Capítulo 11

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| Roman |

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" Às vezes você tem que estar longe das pessoas que você ama, mas isso não faz com que você as ame menos. Às vezes faz que você as ame mais."

- Steve Miller.

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Como eu poderia explicar a minha relação com o meu pai?

Existia um muro enorme e invisível que separava nós dois. Durante a minha infância eu achava que era só o jeito dele, mas depois acabei sendo obrigado a entender que realmente tínhamos um problema.

Talvez uma incompatibilidade. Só sei que nunca nada mais deu certo para nós dois. Ao longo do tempo as pouquíssimas palavras que trocavámos, se tornou nada.

- Você envergonha o nome da nossa família! - esbravejou. - Era para você ter sido o melhor, mas ao invés disso encerrou sua carreira trabalhando como um simples segurança? Faça me o favor!

- Eu quase morri naquele campo. Isso não te faz sentir nada? Você queria ter me enterrado?

Fazia um tempo que eu vinha evitando o confronto com ele, evitei tantas vezes colocar para fora toda a minha frustração por ele nunca ter ao menos se preocupado por eu ter passado pelo que passei.

- Teria sido mais honroso. - ele disse aquilo naturalmente.

E não me surpreendo. Ele nem ao menos pensou o tamanho do peso que tinha aquelas palavras, eu sorri com o sabor amargo da rejeição.

- Enrico! - minha mãe o repreendeu, aparecendo no meio da nossa discussão. - Não volte a falar isso, eu te proíbo.

Ela olhou para ele com tristeza em seus olhos, aquilo me afetou de uma maneira...

- Savana, agora não é hora para sentimentalismo.

A sua voz foi cortante. Meu pai sempre foi muito atencioso com a minha mãe, ele poderia ser o que fosse como meu pai, mas como marido era o oposto.

- Ele é meu filho, não vou permitir que você diga isso. - ela falou o mais alto que conseguiu e o olhou com lamentos. - Uma coisa é você estar chateado por ele ter sido dispensado e outra bem diferente é dizer que preferiria a sua morte. Nunca mais repita isso.

Meu pai se calou, o que foi incrivelmente estranho.

O que restou para ele naquele instante, foi sair da sala. Minha mãe deixou um longo e pesaroso suspiro escapar e caminhou até mim. Ela subiu suas mãos até tocar o meu rosto e me forçou a encara-la.

- Meu filho, meu menino. - minha mãe falou segurando meu rosto em suas mãos. - Você é o meu grande orgulho, nunca, jamais dê ouvidos as coisas que seu pai diz.

- Eu sei mãe, fica tranquila.

Ela me abraçou, amável.

- Ele passou de todos os limites. - voltou a falar, com amargura na voz. - Mas isso não vai ficar assim. Enrico vai me escutar!

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