Capítulo 2

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No dia seguinte, após o banquete de café da manhã, por ser Domingo, podíamos ficar livres pelo castelo. Marquei de me encontrar com Cedric depois que eu terminasse meu trabalho de Runas Antigas com a Hermione Granger e ele terminasse as fotos do torneio. Quase ninguém opta por essa matéria, então pelo baixo número de alunos, eu fui escolhida para ficar no mesmo projeto que a Granger.

- Está atrasada. - Ela me olha provavelmente brava.

- Não se seu relógio estiver atrasado. - Dou um sorrisinho e me sento na cadeira na frente dela. - Escolheu o livro que vamos traduzir?

- Sim, peguei ele na sessão restrita, então você vai ter que falar que comprou em alguma biblioteca em Hogsmeade. - Ela tira da mochila um livro bem antigo. - Eu achei um grimório, podemos até mesmo explicar um pouco sobre grimórios na aula.

- Tá, e o que é um grimório? - Falo enquanto pego o livro, começo a folhear ele e vejo diversos desenhos seguidos por uma escrita diferente.

- Ao que parece, se assemelha com um diário de feitiços usado pelas antigas bruxas, mas parece ser tudo mentira porque já tentei fazer os feitiços e não deram certos, mas pelo menos vai deixar a professora interessada.

- Então vamos trabalhar. - Falo pegando as minhas anotações da última aula.

Passamos a manhã e a tarde tentando encontrar um dicionário de runas que se assemelhassem ao do livro. Por volta de quatro da tarde conseguimos.

- Bom, acho que esse primeiro é Phesmatos Incendia. - Mostro para a Granger. - Seria usado para criar incêndios, tem como princípio o elemento fogo.

Ela concorda, mas começa a analisar a folha comigo, ela faz uma cara estranha e se dirige a mim.

- Quase tudo certo! - Ela fala orgulhosa e aponta para o livro. - Mas no caso seria Phasmatos Incendia, você trocou o A pelo E.

- Phasmatos Incendia ? - Na mesma hora, a cortina um pouco mais atrás dela e começa a pegar fogo e nós nos assustamos. Hermione pega sua varinha e conjura um feitiço para jogar água na cortina.

- Essa pegadinha foi sem graça. - Ela revira os olhos.

- Que pegadinha? eu te juro que não fiz nada. - Eu mostro minhas mãos para ela.

- E como a cortina pegou fogo? - Ela pergunta ainda achando que é obra minha.

- Eu só falei aquele feitiço e aconteceu. - Eu digo ainda sem acreditar. Não dá para fazer feitiço sem a varinha e minha varinha está jogada na mesa.

- Prova então. - Ela arqueia a sobrancelha e me entrega um outro livro. - Faz o que fez na cortina com esse. Deixa eu amarrar suas mãos.

Eu estendo os braços e ela passa a gravata dela por minhas mãos, algemando. Eu me concentro ainda atordoada e dito novamente Phasmatos Incendia. Dessa vez, sinto como se fosse uma eletricidade passeando pelo meu corpo e ela sai assim que o livro começa a pegar fogo também.

- Como isso é possível? - Hermione me olha assustada depois de apagar novamente o fogo com sua varinha. - Phasmatos Incendia.

Assim que ela fala, nada acontece. Nenhum fogo acender, a sala continua a mesma. Nós trocamos olhares por vários minutos sem dizer nada uma pra outra.

-  Não conte sobre isso para ninguém, Granger. - Meu instinto fala mais alto. - Nem para seus amigos, ou farei da sua vida um inferno...

- NÓS. - Cedric aparece por de trás de uma estante e olha fixamente para a Granger. - Acho que percebeu que está na sua hora de ir embora.

A garota concorda e começa a se despedir sem falar muita coisa, Cedric espera ela sair para me abraçar.

- Eu estou com medo, ninguém nunca fez magia sem varinha. - Escondo meu rosto no peito dele e o cheiro de mel com camomila entra nas minhas narinas.

- Deve ter sido um erro, nós vamos descobrir sobre isso. - Ele me puxa pelo queixo para que eu olhe para ele. - Eu te prometo.

- Estou com medo que Granger conte para alguém, eles vão me internar em algum lugar ou pior ainda, vão me prender em Aszkaban.

- Ela não vai contar, tenho certeza. - Ele me abraça uma última vez e pega na minha mão. - Você precisa relaxar, vamos para o lago.

Depois de passar por diversos sonserinos que me olhavam com nojo, chegamos na margem do lago e nos sentamos em um dos banquinhos. O dia estava particularmente frio, mas Ced sabe que o lago é um dos meu lugares favoritos de Hogwarts.

- Você sabia que conseguimos ver um navio no fundo do lago, la da comunal? - Falo após um grande momento de um silêncio confortável.

- Você sabe por que ele ele tá lá? - Ele me olha.

- Não, mas quase sempre penso sobre isso. O navio não é grande, então não era um navio de navegação, mas também não há muitas rochas grandes nesse lago. O navio parece estar lá a muito tempo e mesmo assim ele ainda parece novo.  Não havia nenhuma carga nele, era como se eles soubessem que iam afundar. O estranho é que todos os dias a meia noite, uma sereiana aparece e parece cantarem volta do barco. Ela é diferente de todos os outros sereianos, não é tão feia e tem mais traços femininos.

- Acho que o dono do navio se apaixonou por ela e velejou afim de ficar com quem amava. - Cedric completa olhando para mim. - Algumas pessoas preferem se afogar em amores profundos do que nadar em amores rasos.

- Acha que um dia vai amar alguém assim? - Pergunto também encarando ele.

- Acho que por algumas pessoas vale a pena naufragar.

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Por favor, interajam com a minha escrita com comentários e os votos, porque amo acompanhar o tempo de leitura de vocês!

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Darkness - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora