Capítulo 14

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| Meghan|

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"Mas a dor é o custo de se viver.
De modo que o amor é o modo de
sabermos que estamos vivos."

- autor desconhecido.

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Ter ido para o trabalho no hospital nunca tinha sido tão terapêutico, eu amava demais cuidar de crianças. Não sei explicar exatamente o poder que elas tem de melhorar algo dentro de mim, como aconteceu hoje.

Elas são incríveis.

Não tem um dia que não aprenda algo novo com elas e isso é o meu prêmio de cada dia.

Justamente no momento delicado em que me encontro, passar o dia estudando e solucionando os casos, me fazem entender que o meu problema é só um grão de areia.

Após encerrar meus trabalhos no hospital e me despedir de algumas pessoas do plantão, caminhei devagar até o meu carro que estava no estacionamento. A tarde estava agradável e não tinha sinais de chuvas ou de tempestades, apesar de eu amar tempos como esses.

Quase não acreditei na bagunça que estava boa parte da minha casa. Não tive como arruma-la por conta do meu trabalho e precisei encara-la na volta. A janela da sala quebrada e a cozinha toda remexida. Com meus pais viajando ficava difícil de me comunicar - no caso, me comunicar com meu pai -, por causa do trabalho. 

Minha mãe no máximo, falaria para eu procurar um hotel ou na pior das hipóteses, ir para casa de Sean. Então apenas fui até a delegacia e depois todo o condomínio estava em alerta, porque se tentaram roubar a minha casa poderiam tentar em outras.

Estacionei meu carro em frente ao condomínio, mas em seguida Sean estacionou o dele ao meu lado e desceu a tempo de abrir a minha porta.

Não pude deixar de sentir uma pontada de irritação.

- O que faz aqui? - perguntei.

Só falta minha mãe ter dito que eu estava sozinha.

- Lara me ligou falando que estava viajando e me pediu que desse uma passada aqui. - respondeu, olhando atentamente para mim.

O ruído da minha garganta denunciou o estado de espírito em que eu me encontrava. Será que algum dia vão parar de se intrometerem na minha vida?

Essa pergunta era unicamente para a minha mãe.

- Estou bem, você já viu, agora pode ir embora. - falei com um pouco de ironia.

Forcei meu corpo para frente para sair dali, mais ele segurou meus braços.

- Está com pressa?

- Eu quero ficar o mais longe possível de você. - falo, deixando que as palavras saíssem sem pensar nas consequências. - Não percebeu ainda?

Sean tencionou sua mandíbula, olhando para onde estávamos. O porteiro estava nos observando de longe e então ele me soltou.

- Essa língua está muito afiada ultimamente, me pergunto com que tipo de pessoa você está andando.

Agora que eu consegui me afastar dele, andei poucos passos e me virei, para que ele ouvisse a minha resposta. 

- As pessoas com quem eu ando, segundo você, valem muito mais que toda a sua arrogância. 

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora