mostra a língua pra ela ―

Mai: isso é muito feio, metade! Não pode! ― mexe o dedinho em sinal de não ―

Mara: dicupa...

o dia na escolinha transcorreu normalmente até a hora do intervalo, quando Maraisa se envolveu em uma briga com a mesma coleguinha pra quem deu língua.

Mara: ei! Devolve o pãozinho da metade! ― cruza os braços e bate o pé ―

I: tavo na mesa e eu achei, é meu!

Mara: devolve! ― empurra ela ―

I: ai! não encosta em eu, menina chata! ― empurra ela ―

Mai: pala! Não pode machuca a metade!

Mara: devolve o pãozinho da metade da Malaisa! ― faz cara de brava e bufa ―

Maraisa tenta pegar o lanche, mas a garotinha puxa o seu cabelo com força.

Mara: sota! Sota!

Mai: devolve o pãozinho e a metade agola!

Sem obter sucesso, Maiara sentou no chão e começou a chorar, chamando a atenção da professora, que levou as três meninas pra diretoria e chamou seus pais. Em poucos minutos, Almira adentra a sala e dá de cara com as filhas chorando abraçadas no pequeno sofá. Marco, que veio acompanhando a esposa, discutia com o pai da outra menina envolvida na briga.

P: a sua filha é uma criança agressiva!

M: foi a sua filha mimada que começou!

D: pais, se acalmem, tudo pode ser resolvido com diálogo. Senhor Paulo, sugiro que converse com a Ingrid e diga que é errado pegar as coisas dos outros e machucar os colegas. E você, senhor Marco, faça o mesmo com as suas meninas, elas são tão boas alunas, mas esse comportamento precisa de atenção

M: certo, senhorita

D: podem levar as meninas pra casa

Almira sai com as filhas no colo e seu marido carrega as mochilinhas. Já em casa, enquanto as meninas estavam distraídas tomando banho, a mais velha aproveitou pra conversar com o marido, que veio o caminho todo de cara feia.

Alm: elas são só crianças, Marco, é normal brigarem na escolinha

M: você tá estragando a Maraisa!

Alm: eu? Ela só queria defender a irmã!

M: você que ensina essas coisas pra ela, principalmente quando é pra ofender a Clara! Essa menina vai ficar fora de controle quando crescer! E isso serve pra Maiara também!

Alm: chega, Marco! Não quero que me ensine como ser uma mãe! Se você quer a Clara, vai atrás dela!

M: calma, Almira!

Alm: calma nada! Me escuta bem, nós vamos ficar casados até as meninas terem uns 15 anos, que é idade suficiente pra não sofrerem tanto com a nossa separação, depois, você pode correr pros braços daquela jararaca



Geminis ● Maiara e MaraisaOnde histórias criam vida. Descubra agora