Wandinha Addams salva a escola Nunca Mais contra o ataque de Joseph Crackstone, e salva os demais excluídos. Porém não sabia que conquistaria um coração machucado. Xavier Thorpe, o excluído mais popular de Nunca Mais, sente uma paixão por uma gótica...
Ontem foi a tão clamada e adorada por todos, Copa Poe. Novamente o prédio Ophelia venceu. Porém não sei se fico entusiasmada ou se fico decepcionada.
Eu jurava que Bianca iria surtar e querer uma vingança. Porém, ela simplesmente sorriu, e disse que não estava triste por ter perdido.
Isso acabou com o meu dia. Pensei que veria a mesma chorar, até seus olhos incharem e seu rosto ficar roxo por conta da falta de ar.
Mas nada disso aconteceu, e isso simplesmente foi uma decepção.
Já que hoje é mais um dia letivo em nunca mais, irei continuar a preservar minha saúde mental. Não posso enlouquecer, não de uma forma ruim.
O pentágono está um pouco mais vazio do que o normal. Acho que por conta de o baile Rave'n ser daqui 2 dois meses, os alunos provavelmente estão mais concentrados em comprar vestimentas, do que realmente estudar.
Não me importo com esse baile idiota, não gosto de festas. Pelo menos não dessa festa.
Eu simplesmente não irei ao baile esse ano; Acho que a melhor opção para mim é continuar escrevendo meu romance e começar outro livro. Mesmo que a promotora não aprove meus livros.
Gosto da estética de como eu levo a vida: Sozinha e sem ninguém para me irritar.
Mesmo que esse sozinha seja ruim, não me importo nem um pouco com isso. Amo ficar sozinha, mas as vezes ficar tanto tempo sozinha não é muito bom.
Prefiro não pensar nisso agora, e apenas me concentrar no dia de hoje; Ou pra ser mais exata, no agora.
Hoje tenho apenas um afazer nessa escola. Que é ajudar Eugene. Confesso que não acho que sou muito útil em ajudar o Eugene com os ZunZuns, porém é um dever meu ajudar ele. Já que por minha causa, ele quase foi morto.
A nova diretora insistiu para que eu entrasse em um grupo diferente, porém não fui pela vontade dela.
Seria um pouco mais fácil eu mesma criar minha própria comunidade. Mas pelo o que eu sei, o porte de armas é ilegal aqui.
Mas não me importo nem um pouco com isso. Vou me atrasar se ficar com conversas paralelas.
Arrumo minhas coisa e saio do quarto.
Dou de cara com algumas pessoas no pentágono, mas não perco minha atenção nisso e volto a caminhar em direção à colméia.
—— " Espera aí, Wandinha!" - Ouço uma voz, mas não paro de caminhar. —— " Wandinha." - Xavier segura meu braço.
—— " Tire suas mãos de mim." - exclamo retirando a mão de Xavier do meu braço. —— " Fala de uma vez o que você quer." - cruzo os braços.
—— " Por que você não foi na biblioteca aquela noite?" - ele pergunta cruzando os braços, preocupado.
Eu realmente pensei que ele não iria perguntar sobre isso. Porém sempre há possibilidades de crescerem decepções em meu caminho.
—— " Eu não quis." - respondo piscando por sentir meus olhos arderem. —— " Por que veio me perguntar isso hoje, e agora? Eu tenho ocupações." - ouço algumas vibrações dentro da minha bolsa.
Pego o celular, e vejo uma mensagem de... Tyler?
Era só o que me faltava mesmo. Agora tem um psicopata e um apaixonado atrás de mim. Porém não irei dispensar esse mistério.
—— " Quem é?" - ele pergunta se movendo para olhar meu celular, ficando ao meu lado.
—— " Tyler. Aparentemente conseguiu esse número e agora está mandando ameaças." - mostro as mensagens e ele apenas lê com uma expressão neutra.
—— " Ele não havia sido internado?" - Xavier pergunta me devolvendo o celular.
—— " Sim, é o que pensamos que aconteceu. Mas ele deve ter se tornado em Hyde. E provavelmente escapou." - dou minha solução e ele me olha confuso.
—— " Assustador. Quer se sentar com a gente? Faz quanto tempo que você não come?" - Xavier pergunta.
—— " Xavier, tenho minhas obrigações." - ele me olha tombando um pouco a cabeça para o lado. —— " 3 dias." - respondo e ele levanta a cabeça.
—— " Eu insisto." - ele cruza os braços.
—— " Eu deixo para a próxima." - aceno e saio andando.
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O dia está magnífico. Nublado e sem distrações. Sendo assim, o melhor dia da semana, ou talvez, o pior;
Adoro dias nublados e frios. Porém a beleza dele sempre acaba trazendo decepções, ou raízes da decepção; O que já é um grandioso começo para coisas ruins.
Portanto, não discarto que esse dia é razoavelmente normal, pelo menos funciona desse jeito para mim.
Eugene está trabalhando na parte exterior com suas abelhas, e eu estou ajudando na parte interna.
Admito que não era isso que eu esperava fazer: Decorar e redecorar as colméias. Porém, se é de ajuda, por alguém que fez de tudo por mim, eu ajudo.
Isso parece meloso e esquisito, principalmente vindo de uma pessoa como eu, que só atraio decepção e problemas para quem se envolve comigo, mas acho que estou começando a entender que "amigos" são necessários.
Particularmente, não estou acostumada com nada disso. Sou uma pessoa extremamente fechada e sinceramente não esperava que o semstre passado me fizesse abrir os olhos para o "afeto", mas esse afeto é minúsculo.
Não estou pronta para abrir portas para esse afeto que recebo, e não quero partilhar do mesmo com ninguém.
—— " Wandinha, você tem que ver isso." - Eugene me acorda de meus pensamentos e eu saio para analisar a cena.
Eugene aponta para um pedaço de uma perna, aparentemente humana. Isso não é bom; Nada bom.
—— " Droga. Eugene, temos que esconder isso, prometo que mais tarde venho retirar o cheiro que isso está trazendo para sua colméia." - coloco duas luvas que estavam em cima de uma pequena mesa e pego a perna. —— " Porém você terá que confiar em mim."
—— " Tudo bem, mas se descobrirem, a gente tá ferrado, não tá?" - Eugene pergunta retirando o capacete.
—— " Com certeza. Mas o que ninguém sabe, ninguém fala, então guarde segredo até conseguirmos desvendar isso." - retiro as luvas e me despeço de Eugene.
Realmente, isso tudo envolvendo decepção existe. Eu sou a prova viva disto, mas agora uma perna humana na colméia de Eugene?
Sinto que estou atraindo um enorme problema para Eugene e novamente para Nunca Mais. Não quero envolver nenhum dos dois nisso, porém será difícil acobertar esse caso, principalmente agora.
Tenho que ser cautelosa, e Eugene, deverá guardar segredo, se não, terei de arrancar sua língua e dar para os cães desgutarem, infelizmente.
Espero do fundo da minha severa e fria alma, que ninguém descubra. Ao menos que não tenha mais escapatória e eu tenha que averiguar o máximo possível.
Terei que envolver a polícia novamente. Não queria de jeito algum encarar aquele xerife incompetente, mas de um jeito ou outro, será necessário.
Infelizmente, as raízes da decepção estão voltando para nunca mais, e me prendendo com esses problemas. Tenho a total impressão de que algo grande está por vir.
