Capítulo 10

39 0 0
                                    

| Meghan|

🔸

---------


" O que te machuca, pode te transformar ".

- desconhecido.

----------

Eu tinha um pânico estampado no meu rosto e não queria que ninguém percebesse. Porque sentia medo, vergonha e mais vergonha.

Aquelas mãos, a sensação que me fez sentir... o nojo que eu senti, foi quase que palpável.

Aquela voz susurrando em meu ouvido, palavras tão nojentas quanto ele próprio, me fizeram voltar ao passado:

- Vem aqui, vem. - ele disse, nervoso e bêbado.

Sean segurou uma parte do meu cabelo e puxou até ele, até ter o controle que ele queria. A sua outra mão livre se fechou no meu rosto apertando-o e então ele me beijou.

O beijo era de uma agressividade tão grande quanto ao aperto que ele dava no meu cabelo, só me restou ficar parada e suportar, eu sabia o jeito que Sean fazia as coisas, o seu gosto...

Ele era impulsivo, explosivo, não tinha um pingo de sensibilidade.

Logo que o beijo terminou ele puxou o tecido da minha blusa. Eu fechei meus olhos imediatamente porque não queria ver aquilo.

- Meghan? - uma voz doce, me trouxe de volta.

Pisquei um par de vezes até reconhecer o sorriso de Savana, ela segurava uma manta muito bem dobrada.

- Está tudo bem? - ela perguntou quando não respondi.

- Sim, está. - eu falei, arranhando a garganta e dando um longo suspiro.

- Bom, eu trouxe isso para você. Erin já separou um pijama para você usar. - sorriu, um sorriso complacente. - Fica a vontade, querida.

Ela me entregou a manta e se despediu, já estava tarde e ela só havia se levantado porque Erin disse que eu viria junto com ela e que dormiria aqui.

" Hoje você vai dormir lá em casa." Ela falou, sem me dar espaço para dizer o contrário.

Só me restou aceitar.

Eu nunca dormi fora de casa e aquela era a primeira vez.

Para ser sincera eu não estava acostumada com gentileza. Bom, só em relação ao meu pai. A minha mãe era dura e nunca conversávamos, e quando tentava, não dava certo.

E Sean...

Ele não sabia o que era ser carinhoso ou cuidadoso.

- Se quiser comer, ir lá fora, fica a vontade tá. - Erin disse, com a voz doce de sempre.

- Obrigada.

Erin estreitou seus olhos na minha direção, e sempre que fazia isso era porque - eu sabia - ela tinha percebido alguma coisa, e estava prestes a falar o que pensou.

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora