| Roman|
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_________"Estamos crescendo
e nos curando
de todas as coisas que
nos forçaram a crescer."- maturidade
__________Antes mesmo do dia amanhecer eu coloquei minha roupa e tênis de corrida. Foram quase dez meses naquela cadeira de rodas onde fiquei impossibilitado de fazer qualquer coisa. E eu só conseguia pensar nas coisas que eu desejava fazer mesmo que fossem as mais simples; como correr.
Todos ainda estavam dormindo e só o fato de não dar de cara com meu pai, já era um grande estímulo para mim. Talvez ele não soubesse a irritação que me causa com suas palavras.
Ontem quando cheguei em casa andando e ele deu de cara comigo, rapidamente torceu o nariz. Achando que como antes eu me sujeitaria a implorar a sua atenção.
O que não é mais verdade.
Minha mãe por outro lado não poupou palavras e atenção, como sempre, ela foi tão cuidadosa. Minha mãe era um ser especial e de uma luz impressionante.
Era estranho andar novamente. Me sentia uma criança que está aprendendo novamente, comecei andando devagar e aos poucos fui forçando meus movimentos.
O sol ia nascendo e imaginei como estaria sendo o meu dia se eu estivesse no Afeganistão agora.
Aquele lugar era um cenário pior do que de filme.
Não tinha uma rota de fuga.
Todos os dias da minha vida ali, eram exatamente iguais. A única diferença era que podíamos morrer a qualquer segundo. Fico pensando quantos amigos eu perdi durante as missões.
Alguns não pude nem mesmo socorrer. E me lembrar disso era a parte mais dolorosa. De todos, não poder socorrer alguém era a pior coisa do mundo. Olhar e ver a pessoa agonizando pela vida e simplesmente não poder salva-lo.
Agora nesse presente, tenho que me esforçar ainda mais para poder sobreviver aqui. Sobreviver ao meu pai. Foram mais de dez anos servindo. Eu não via mais nada de novo na minha vida.
Nem pude ao menos pensar em me casar e ter filhos.
Quem sabe em algum lugar desse mundo tão gigante, exista alguém que não se importe com um cara tão fodido mentalmente como eu, cheio de falhas e cicatrizes e queira ser alguém pra mim.
Quando eu penso nisso sinto uma pontada no meu peito que me faz ficar em dúvidas, porque eu ainda achava esse pensamento um tanto quanto impossível.
Depois de correr por um tempo e sentir que meu corpo já estava na exaustão, voltei para casa.
O cheiro do café vez meu estômago roncar.
- Filho, fui te chamar pro café e não te encontrei. - minha mãe disse segurando uma panqueca. - Pelas roupas e suor você estava correndo. - esboçou um sorriso. - Vem comer vem.
Sorri pra ela.
- Depois que eu tomar um banho.
Segui pro meu quarto, que era o único na parte de baixo da casa.
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Estava Escrito
RomanceMeghan e Roman começam uma amizade sem nenhum interesse, até que aos poucos tudo começa mudar e eles se vêem apaixonados. Pra viver esse romance eles teriam que sobreviver a muitas situações, mas o amor verdadeiro pode vencer tudo?