POR TRÁS DA MÁSCARA

Capítulo 6

SEM REVISÃO!!!

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FELIPE

Já fazia uma semana que Marina está participando do projeto, e cada dia ficava mais fascinado com sua personalidade.

Olhando pra ela agora, gargalhava alto com alguma coisa que Dona Carmem falava, já havia percebido que ela tinha afinidade com o pessoal da terceira idade, que já a tratavam como se fosse uma neta.

Continuo a auxiliar Bianca, que acho que percebeu meu interesse em Marina, pois começou a fazer marcação serrada, e agora nem disfarça mais que está a fim de mim.

̶  Lipe você não vai mesmo aceitar meu convite de almoçarmos juntos um dia desses lá em casa? ̶ questiona pela milésima vez naquela semana, e já não sabia mais desculpa dar.

̶  Já te disse que ando meio atarefado com coisas burocráticas, muitos relatórios pra colocar me dia ̶̶ uso a mesma desculpa de sempre, e me encaminho para outro aluno, lhe virando as costas assim.

Continuo a dar olhares furtivos em direção a Marina, ela começa a se distanciar começando uma caminhada leve ao lado de dona Carmem.

̶̶   Vocês estão liberados pra começar a corrida  ̶̶  digo para o grupo que já tinha mais habilidade física, Bianca fazia parte desse grupo, ela me encara de um jeito não muito amigável, mas a ignoro.

Passo os últimos dez minutos arrumando os equipamentos que havíamos usado.

Observo ao longe como andam os alunos, e tínhamos combinado de fazer por volta de uma hora e meia de caminhada, que da por volta de 5 a 6 km, dependendo da velocidade de cada um.

Começo uma corrida leve até chegar aonde está Marina e Dona Carmen.

̶  Ai que saudades dos meus 30 anos   ̶  murmura Dona Carmen saudosa.  ̶̶  Na idade de vocês já tinha dado umas dez voltas nesse parque  ̶̶  sorri.

̶  Dona Carmem nem todos que tem 30 anos tem essa disposição toda  ̶  fala Marina me olhando de cima a baixo.  ̶̶  Eu mesma sempre fui preguiçosa, e sempre gostei muito de comer, por isso nunca fui magra, e na verdade nunca me liguei muito nesse negocio de dieta e tal, sempre gostei de dançar, e acho que por isso, consegui manter meu peso mais ou menos  ̶  ela revela de uma forma simples.

Marina é totalmente diferente das mulheres que vejo por aí, que são viciadas em emagrecer, e são as loucas da dieta.

Eu sempre havia gostado de cuidar do meu corpo, acho que porque nasci em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, e meu pai era surfista profissional e já ganhou vários prêmios ao redor do mundo, então sempre fomos geração saúde, meu pai é um hippie natureba, e minha mãe já falecida tinha uma loja de produtos naturais, que meu pai administra nos dias de hoje.

̶  Eu nasci na praia, e meu pai já foi surfista profissional, então cresci meio que nessa vibe de geração saúde ̶ revelo.

̶  Você tem mesmo jeito de surfista com esse cabelo loiro longo e pele bronzeada  ̶  comenta Marina.

̶   Menino você deve ser um pecado de sunga e em cima de uma prancha, não concorda Marina?   ̶ fala dona Carmem dando uma cutuca nela com o ombro, enquanto ela acaba tropeçando.

̶  Cuidado  ̶  digo a segurando pelo braço.

̶  Me desconcentrei  ̶  fala colocando as mãos no joelho e respirando pesadamente.

̶  Você não concorda Marina  ̶  cutuca Dona Carmem com um arquear de sobrancelha.

̶  Com certeza, deve ser uma visão e tanto  ̶  responde com os olhos fechados, e seca com as mãos o suor da testa.