Tyler Campbell
Acordo de sobressalto, com o suor frio descendo nas costas e o coração saltando do peito. Ofegante tiro o cobertor de cima de mim e me sento na cama com o rosto escondido no rosto. Respiro fundo tentando afastar as lembranças sombrias do meu passado. Seguro a respiração por alguns segundos para relaxar o corpo e amenizar as fortes batidas no peito. Fazia um bom tempo que isso não acontecia, no entanto, parece que os últimos stresses e acontecimentos desencadearam tudo e trouxe à tona os meus pesadelos e inseguranças. Aperto a coberta macia e molhada com força quando uma ânsia me vem pela garganta. Minha cabeça pesa e não consigo não gemer. Isso não é bom, isso realmente não é bom.
Procuro respirar pelo nariz e soltar pela boca. Respiro isso pelo que parece ser uma eternidade, quanto a ânsia passa só então me permito levantar a cabeça e olhar para cima. A luz do sol entra pelas brechas das cortinas, banhando o quarto por uma leve tonalidade da manhã. Os sons ao fundo parecem distantes mas ainda tão vividos.
Meus pés tocam o chão gelado, a sensação não é ruim mas causa arrepios por todo meu corpo ainda adormecido, um gemido baixinho sai da minha boca e enfim tomo coragem de iniciar o dia. Um pouco relutante levanto da cama, caminhando para o banheiro. Deixo cair pelo caminho as peças de roupa, a calça moletom velha, a camiseta branca e o box preto. Odeio dormir com roupas, além de acordar molhado de suor, me sinto incomodado com a sensação de tecido no corpo quando me reviro na cama.Entro no box do banheiro e tomo um banho gelado tanto para despertar meu corpo quanto para relaxar alguns músculos atrofiados dos exercícios pesados da noite passada. O cansaço me levou a dormir mais rápido ontem, tenho trabalho ao dobro desde que fui designado para arrumar a bagunça que os delegados idiotas fizeram. Essa merda também foi só uma desculpa para ficar de olho em suspeitos em potencial de um caso que ando trabalhando. Andei dando uma olhada em cada história dos agentes de autoridade policial de alto ou de baixa posto. Tenho autorização para tal poder concedida pelas autoridade maiores do que minha, fiquei contente em saber que eles apoiavam minha atitude dentro do departamento. Principalmente do meu mentor. O homem que me apoiou muito quando desisti da minha estadia no exército. Meus primeiros três anos foram um inferno, tive que enfrentar muitas coisas na academia de polícia, quando enfim fui para as ruas minha vida mudou dramaticamente. Passei da Polícia preventiva para a Polícia judiciária num pulo, provei com muito trabalho e persistência para mim mesmo e para os idiotas do departamento que eu era mais que capaz de exercer meu papel profissional sem falhar.
Durante um bom tempo trabalhei como detetive até me tornar um agente secreto do FBI, onde meu tutor trabalha hoje. Me orgulho do caminho que percorri até chegar aqui, por mais que nem tudo tenha saído como eu queria. Mais uma vez afastou as lembranças sombrias e começo a me vestir. Um terno de três peças de cor preta, deixo os fios negros bagunçados por enquanto e vou até a cozinha preparar o café da manhã. Um café caseiro feito na hora com pouco açúcar e uma colher de leite em pó. Preparo também ovos e bacon sem deixar de fora o pão integral que consumo. Ligo a TV enquanto termino tudo, ouvindo as notícias do dia, também aproveito para lavar as louças sujas da noite passada e jogar as garrafas de cerveja e os pacote de salgados que os idiotas que chamo de amigos deixaram para o emprego da casa limpar, qualquer dias desses vou impedir a entrada daqueles sem noção no meu prédio. Onde já se viu, provocar um homem que gosta tudo limpo e arrumado assim porra?.
Tremo de raiva e impaciência quando vejo a bagunça deixada pelos irmãos de arma.
Isso só pode ser coisa do desgraçado do Gusttav.-Seu merda bagunceiro- digo entre os dente cerrados
Jogo aquelas porcarias fora e pego um pano úmido para passar no chão cheio de migalhas e salgados derrubados, sentindo cada centímetro e cada célula do meu corpo de tanta raiva. Corro para a cozinha e desligo o fogão. Tiro os ovos e o bacon da frigideira e colocar em um prato. Encho a xícara com café fresquinho. Tomo minhas vitaminas e me sento no banco alto de frente ao balcão. O gosto do café está bom mas falta sal nos ovos e o bacon está crocante, um pouco demais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
meu detetive babaca (Pausado)
أدب نسائيSinto um nó na garganta. Penso que posso estar engananda, mais meus olhos acabar de selar um destino trágico no meu futuro. Conheço aquela postura rígida e acima de tudo conheço aquela expressão seria e aquele olhos acinzentados focados e raivosos...