Para Grace Rivera, a pequena San Jose del Mar é como uma prisão de seus sonhos e a causa das suas maiores ansiedades. No último ano do ensino médio, ela mal vê a hora de sair da cidade e seguir com sua vida perfeitamente planejada.
Até o verão, qua...
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"Pelo seu amor, eu farei o que você quiser Eu farei o que você quiser, pelo seu amor"
(For Your Love - Maneskin)
— Eu não quero ir.
— Mas você vai.
— Mãe...
— Sem discussões, mi hija. Já está decidido. Até Sam e Rose já foram e você que é a mais velha, não. Não vai te matar.
— Talvez eu me mate — Me joguei na cama, de braços abertos.
— Quanto drama...
— Sou metade mexicana, tenho esse direito.
Minha mãe me lançou uma olhada feia e terminou de dobrar as roupas na cesta. Percebo que temos as mesma expressão, franzindo a testa de irritação.
— Pode continuar sendo dramática na praia.
— Eu odeio praia.
— Mentira, Grace.
— Eu tenho que estudar! Ano que vem tem vestibular.
— Suas notas são impecáveis e você está em todas as aulas avançadas.
— Mãe... — Choraminguei.
— Sem discussão.
Bufei.
A família Rivera era uma das mais antigas de San Jose del Mar. A gente estava com os fundadores, mexicanos e indígenas que queriam muito fugir dos americanos. A sorte nos favoreceu com uma terra tranquila, comércio local fortalecido e uma praia relativamente famosa.
A maioria das pessoas abriram seus negócios à beira-mar, respeitando os limites naturais. O mercado imobiliário se aproveitou das mansões na praia e, com isso, a coisa foi longe. Restaurantes e quiosques se aproveitavam dos turistas, que rondavam nosso paraíso perdido.
A minha família abriu o Pérola del Mar e o restaurante foi passado de geração em geração. Todo mundo ajudava no começo, até a minha avó decidir que seus filhos teriam uma faculdade na conta e se mudar para a cidade. Meu tio Oscar fez administração e decidiu que tomaria conta do local desde então.
