KIM
Eu acordei e todas as lembranças da noite anterior vieram em minha mente, viro meu rosto e me deparo com Chay dormindo tranquilamente sobre meu peito, todo encolhido parecia um filhote de Coala.
Pego sua mão direita vendo o anel que eu dei a ele, levanto minha própria direita e entrelaço nossos dedos, não acreditando que realmente o tenho para mim que ele é oficialmente meu, que eu disse que o amava.
Mas ao mesmo tempo sinto um medo e aflição pois todas as pessoas que eu já amei foram tiradas de mim, minha vó, minha mãe, até mesmo Khun que vive em seu próprio mundo para se manter seguro.
— Kim? — Chay chama — Por que está chorando?
Estou? Eu nem havia percebido mas levando minha mão livre ao rosto e vejo as lágrimas caindo por ele.
— Estou com medo — admito — Medo de que alguma coisa aconteça com você e eu te perca também.
Chay não me dá tempo de resposta e sobe para o meu colo.
— Ei eu estou aqui e estou bem, ninguém vai me machucar, você não vai deixar, mas me conta Kim porque você acaba que seu pai tentaria algo contra mim? — ele questiona.
— Primeiro meu amor, quero te pedir uma coisa, não vai ser justa mas necessária — digo.
— Pode pedir — Chay diz.
— Precisamos manter nosso relacionamento em segredo por agora, meu pai não pode saber, você pode contar que está namorando com alguém, mas não cite o meu nome ou ele pode querer te usar contra mim — explico para Chay.
— Certo, eu não vou dizer que gosto disso, mas entendo — Chay me diz — Mas vou contar a Macau, ele sabe guardar segredo.
Faço uma careta.
— Quão próximo do meu primo você é? — questiono.
— Ele é quase um irmão para mim e P'Pete e P'Vegas como uma segunda família para mim.
Mordo os lábios, não sei se gosto da proximidade de Chay com a segunda família.
— Tem certeza que é seguro ficar próximo deles?
— Por que pergunta isso? — Chay me questiona.
— Porque Vegas provavelmente ameaçou meu pai de alguma coisa para conseguir o controle da segunda família — digo — E tenho medo que faça o mesmo com você' te use como uma peça.
— Kim, você mesmo não confia no seu pai — Chay fala de maneira óbvia — O quê P'Vegas fez se ele realmente tiver ameaçado seu pai foi para proteger a família dele, você é todos entenderam o que Vegas e Macau passaram com Gun, eu acima de tudo vi, eu lembro dos machucados de Macau, do choro e tô medo dele só por ter que voltar para casa. Não julgue Vegas ele fez o que era necessário para proteger aqueles que ama. E eu sei que você faria exatamente igual, você fez não, me deixou porque achou que seria mais seguro para mim.
Nesse momento é como se eu tivesse levado um tapa na cara em relação aos meus pensamentos.
— Quando você ficou tão esperto? — pergunto.
— Sempre fui, mas você não conseguia ver por baixo da camada do bom garoto — Chay diz e beija meu queixo — Agora me conte sobre seu pai e eu quero a verdade, por que acha que ele tem algum interesse em mim e Porsche?
Respiro fundo não sabendo como contar isso a ele.
— Anjo me prometa que não vai surtar com o que eu vou dizer.
— Prometo — Chay garante.
— Eu acho que meu pai pode ter algum envolvimento na morte dos seus pais — digo de uma vez vendo a cara de choque de Chay.
— Por que? — e o que sai dos seus lábios.
— Primeiro eu achei que você e seu irmão poderiam ser bastardos dele — digo.
— COMO É QUE É? — Chay praticamente grita.
— Calma que essa informação já foi negada — digo o acalmando da possibilidade de sermos meio irmãos.
— Como? — ele questiona cruzando os braços e me olhando incriminadoramente.
— Eu posso ter pegado um pouco do seu DNA de alguns fios de cabelo e feito um teste — digo e Chay começa a me estapear.
— Aí anjo para com isso — peço segurando suas mãos.
— E depois você chama P'Vegas de maníaco, olha onde você chegou — ele me acusa.
— Foi uma coisa necessária — eu me defendo.
— Tá e depois disso?
— Bom depois de negar minha primeira suspeita, comecei a investigar — solto um suspiro — Mas não encontrei nada muito concreto, apenas que nossos pais eram próximos.
Chay me questiona com olhar. Então pego meu celular e mostro a foto que encontrei de seus pais com o meu.
— Isso me levou a entender um pouco mais da obsessão de meu ali por Porsche, mas então algo que não encaixa o que há de especial em vocês para meu pai os querer por perto? — digo e Porchay me olha enigmático.
— Seja o que for vamos descobrir juntos — Chay fala confiante.
— Juntos?
— Sim, agora eu tenho um motivo a mais para proteger meu irmão, não vou deixar seu pai maluco machucar ele — Porchay diz e me abraça.
— Vamos proteger aqueles que amamos Anjo — afirmo o puxando para um beijo.
FIM
CONTINUA EM JOGOS DA MÁFIA
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Zahir (KimChay)
Roman d'amourSe não fosse amor, não haveriam planos, nem vontades, nem ciúmes, nem coração magoado. Se não fosse amor, não haveria desejo, nem o medo da solidão. Se não fosse amor, não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você. Se não fosse amor...