Onde As Rosas Não Existem

- Capítulo 2-

Foi só no dia seguinte que eu me dei conta do estrago que o Marvyn tinha feito, quando me olhei no espelho minha bunda estava literalmente tatuada, manchas negras cobriam todo meu glúteo e o corte feito com o couro do cinto vazava para fora da saia do meu uniforme da faculdade, então perdi a noção do tempo procurando uma meia calça preta velha ridícula que eu tinha para esconder os hematomas da noite passada ou a Hendra iria surtar quando visse aquilo.

Quando me dei conta já estava atrasada e desci as escadas tão rapido que acabei esbarrando em um cara que estava na portaria, eu tropecei nas malas dele e ia dar de cara na calçada se ele não tivesee me agarrado pelo braço.

— Cuidado Moça.

"Disse ele.

Eu fiquei tão envergonhada que mau consegui me desculpar, diferente dele que me ajudou a apanhar minha mochila do chão e me entregou olhando fixamente em meus olhos.

"Eu devia estar completamente corada com um homem daqueles me olhando daquele jeito".

Foram só alguns segundos mas por algum motivo eu acabei reparando nele mais do que deveria.

Não era um tipo de cara comum daquelas redondezas e suas vestimentas indicavam que ele parecia ser bem sucedido. — O que um cara como aquele queria naqueles apartamentos baratos da rua Hitz?

Bom, era uma pergunta que eu sabia que nunca teria resposta e também não havia mais tempo pra mim eu tinha que correr se quisesse chegar a tempo de assistir a primeira aula bimestral de matemática da senhorita Mason.

Quando entrei na sala a aula já havia começado, não tive como evitar os olhares de todos os alunos em mim, especialmente o de Marvyn que parecia querer beber o meu sangue ali mesmo.

Sentei-me atrás da Hendra e ela passou o resto da aula inquieta para me perguntar o motivo do atraso.

Quando o sinal tocou para o intervalo eu fui uma das primeiras a sair da sala e  consegui chegar até um lugar onde eu e a Hendra sempre ficávamos conversando, em quanto eu estava lá sentada esperando ela pude ouvir Tommy o baterista da banda do Marvyn passando no corredor ao meu lado comentando com alguém sobre ele estar puto comigo.

Comentei o acontecido daquela manhã com a Hendra mas não mencionei o detalhe do cara estanho, eu sei como ela reagiria ou até pior ela poderia contar pro namoradinho idiota dela e conhecendo os homens isso acabaria chegando até o Marvyn cedo ou tarde, quando o intervalo acabou eu tentei ser a última a entrar na sala para evitar o Marvyn mas não consegui, ele surgiu do nada atrás de mim me agarrou pelo braço e me puxou para um corredor já vazio perguntando.

— Aonde você foi ontem depois que fugiu da minha casa? Você Ficou Louca?

— E-Eu fui pra casa... pra casa da Hendra.

— Você vai mesmo continuar mentindo pra mim? ... RESPONDEE PORRA!

— Quer saber, Vai se fuder Marvyn... eu fui pra casa tabom, me atrasei hoje porque você me deixou toda marcada e eu tive que improvisar essas meias ridículas pra tentar esconder os hematomas que você me deu.

— Tudo bem, mas se você falar assim comigo na frente de alguém eu vou fazer ematomas é nesse seu rostinho de boneca vadia!