Capítulo 12

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| Meghan|

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"Possuía uma arma, um escudo, uma armadura, um disfarce. Possuía um sorriso."

- querido John.

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Se soubéssemos o tamanho do esforço diário que cada pessoa faz para ficar bem, seríamos mais cautelosos com as nossas palavras, não economizaríamos nossos sorrisos, guardaríamos os nossos julgamentos só para gente, não deixaríamos passar nenhuma oportunidade de sermos gentis.

A gente não tem ideia de como uma simples troca de atitude pode fazer uma enorme diferença na vida das outras pessoas.

Às vezes, é essa sensibilidade que falta para muita gente: saber escolher como querem tocar a vida daqueles que cruzam o seu caminho.

- O que você vai pedir? - perguntou o meu pai.

Hoje era quinta feira, o nosso dia juntos. O dia em que saíamos para jantar e conversar.

- O mesmo que você.

Meu pai acentiu, direcionando nossos pedidos ao garçom. Envolvi meu rosto com as minhas mãos enquanto observava cada canto daquele restaurante, e notei que gostava muito daqui, as pessoas eram educadas e a comida era boa.

Meu celular estava em cima da mesa, o típico bip de mensagem me fez olha-lo.

"Meghan, quero falar com você..." A mensagem era dele, do Sean.

Naquela manhã meu pai deu uma dura nele. Porque havia ouvido muito mais do que Sean achava, e foi bom de alguma forma. Me poupou de dizer ao meu pai o quanto Sean estava sendo tóxico.

Desde então ele só me mandava mensagens.

Mas eu não respondia.

- Eu vou viajar amanhã. - disse meu pai, atraindo a minha atenção para ele. - Vou fechar um negócio grande para a empresa.

- Que bom, pai.

- A sua mãe também vai viajar, com umas amigas. - ele continua falando, observando o meu rosto atentamente. - Ela está me infernizando á dias com isso. Não pude dizer não.

Acenti ao que ele falou.

- Você precisa parar de fazer as vontade dela, afinal, não são mais casados. - eu lhe disse.

É por isso que ela continua se intrometendo na sua vida. Eu quis completar a minha frase, mas me contive.

Meu pai não conseguia dizer não a minha mãe. Ela o importunava com coisas banais e ele fazia as suas vontades, talvez seja porque meu pai ainda a amava mesmo que nunca houvesse falado. Mas ás vezes tudo ficava tão claro, que palavras não eram necessárias.

Ele suspirou, afirmando as palavras que eu falei e as que eu não falei.

- Meghan eu sei o que está pensando. Mas essa é a última, já falei para Lara que ela terá que aprender a usar apenas a pensão.

- Ela deve ter ficado feliz.

Aquela observação estava cheia de sarcasmo.

Mas fomos interrompidos pelo garçom com o nosso jantar. Minha barriga roncou evidenciando ainda mais a minha fome.

O purê de abóbora parecia incrivelmente divino.

Comecei a comer em silêncio, porque se tratando da minha mãe as palavras ficavam presas na garganta. E meu pai sabia disso. Hoje era o dia que tirávamos só para falar um do outro, de como estava indo a nossa vida.

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora