- Capítulo 1-

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Eu odiava ficar esperando, ainda mais quando a Hendra ficava de papinho com o melhor amigo do garoto que ela gostava.

Acenei algumas vezes implorando pra que ela me visse em meio aos outros alunos que ainda saiam de suas salas.

O que eu menos queria era encontrar Marvyn pelos corredores, ele sempre me arrastava para aquela garagem cheirando a ferrugem da casa dele... e ter que ficar ouvindo os garotos da banda contando o que fizeram com as namoradinhas eram a pior parte do meu dia.

Quando Hendra finalmente largou o babaca saímos apressadamente da faculdade direto para a Av. Hitz onde eu pretendia comprar um quarto em um dos apartamentos daquela rua.

Finalmente eu teria um espaço só para mim, no caminho eu mostrei algumas decorações que queria espalhar pelo quarto para ela, a Hendra não tinha muita noção de estilo e carregava a mesma vibe cafuna da mãe dela, mesmo assim perguntei se ela tinha gostado e eu até que concordei com a opinião dela.

Ja no apartamento eu fui logo me certificando que estava com a quantia em dinheiro certa, tive que juntar durante meses trabalhando naquela loja ridícula de lingeries da minha tia, mas no final valeu apena.
Quando terminamos a decoração do quarto eu tinha que levar a Hendra até a estação de metrô uma quadra dali para ela voltar pra casa.

Não sei como mas bastou sairmos durante alguns segundos na calçada e pude ouvir o som inconfundível da lata velha do Marvyn dobrando a esquina atrás de nós.

— Ei, Luna... eu vim te pegar anda vamos!

Eu Nem tive tempo de me despedir dela pois se eu demorasse a entrar no carro  eu seria punida depois por ele, mas não era a primeira vez que eu deixava a Hendra na mão por conta do Marvyn, ela tinha medo dele então sempre me entendia quando eu sumia por um tempo.

— Vai querer passar no BigBill pra comer alguma coisa? — Vai ser uma noite longa.

" Perguntou ele.

Eu sabia que as noites com os rapazes da banda podiam ser muito tediosas, mesmo assim resolvi perguntar.

— Não me diga que vocês vão sair pixando aquelas vans outra vez?

— Claro que não, vamos tocar naquele bar onde a garota do Luiz trabalha, você vai poder até beber umas cervejas de graça, o que acha?

"Disse ele passando sua mão áspera pelo meu queixo.

— É, pode ser.

Ele sabia que eu odiava cerveja, mas eu não tinha escolha era isso ou ter que levar uns tapas depois, foi por esse motivo que não comentei sobre o meu novo no apartamento da Hitz apesar de que eu tenho quase certeza que ele já sabia que eu ia morar lá.

Marvyn colocou uma música no Rádio do carro, uma mistura de jazz com country bem suave até, gostei tanto da melodia que acabei adormecendo com a cabeça encostada no vidro.

Acordei e percebi que estava sozinha no carro parado em uma rua escura e eu me ergui sobre o banco tentando ver se ele estava perto, mas eu só conseguia ver os faróis de outros carros e um portão a direita do carro do Marvyn.

Foi então que eu ouvi a voz dos garotos da banda junto com Marvyn se aproximando com os instrumentos.

" Chega pra lá Luna eu preciso ir na frente.

Onde As Rosas Não Existem Onde histórias criam vida. Descubra agora