meu detetive babaca (Pausado)

Capítulo Treze

Como dizia o velho ditado: onde tem fogo, tem fumaça.

O detetive me acompanhou pelo resto do dia, seus olhos acinzentados de águia sempre sobre mim, observando cada movimento meu, gravando cada palavra, cada expressão. Andando ao meu lado como um verdadeiro gavião.

Tudo sugere que Tyler Campbell tinha outros objetivos fazendo aquilo tudo, não passou despercebido por mim que andava vigiando todo mundo dentro do departamento. porém, de um jeito bem estranho ele era sempre muito hostil comigo, desde do primeiro dia, quando acidentalmente derrubei café quente em sua camisa branca perfeitamente passada, o que na minha humilde opinião é um exagero.

Todo ficou mais bizarro quando se ofereceu para me acompanhar até meu apartamento, não me deixou sozinha um minuto depois que recebi alta. O mais humilhante foi sair do hospital sendo rebocada, com todo mundo olhando para nós dois, com os rostos cheios de expressão idiotas. Estava tão constrangida que não me restou opções senão me deixar ser levada nos braços enorme do detetive babaca e tentar não ter um treco ali mesmo.

Tyler até estufou o peito quando passamos pela porta de saída e ficou assim até chegar no seu carro. Ele abriu a porta do carro ainda comigo nos braços.

—Pode me explicar do porque todo esse show, detetive?. —perguntei enquanto ele entrava no carro.

Ele sentou, tirou um óculos escuro sei lá de onde e os colocou lentamente olhando para mim.

—Saídas elegantes são tão memoráveis quanto as entradas. — ele piscou por cima dos óculos enquanto ligava o carro e saiu do estacionamento.

Me mexo incomodada sobre o olhar do detetive, não o bastante dá uma de segurança particular, Tyler e eu, estávamos em um restaurante numa das ruas mais "ricas" de novo Iorque. Tento não olhar em sua direção , é vergonhoso pensar que aquele episódio no hospital aconteceu a quase uma hora atrás.

Mais do que qualquer outro sentimento, maior que irritação e raiva paira no ar, enquanto estávamos sentados ali. Era desagradável admitir o tanto que estou bem agora. E ainda mais admitir que Campbell tenha me ajudado. Às vezes, minha vida parecia mais uma ficção do que realidade. Em qual mundo essa cena se encaixaria? Comédia, terror ou uma daquelas ridículas comédias românticas?
Tyler pigarrea . Olhos acinzentados me encararam com diversão.

— Seu avô me autorizou usar força bruta, caso não coma sozinha.

Infelizmente é difícil ignorar a existência de uma pessoa tão grande. Estava planejando comer alguma coisa e depois me mandar sem fazer um pio. Me fingiu de desentendida e continuo a ler o cardápio.

Ele bufa.

—ok, então esse é o jogo agora?-Digo  sem olhar em sua direção.

Ele fica em silêncio por um minuto inteirinho.

Quando levanto a cabeça para ver o porquê do silêncio, eu pisco uma e outra vez. Até aquele momento eu não tinha percebido nenhuma movimentação, mas de repente Tyler estava perigosamente próximo, a cabeça inclinada para o lado e os lábios dele parados em um sorriso discreto.

—Eu posso jogar vários jogos com você, amor. E vencer todos eles, mas a questão é…—É um mal sinal. Eu mal consigo respirar.—Será mais divertido se você também fizer investidas.

Demoro um pouco para entender o que está acontecendo, fico paralisada de surpresa e de raiva. Eu preciso da minha arma. Tudo fica melhor com minha arma em mãos.
Levanto a mão chamando o garçom, com uma expressão neutra, ciente que o detetive babaca está de olho em cada movimento meu.

-Eu tenho a sensação de que muita coisa ruim está por vir, com essa proposta.

Arrisco um olhar para Campbell e vejo seu rosto brilhar radiante como o sol da manhã voltado para mim, um sorriso ainda mais sexy estampado no rosto.