Minho nunca acreditou nas leis do retorno.
Bebendo sua oitava dose de tequila ou talvez a nona? Ele curtia a música que a balada tocava, balançando a cabeça no ritmo do som e batendo o pé no chão. Como o bom dançarino que sempre foi, ele sempre sabia encontrar o ritmo correto.
– Cadê o Hyunjin, porra? – O alfa perguntou para um dos companheiros de trabalho, que bebia uma simples latinha de cerveja sem álcool.
O alfa conhecia ele desde a época da residência, apesar de ser um ano mais velho, Christopher era um dos melhores ortopedistas do hospital que trabalhavam, além de ser um ótimo profissional, chamava a atenção de diversos funcionários com o rosto másculo e o corpo definido, mas sempre deixou claro que era casado, tinha dois filhos pequenos, e amava sua família mais que tudo. A aliança na mão esquerda brilhava como um vaga-lume, quando as luzes da boate batiam no acessório.
– Ele foi para casa, o marido está enjoado, início da gestação, você sabe como é – Minho revirou os olhos, erguendo um dedo para o garçom gostoso que estava servindo a mesa desde o início do happy hour. O alfa caprichou no sorriso malicioso, deixando claro que aquele não era o único serviço que ia querer. – Claro que não sabe, às vezes eu esqueço o quão rodado você é, Lee.
– Rodado não, Bang, eu sou um degustador – O Lee respondeu, abrindo alguns botões da camisa social branca que usava. – A vida é curta demais para transar só com um corpo, cara.
Christopher ergueu uma sobrancelha, escutando os comentários insensíveis do colega de profissão. Para um cardiologista, Minho nunca parecia ter aquele órgão.
Partindo corações diferentes, fazendo ômegas e betas sofrerem por meses, tratando os sentimentos alheios como nada.
Um dia ele vai aprender, o ortopedista revirou os olhos, bebendo mais um gole da bebida sem álcool.
– Você vai aprender, Minho, um dia você vai entender, o verdadeiro prazer da vida é ter alguém que te ame, eu vou indo, o Seungmin deve estar enlouquecendo com os garotos.
Christopher depositou o valor do que tinha consumido na mesinha. Os outros médicos, e enfermeiros que estavam participando do happy hour, dançavam de forma animada na pista de dança.
O cardiologista revirou os olhos, mas logo mordeu o lábio inferior ao ver o garçom piscar para si, e indicar o banheiro de funcionários com a cabeça. Com o jogo de luzes, os olhos do garçom pareciam ser da cor violeta, o que instigou ainda mais o médico.
Ah, aquela noite só estava começando.
[...]
Minho acordou com um choro fino, como se tivesse um bebê na sua cobertura. Assustado, o alfa se sentou na cama King size, não se assustando ao sentir o lençol roçando no pênis descoberto.
Usar roupas na própria casa era uma perda de tempo. O médico sentia uma dorzinha chata na cabeça, provavelmente, causada pelo excesso de bebidas alcoólicas da noite anterior.
O barulho de choro ainda estava alto, confuso, olhou na direção do seu criado mudo, o choro estava saindo de um aparelho esquisito, parecido com uma caixinha de som.
– Amor, você pode pegar ele? – Uma voz sonolenta falou. E o alfa soube que era um ômega quando um cheiro floral atingiu seu olfato. – Deve ser fome, você sabe como o Taehyun é esfomeado.
Minho gritou, como se tivesse vendo uma assombração. Apesar de sempre trazer suas companhias para sua cobertura, elas dificilmente dormiam ali, sempre iam embora antes do alfa acordar. O ômega deitado ao seu lado, se assustou, se sentando de forma rápida na cama, achando que tinha outra barata no quarto. Para um alfa, ele sempre foi medroso quando se tratava de bichos peçonhentos.
O choro do bebê aumentou de volume, como se tivesse se assustado com os gritos.
– O que tá acontecendo? – O estranho estava com os olhos arregalados, os olhos ainda estavam inchados, e o rosto meio amassado pelo sono, o cabelo loiro estava uma bagunça, apontando para todos os lados, mas isso não impediu o alfa de achar aquele ômega lindo. – Amor, que bicho te mordeu?
Minho ia responder, quando o estranho simplesmente se levantou da cama se espreguiçando, vestindo apenas uma camiseta enorme desbotada, a polpa da bunda aparecendo de relance, o cardiologista observou o invasor bocejar e simplesmente sair do quarto, como se aquela fosse uma situação cotidiana. Como se estivesse na própria casa.
– Claro, ele já deve estar indo embora, para de ser surtado, Lee Minho. Você deve ter chapado muito ontem.
O cardiologista riu, se deitando novamente, preparado para hibernar por mais algumas horas. Só ia ter um plantão no dia seguinte. Suas noitadas da balada sempre tinham consequências diversas, e o médico sempre se surpreendia em quantos problemas podia se meter.
– Ugh, você esta cada vez mais pesado, amorzinho – A voz do ômega voltou, dessa vez, alguns barulhos infantis acompanhavam. Minho continuou de olhos fechados, sentindo a movimentação do outro lado da cama. – Calma, seu esfomeado, você vai me machucar, gordinho.
O alfa se sentou novamente, se assustando com os barulhos de sucções que invadiam o quarto. Minho observou de olhos arregalados, o intruso tinha se livrando da camiseta, e amamentava um bebê pequeno, de aparentemente uns cinco meses de idade.
E o mais assustador de tudo, a criança parecia o médico quando era um bebê. Até o cabelo apontando para diversos lados.
– Beleza, o que tá rolando aqui? – Minho passou a mão no rosto, sentindo um acessório atípico. Era oficial, ele estava muito bêbado. – Que merda?
O médico se assustou, quando olhou para a mão esquerda e simplesmente enxergando uma aliança dourada ali, a porra de uma aliança de casamento.
– Você tá me assustando, amor – O ômega dirigiu um olhar preocupado ao médico. – Está sofrendo com os pesadelos, de novo?
– Quem é você? – O alfa perguntou, nessa altura, ele já sentia vontade de vomitar, muito perdido com a situação atual. Minho desde criança, tinha uma tendência estranha a passar mal em situações complexas.
– Como assim, Minho? – O intruso revirou os olhos, a mãozinha do bebê estava tentando se enfiar na boca do ômega, que sorriu, deixando um beijinho na palma pequena. – Eu sou seu marido, Lee Jisung.

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The time is now - Minsung
Romance- Rodado não, Bang, eu sou um degustador - O Lee respondeu, abrindo alguns botões da camisa social branca que usava. - A vida é curta demais para transar só com um corpo, cara. Christopher ergueu uma sobrancelha, escutando os comentários insensíveis...