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Tudo aqui anda tão chato, eu e Diggory paramos de nos falar, Granger tentou falar comigo algumas vezes sobre os meus poderes, mas não quis papo. Faltei a segunda prova do torneio Tribruxo por ser no lago, não queria correr o risco de ser afogada novamente. Ouvi pelos corredores que Harry Potter foi um arraso novamente nessa prova, o que não me surpreendia.
Na manhã do último desafio, o céu estava meio nublado e meu pressentimento não estava bom. Tanto que decidi pular o café da manhã e o almoço. No final do dia, os inspetores passaram nos quartos para levar todos para o labirinto que havia sido montado no campus de quadribol. Me sentei numa fileira com alguns sonserinos. O ar vibrou com as vozes excitadas e o ruído dos pés de centenas de estudantes que ocupavam seus lugares. O céu se tornara azul profundo e límpido, e as primeiras estrelas começavam a surgir. Hagrid, o Prof. Moody, a Profa
Minerva e o Prof. Flitwick entraram no estádio e se aproximaram de Bagman e dos campeões.
Usavam grandes estrelas vermelhas e luminosas nos chapéus, todos, exceto Hagrid, que carregava a dele nas costas do colete de pele de toupeira.Cedric estava lindo, sorridente, mas mordia a bochecha internamente, o que eu sabia que indicava que estava nervoso. Em todos os anos que eu estive aqui, ele foi o único que quis ficar perto de mim, ele se preocupou com meus poderes, ele precisava de mim, independente da nossa briga.
- Cedric Diggory!! Espera!! - Desço as arquibancadas sem me preocupar com as pessoas olhando para nós. Corro até me aconchegar nos braços dele. - Vá lá e ganhe essa merda!
- Sonserina astuta... - Ele fala com uma voz manhosa enquanto acaricia meu rosto e me olha profundamente.
- Lufano bobo. - Beijo a bochecha dele e entrego o colar que ele havia me dado, colocando em seu pescoço. - Se você ganhar esse último desafio e me levar para assistir um jogo de quadribol do Brasil, talvez eu te perdoe.
Ced aproxima a boca do meu ouvido e sussurra. - Você sempre soube que me ama.
- Eu sei? - Olho para ele enquanto semicerro os olhos e após alguns segundos, eu sorrio. - É, eu sei.
- Me desculpa por não ter te chamado para o baile... A verdade é que eu sempre go-
- Senhoras e senhores, a terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo está prestes a começar!
Deixe-me lembrar a todos o placar atual! Empatados em primeiro lugar, com oitenta e cinco pontos cada – o Sr. Cedrico e o Sr. Harry Potter, os dois da Escola de Hogwarts! Em segundo lugar, com oitenta pontos – o Sr. Vítor Krum, do Instituto Durmstrang! E, em terceiro lugar – a Srta. Fleur Delacour, da Academia de Beauxbatons! - Dumbledore corta ced de falar o que ele ia falar e o professor Snape manda eu sair do campo.- A gente conversa depois do desafio. - Me despeço de Ced e volto para o meu lugar na arquibancada.
A banda começa a tocar e o povo continua vibrando. Dumbledore explica que os campeões em primeiro lugar saem primeiro e depois os outros, pela primeira vez na vida, me permito torcer por alguém e começo a gritar o nome de Ced. Ele olha uma ultima vez para mim, antes de o canhão ranger e ele entrar no labirinto.
Quando as folhas do labirinto se fecham e não conseguimos mas ver os competidores, todos ainda continuávamos gritando e esperando a volta deles.
(...)
Alguém voltou, as pessoas começaram a bate palmas e ficarem de pé, com a vista não dá para ver quem voltou.
Então quando me levanto, vejo a pior cena possível. Cedric está no chão com os olhos arregalados, segurando sua varinha. Por um momento pensei que apenas tivesse digerindo o que aconteceu lá, mas depois de três segundos, o peito dele não se elevou por conta da respiração e ele nem se quer piscou. Não pode estar certo, não pode. Conforme desço as arquibancadas, começo a ficar estática, o grito sai primeiro que minha mente pode pensar. Me sinto fraca, esgotada. Potter está chorando, as pessoas começaram a perceber e se aproximarem, Ced está morto.
- NÃO!!! NÃO!! NÃO!!. - Corro para perto do corpo dele e me jogo no gramado, passo a mão pelo rosto dele e ele não sorri. - CEDRIC ACORDE, AGORA. ACORDA, PORRA. ACORDA CED. POR FAVOR, CED. EU NÃO VOU CONSEGUIR SEM VOCÊ. ACORDA, CED.
Dumbledore tenta me tirar de perto dele, mas eu me firmo no lugar e me lembro de um feitiço que aprendi.
- EU POSSO AJUDAR, EU POSSO AJUDAR. - Seguro a mão de Ced e começo a ditar uns feitiços que vi nos livros, nada sai, não consigo ressuscita-lo como os livros falam, até que um feitiço de retirar a dor funciona. - Asc'inta Mulaf Hinto!
Em meio ao choro consigo recitar o feitiço e Ced volta a respirar, ele está espantado, mas coloca a mão na minha nuca.
- Você me assustou, caralho. - Jogo minha cabeça em seu peito. - Nunca mais me deixe está ouvindo? nunca mais , nem mesmo se atreva a fazer isso.
- Ahmya... o que você fez? - Levanto o meu rosto e vejo que Diggory encara cada uma das pessoas ali, que me olhavam assustadas. - Você usou os seus feitiços, não foi?
- S-Sim e não estou nem ai se me internarem em um hospício ou coisa semelhante, por você vale a pena naufragar Cedric Diggory. - Sem deixar que ele responda, prenso minha boca com a dele e solto um suspiro, sabendo que estamos bem agora.
- Mya... eu queria ter tido mais tempo para te mostrar o que é o amor... - Ced beija minha mão e solta uma lágrima. - Eu consegui orgulhar meu pai?
- Por que está falando isso? você está bem, eu usei um feitiço para aliviar sua dor, talvez tenha tirado o feitiço do seu corpo. - Passo a mão pela testa dele que está soando. - Você orgulhou ele e a mim também, eu quero contar desse dia para os nossos filhos, eles vão amar e antes que pense que estou me precipitando falando de casamento porque eu nem sei se gosta de mim, mas se não gostar, lutarei do mes-
- Mya, como eu queria ter tido mais tempo... Meu corpo está parando, consigo sentir, mas tudo bem porque você tirou toda a dor. Eu te amo, Ahmya. Nunca se permita esquecer disso. - O olho dele ainda está encarando os meus quando ele dá o último suspiro.
Cedric morreu, mas sou eu quem se sente morta.
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Por favor, interajam com a minha escrita com comentários e os votos, porque amo acompanhar o tempo de leitura de vocês!
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Darkness - Draco Malfoy
Novela JuvenilAhmya está indo para o seu quarto ano. Passou de orfanato para orfanato desde a sua infância e desde que se conhece por gente é vaiada por ser o que os companheiros de casa julgam ser Sangue-ruim. Em meio a tudo isso, ela conhece o único amigo daque...