Capítulo 5

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SEM REVISÃO

***

MARINA

Chego em minha casa com o meu coração quase saindo pela boca.

Apresso-me em tirar o tênis, pois não estava aguentando o latejar em meu dedão. Resolvo tomar uma ducha rápida, pois havia suado de nervoso enquanto conversava com Felipe.

— Isso aconteceu mesmo? — me pergunto, ao passo que me seco e procuro uma camisola leve para vestir, pois pretendia dormir cedo, pois queria acordar linda e plena amanhã.

Penso em Felipe, enquanto passo um "doutorzinho " em meu dedão, e aproveito e passo em toda a perna para aliviar o inchaço por causa da minha retenção de líquido.

Minha campainha toca.

Estranho, pois não era muito de receber visitas, pois a maioria dos meus parentes moravam no interior de São Paulo, e não tinha amigos muito próximos, a não ser Rafaela e seu marido Jonas.

Coloco um roupão de algodão por cima da camisola, e vou abrir o portão.

Meus pais haviam morrido no começo de 2019 no auge da pandemia do covid, minha mãe era enfermeira e estava preste a se aposentar, e só tinha adiado sua tão esperada aposentadoria por causa do meu pai que estava em tratamento de um câncer de intestino, por conta disso sua saúde estava bem frágil, ele foi o primeiro a vir a falecer, minha mãe foi meses depois, pois ela trabalhava na linha de frente contra essa doença terrível, e por ser diabética e hipertensa, teve complicações quando contraiu a doença e seus pulmões não aguentaram, apesar que desconfiava que a tristeza de perder o meu pai foi um choque muito grande pra ela.

Eles haviam me deixado essa casa como herança, pois infelizmente era filha única.

Na minha opinião a casa era muito grande para apenas uma pessoa, e vinha pensando em vendê-la, e comprar um apartamento, mas sentia uma dor no peito todas as vezes que pensava nisso, pois praticamente cresci ali, pois meus pais com muito trabalho e esforço, havia comprado o terreno, e havia feito sua casa dos sonhos, com dois andares, na parte de cima ficavam os quatro quartos, o meu, dos meus pais, um de hóspedes, e o outro era um quarto de Tv com vários pufes e um sofá cama, passava mais tempo nesse quarto.

No andar de baixo tínhamos uma cozinha enorme, pois minha finada mãe adorava cozinhar quando tinha tempo, diferente de mim, era estilo cozinha americana, com uma enorme ilha que se abria para a sala, e depois para o nosso quintal dos fundos que tinha uma área de churrasco e piscina.

Como eu disse muito grande, apenas para mim.

Saio da minha lembrança pegando as chaves e indo até o portão. Eu tinha interfone e portão automático, mas ambos estavam quebrados, pois estava esperando entrar um pouco mais de grana, para consertar. Passo pela garagem que cabia dois carros, mas neste momento tinha apenas o Fox preto da minha mãe, que estava pensando em vender, e dar entrada em minha sonhada Hilux 4x4, mas ainda não era o momento.

— QUEM É? — grito antes de abrir o portão, pois mesmo meu bairro sendo bem tranquilo, era melhor não contar com a sorte, pois algum espertinho poderia querer se aproveitar de uma mulher que mora sozinha.

— SOU EU RAFAELA — minha amiga grita de volta.

— Mulher, o que faz essa hora aqui? — questiono abrindo o portão.

Passava das oito da noite.

— Como você sabe, mas uma vez esqueci meu celular em casa, e o que tinha que conversar com você, tinha que ser pessoalmente, o Jonas vai fechar o restaurante hoje um pouco mais tarde, por causa da flexibilização das restrições, e depois ele passa aqui e me pega — ela responde, enquanto entramos em casa — Trouxe seu jantar! — diz colocando algumas sacolas em cima da ilha.

POR TRÁS DA MÁSCARAOnde histórias criam vida. Descubra agora