-- Quer que eu seja a sua mulher? -- Sadie pergunta, caminhando ao meu lado pelas ruas de Los Angeles.
-- Sim. Quero.
-- Deveria ter dito outro nome ao invés do meu.
-- Eu entrei em pânico quando ela perguntou o nome dela. -- digo, em minha defesa.
-- Entrou em pânico? Você inventa uma mulher diferente toda sexta a noite. -- ela diz.
-- Mas isso não significa que eu sinta algo por essa mulher.
-- Já parou pra pensar quando ela entrar em seu consultório, e ver que eu sou a sua assistente e recepcionista?
-- É fácil. Eu sou uma cirurgiã plástica. Você nunca mais vai ser a mesma. Corta aqui, tira alí. -- Digo, e Sadie me olha incrédula.
-- Está louca? Que papo é esse? Você não vai fazer uma cirurgia plástica em mim, S/n.
-- Só estou brincando. Já sei, eu arranjo um bigode falso pra você.
-- Ai meu Deus, você fala as coisas sem pensar nas consequências.
-- Quer pelo amor de Deus escolher algumas roupas? -- digo, apontando para as vitrines das lojas.
-- Olha só isso, eu não uso essas coisas. Eu tenho roupas. Eu não preciso de nada disso, eu sei me vestir.
-- Você tem que parecer a mulher de uma cirurgiã plástica, eu quero passar uma impressão de ter tido uma primeira mulher gata e gostosa. -- digo.
-- Você é tão... Então, ok, vamos nessa. Foi você quem pediu.
[...]
-- Sadie, você pode me ajudar, por favor? -- Abro a porta da loja com dificuldade, pois estou segurando várias sacolas de compras da ruiva que saltitava na minha frente.
-- Foi você quem pediu.
-- Nossa, olha só esse vestido.
-- É lindo, não é? -- A vendedora diz.
Me sento no sofá pequeno da loja, e coloco as sacolas no chão, soltando um suspiro de alívio.
-- Vou experimentar esses aqui. -- Sadie diz, e me olha, sorridente.
-- É por isso que estamos nos divorciando. -- digo.
-- Sabe de uma coisa? Uma bolsa cairia bem, não acha? -- ela diz para a vendedora, que assente, sorrindo. -- E uns saltos também.
[...]
-- Você parece nervosa, S/n. -- Ava diz. Estamos sentadas em uma mesa de um restaurante, na espera da Sadie.
-- Não, não. É que isso é meio esquisito, ela me deixar tensa, sabe?
-- Me desculpa te fazer passar por isso. -- ela pega em minhas mãos.
-- Eu entendo o porquê que a gente está nessa. E eu estou louca para partir para a parte boa da minha vida.
-- E nós vamos. Essa noite. -- Ela diz, sorrindo.
Ao olhar para a entrada do restaurante, vejo a Sadie chamando a atenção de todos alí, enquanto caminha até nós. Ela estava incrivelmente linda.
-- É aquela alí? -- Ava pergunta, surpresa.
-- Eu acho que é. -- Digo. Eu não estava diferente. Sadie estava belíssima.
-- Ela é linda. Eu adorei os sapatos. -- Ava diz. Eu ainda olhava a garota de boca aberta.
-- Pois é, ela deve ter uns cincos pares, quem sabe ela não te dá um. -- digo, voltando a minha atenção para a Ava.
-- Oi, Ex esposa. -- Sadie diz, me abraçando.
-- Você veio de limosine? -- pergunto, em forma de sussurro.
-- Só estou interpretando o meu papel. -- ela diz, no mesmo tom. -- Oh, Ava.
Sadie cumprimenta a garota.
-- Sadie, Sadie Hale Sink. Futura solteira Le. -- Sadie diz. E eu finjo uma risada sem graça. -- Ah, garçom?
-- Sim, senhora? Bebe alguma coisa? -- O garçom pergunta.
-- Sim. Um martini de Grey Goose, por favor. -- ela diz, e logo o garçom anota seu pedido e sai. -- Então, Ava, soube que você e a S/n transaram.
Sadie diz, fazendo a garota se engasgar com a bebida.
-- Ah, sim, me desculpe, eu...
-- Tudo bem. Fico surpresa que ela ainda tenha disposição pra isso, sabe. Ela não aguentava nem dez minutos e dormia. -- Sadie diz.
-- Talvez o problema não fosse eu. -- digo.
-- Sabia que ela me deixou sentada sozinha na cama na véspera do nosso casamento, porque estava com dor de barriga? Eu só ouvia os barulhos estranhos vindo do banheiro. -- Sadie diz.
Na tentativa de fazer ela parar de falar eu chuto sua perna embaixo da mesa, ou pelo menos eu achei que era.
-- Ai, você deu um chute em mim?-- Ava pergunta, massageando sua perna.
-- O quê? Eu não. Você chutou ela? Por que você chutou ela? -- pergunto para a Sadie, que me olha indignada.
-- Ah, sei lá. Eu tenho uns espasmos na perna, as vezes. -- Ela diz, e logo depois chuta a minha perna.
-- Filha da...
Finjo um sorriso para tentar esconder a dor que eu estava sentindo.
-- Vamos fazer os nossos pedidos? -- Sadie pergunta, sorridente. Nem parece que quase me deixou paraplégica com um chute.
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