16. A LIMPEZA

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Do outro lado da cidade o grupo se reunia em volta do imenso turíbulo com o fogo aceso, entoando os mandamentos passado de geração para geração. As roupas sociais brancas de fino linho, tornavam iguais todos os homens brancos que traziam a história daquela organização nos sobrenomes e no sangue que corria em suas vidas. Filhos, netos, bisnetos dos fundadores e que hoje estavam responsáveis pela propagação daquele expurgo social.

Bem longe dali, no Edifício 83, Alana, Henrique, Helô e Lia tentavam salvar a si mesmos e não entregarem suas vidas àqueles que os viam como alvo.

Os quatro arrumaram um plano doido, que se resumia em atacar e não ser morto. Eles sabiam que estavam sendo vigiados, mas não sairiam dali deixando a estrutura intacta para eles.

— É isso mesmo? — Alana encarou Henrique que concordou com a cabeça.

— Vocês topam? — O rapaz encarou Helô e Lia que concordaram meio incertas daquilo. — Os dois estão no 101, em algum momento o Samuel vai matar o Bruno e vai vir atrás da gente.

— A não ser se formos atrás deles primeiro. — Lia completou a ideia do rapaz.

Henrique endireitou as costas um tanto inseguro de si mesmo.

— Henrique. — Helô encarou seus olhos castanhos, mas o rapaz não arredaria o pé dali.

— A gente dá conta. — Alana tocou seu ombro e tentou soar convincente.

 — Alana tocou seu ombro e tentou soar convincente

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— A gente vai queimar tudo isso. — Samuel largou os papéis de volta na mesa e começou a procurar no espaço algo que pudesse usar como lixeira.

— Não eram documentos importantes?

— Eram, — o homem tomou posse da lixeira de alumínio. — não são mais à décadas.

Alcançou o isqueiro sobre a mesa e a planta oficial do prédio. A organização já havia resgatado ela há anos atrás. A ponta foi queimada e o papel começou a ser consumido. Bruno viu ele atiçar cada vez mais aquele fogo com o resto dos papéis, e discretamente, pegou a foto entre os dedos. Era a única prova de uma realidade esquecida.

— Quem eram esses? — Virou para o homem que fez pouco caso.

— Pessoas que não existem mais. — Continuou pondo os papéis no fogo que só crescia dentro da lata. — Me ajuda.

Bruno desviou a atenção da foto e ao encarar Samuel, foi surpreendido pela presença de Alana.

— Samuel! — Alertou e antes da garota partir para cima dele com a faca em mãos, os reflexos do homem a contiveram.

Apesar da dor no ombro, Samuel agarrou o pulso de Alana e com a mão em seu pescoço bateu suas costas contra a parede. Ela sentiu o impacto, mas ignorou dando um chute entre as pernas dele. O homem recuou até a mesa com um sorriso nos lábios.

— Qual é o seu problema?

— Isso vai ser divertido. — Avançou, mas Alana cruzou a faca no ar, atingindo seu braço.Samuel se protegeu do segundo golpe e revidou contendo a mão de Alana.

O Assassinato no Edifício 83Onde histórias criam vida. Descubra agora