Capítulo 6

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Almira

depois da conversa com a psicóloga, voltamos pra casa e deixei as meninas brincarem no quarto enquanto eu preparava um lanche pra elas. Eu estava cortando o pão quando alguém bateu na porta, fui atender e logo fechei a cara ao ver quem era.

Alm: mas é muita cara de pau mesmo né? Aparecer aqui depois do que fez com as minhas meninas — cruzo os braços —

C: aquelas pirralhas insuportáveis só atrapalham!

Alm: seja o que quer que veio fazer aqui, já pode ir embora, não quero você falando asneiras sobre as minhas filhas aqui dentro — a encaro — anda, vaza!

C: tá bom, tá bom, já tô indo, eu só tinha vindo ver o Marco mesmo — sai andando —

Fecho a porta e volto a preparar o lanche das minhas filhas.

10 anos depois...

Maraisa

Acordei primeiro e coeçei a espalhar beijinhos no rosto da Mai para acordá-a. Apesar de já termos 15 anos, nós ainda dividimos o quarto e dormimos juntas.

Mara: metade, já é hora de levantar...

Mai: só mais cinco minutos, metade... — resmunga —

Mara: nem mais um minuto, Maiara, nós vamos nos atrasar!

Mai: acordei... — senta e coça os olhos —

Mara: bom dia, meu neném — beijo sua bochecha — vem, não podemos perder a hora

Levantamos, fizemos nossas higienes e colocamos os uniformes. Fomos pra mesa tomar café, olhei pros lados e estranhei a ausência do meu pai, ele sempre toma café com a gente.

Mai: bom dia, mãe!

Alm: bom dia, filha

Mara: mãe, cadê o papai? Ele não vem tomar café?

Mai: verdade, cadê ele, mãe?

Alm: meninas... — se aproxima — o pai de vocês foi embora ontem a noite...

M1/M2: embora?!

Mai: como assim?

Alm: eu e ele...bem...nós decidimos nos divorciar

Mara: vocês não podem fazer isso!

Mai: calma, metade...

Mara: o que vai ser de nós, mãe?

Alm: seu pai vai pagar pensão pra vocês e pro Cesár Filho, vai ficar tudo bem...

Encaro minha mãe por alguns segundo e saio arrastando a Mai.

Mara: é...a gente já tá indo pra escola, mãe... — pego minha mochila — vem, Balala

Mai: espera, metade! — pega sua mochila — tchau, mãe!

Ao chegar na escola, entramos na sala, que ainda estava vazia. Joguei as mochilas em duas cadeiras que estavam lado a lado e puxei minha irmã pro canto. Maiara chorava silenciosamente, encarando o chão.

Mai: e agora, metade? Não temos mais o papai...

Mara: calma, nós vamos cuidar uma da outra...

Mai: até o final eu e você, né?

Mara: até o final — sorrio levemente — me escuta, nós vamos nos esforçar bastante e conseguir carreira na música pra ajudar a mamãe, não vamos receber pensão a vida toda

Mai: certo — seca as lágrimas — a gente consegue, metade

Geminis ● Maiara e MaraisaOnde histórias criam vida. Descubra agora