05. NOSSO JEITO

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PRESENTE — KIM

Ainda estou sentado no mesmo lugar desde que Chay foi embora.

Até que meu celular vibrar com uma mensagem de meu pai pedindo para ir ver ele nesse momento. É a última pessoa que eu desejo encontrar, mas me levando me ajeitando e pegando a chave da minha Ferrari. Eu estou ainda com minhas investigações, afinal acho que há algo muito grande por trás de tudo.

Desde que achei aquele caderno com a foto de meu pai com os pais de Porsche e Porchay ainda bebês juntos eu soube que havia algo muito errado ali, afinal a obsessão de meu pai por Porsche já era muito estranha.

Em um primeiro momento pensei que poderíamos ser irmãos, mas descartei essa possibilidade rapidamente com um exame de DNA com um fio de cabelo de Porchay. Então voltei à estaca zero, de por que a obsessão e sinceramente quanto mais eu investigo menos as coisas fazem sentido.

Chego rapidamente a mansão e subo para o escritório do meu pai onde o mesmo me espera jogando xadrez.

— Chegou rápido — ele diz sorrindo.

— O senhor disse que era importante — falo me encostando na porta.

— E isso nunca foi motivo o suficiente para fazer você vir — ele retruca.

Eu apenas fico em silêncio e espero que ele continue.

— Quero que compre um porto para mim Kim — ele diz.

— Porque eu? — questiono.

— Kinn e eu fizemos algumas aquisições ultimamente e não podemos movimentar uma grande quantidade de dinheiro em nossos nomes sem que seja suspeito, preciso que faça — meu pai diz.

—  Certo — falo e dou a costas pronto para sair.

— Mais uma coisa a algo lhe chamando atenção aqui em casa vejo você vindo aqui diariamente agora — ele solta.

— Não seja intrometido velhote — falo e saio.

Caminho decidido a ir embora até que alguém chama a minha atenção, vejo meu garoto sentado em uma das poltronas do lago de Carpas de Khun encolhido pelo frio e bom quase que como um imã sou atraído e sua direção.

— Sabe tem um garoto que eu gosto — o escuto falar provavelmente com os peixes já que não mas ninguém lá, Buda eu estressei tanto meu garoto que ele precisa de peixes para desabafar, mas a curiosidade me venceu e quero ver o que ele vai falar então fico alguns passos distantes.

— Mas meu Buda ele é tão problemático e complicado, além de ser um mentiroso, narcisista, arrogante, mandão da porra, poxa eu amo ele mas é tão difícil, sério eu não faço a menor ideia de como lidar com ele — ele reclamou e esfregando seus braços novamente por causa do frio — Queria que a vida fosse como nós livros onde tudo se resolve em um passe de mágica.

Eu deveria me sentir ofendido pelos xingamentos certos, então porque acho que ele está adorável, retiro minha jaqueta já que estou com uma blusa de manga e jogo sobre seus ombros.

— Você vai pegar um resfriado se ficar nesse frio, e eu não acho que os peixes estão interessados em ouvir você falando mal de mim, embora eu prefira que você procure eles para desabafar já que eles não iriam te incentivar a me odiar.

— Kim — ele fala surpreso puxando a jaqueta.

— Oi anjo — o cumprimento — Falando de mim.

PRESENTE — CHAY

Meus olhos arregalaram de ver Kim ali na minha frente.

— Sabe que é feio falar mal dos outros — ele me provoca.

— E sabia que a falta de educação, ficar ouvindo a conversa alheia — retruco petulante.

— Sim, como se os peixes fossem bons ouvintes — Kim diz.

— Melhores do que você, eles são — eu falo e me sento na poltrona novamente — E não é como se alguma coisa que eu tivesse falado fosse mentira — murmuro.

— Você fica fofo assim emburrado — Kim diz e senta na poltrona ao meu lado.

— Vá se foder — mando ficando mais emburrado.

— Só se for com você — Kim diz e eu abro a boca desacreditado ficando extremamente vermelho.

— Você, você — não consigo encontrar palavras então bati em seu braço para descontar minha frustração.

Kim apenas sorri provocativamente segura minhas mãos e depositando um beijo em cada uma, então entrelaça nossas mãos e nos acomodamos sentados olhando para o céu.

— Eu te devo um pedido de desculpas — Kim fala e aperta minha mão.

— Por? — questiono.

— Pela forma que agi não deveria ter gritado com você — Kim diz.

— Tudo bem — eu digo e começo a acariciar sua mão com meu polegar.

— Sabe eu entendo você não acreditar em mim — Kim diz — Eu sou uma confusão, você ficaria melhor longe de mim.

— Não posso discordar — falo e vejo sua expressão travar — Mas eu amo você Kim, amo pra caralho.

Vejo Kim sorrir feliz.

— E acredito que você me ama. — falo.

Kim rapidamente segura meu rosto e se inclina sobre mim beijando meus lábios com cuidado.

— Kim — repreendo me afastando.

— Desculpa — ele pede.

— Tudo bem, mas eu não posso voltar com você — falo convicto.

— Chay — ele chama.

— Não Kim, enquanto você estiver escondendo coisas de mim nós não pode existir, confiança é a base de um relacionamento eu sei que você tem seus traumas e medos eu também tenho mas se você quiser podemos lutar juntos contra tudo — Chay fala — Mas se você não estiver disposto a lutar por mim, eu peço que me deixe seguir em frente.

Kim parece congelar nesse momento vejo seus olhos arregalaram parecendo ir para outro mundo.

— Eu quero, mas eu não sei como fazer isso, Chay — ele diz olhando para nossas mãos ainda juntas.

— Você já está começando, certo — digo e sorrio — Você está aqui comigo, conversando, sem medo, sem filtros, sem a barreira de herdeiro da máfia. Agora somos apenas o Kinham e o Porchay. Eu sei que a muita coisa ruim que vamos ter que enfrentar e muitas coisas a qual vamos ter que nos proteger mas vamos fazer isso junto tudo bem.

— Eu prometo tentar, Chay eu sempre vou te pôr em primeiro lugar, eu sou assim, não importa o que seja necessário sempre vou te proteger — Kim diz.

— Você pode e deve me proteger — digo — Mas nunca mais me abandone, não me deixe sozinho, lute ao meu lado, você pode me proteger fazer o que quiser mas nunca me deixe Kim ou eu juro que te deixo e você nunca mais me vê.

— Eu nunca vou fazer isso, mas as coisas vão ser difíceis Chay — Kim diz.

— Não seria nós se fosse fácil — brinco.

Kim dá uma risada.

— Então vamos devagar? — pergunto a ele.

— Vamos — Kim diz e se levanta e então tira um dos anéis de seus dedos e se ajoelha em minha frente — Vamos fazer certo dessa vez, Porchay, aceita namorar comigo?

Zahir (KimChay)Onde histórias criam vida. Descubra agora