Criminal Kiss - FreenBecky

Who are you? - 2.

Capítulo 2

A garota de cabelos curtos estava tão perto, que eu podia sentir o cheiro de seu cabelo...era como morango, um cheiro doce. Seus olhos estavam lacrimejados e exalavam desespero.

Por que ela corria? Por que parecia desesperada?

— Ah...me desculpa - pediu, ainda em cima de mim.

— Tu-tudo bem - sorri com os lábios, esperando ela sair. Mais alguns segundos e nada dela sair. Eu acho que aquela posição era confortável para ela - então...

— Ah, verdade - levantou, se sentando no chão em seguida - foi mal - sorriu envergonhada. Me levantei e fiquei agachada em seu lado.

— Tá tudo bem, de verdade - sorri de volta, por alguns segundos achei aquela visão fofa - por que corria?

— Ah, não era nada - negou com a cabeça e mãos. Passei a reparar mais nela, no que vestia e em seus pés, saltos de bico fino, preto da sola vermelho sangue. Ela usava um traje totalmente social. Blazer, gravata e calça, todos na cor preta.

— Olha, eu não acho que você estava correndo por diversão ou na procura do seu carro, ainda mais usando um scarpin - arqueei minha sobrancelha esquerda e a encarei curiosa.

— É que...que... - a mulher desviou o olhar e passou a olhar para os lados, como se estivesse procurando por alguma desculpa.

— Nos vimos na delegacia, certo? - a questionei e ela apenas assentiu com receio - eu sou sim da polícia, mas fique tranquila que não farei nada com você.

— Eu... - disse quase em um sussurro.

— Vamos começar nos levantando, tá bom? - dei alguns passos para ficar mais próxima, peguei em seu braço a levantei - agora, poderia me dizer seu nome? Eu sou a detetive Freen Sarocha - mostrei minha identificação. Alguns segundos se passaram e nada dela dizer algo - confie em mim, por favor - pedi, olhando fundo em seus olhos, a vendo suspirar pesado.

— Tá bom - assentiu - sou Rebecca...Rebecca Armstrong.

Espera, o que? Como assim?

— Você é a Senhorita Armstrong? - perguntei surpresa. Eu definitivamente não esperava por isso.

— Sim, e você é a detetive que está aqui para me investigar, né? - me senti curiosa com essa afirmação, Rebecca parecia se sentir decepcionada.

— Sim, mas eu...

— Eu sabia que não deveria ter confiado em você... - concluiu e começou a andar para longe de mim. A segui e agarrei seu pulso esquerdo.

— Senhorita Armstrong? - a chamei e ela parou, olhando para mim - eu pedi para confiar em mim, te disse que não faria nada a você e eu não costumo quebrar as minhas promessas!

Terminei a frase e senti na mesma hora que meu coração poderia a qualquer momento sair por minha boca. Seu olhar sobre mim me causava um curioso nervosismo. Soltei seu braço e ela se virou para mim.

— Estou acostumada a ver as pessoas me traindo...- desviou seu olhar e ajeitou seu cabelo.

— Não é da minha índole enganar as pessoas, vai contra aos ideias que acredito - afirmei - e eu sinto muito se outras pessoas te fizeram isso.

— Tudo bem - respirou fundo - tinha um carro me seguindo...

— Um carro? - franzi o cenho.

— Sim, assim que eu saí da delegacia decidi que iria direto para a minha casa e no meio do caminho vi uma van preta seguindo meu carro - voltou a me olhar, mas ela parecia não conseguir sustentar seus olhos sobre os meus por muito tempo.