"E, inesperadamente, eu te escolhi
Para, junto comigo, darmos vida ao amor.
Minha amiga, minha companheira, minha decisão perfeita
É com você,
Que quero ser aquele grande herói,
De um pequeno mundinho..."
Ali estava ele. Sério, sisudo e concentrado na sua mesa de trabalho, trajando aquela veste que lhe caia muito bem, diga-se de passagem. Realmente Naruto tinha nascido para aquilo. E ela não fazia aquela observação por ser ele... quer dizer... talvez ainda fosse um pouquinho pelos sentimentos que nutrira pelo homem no auge da sua adolescência.
Mas agora, em seus trinta e quatro anos de idade, era mais pela verdade profunda que tinha por seu Hokage. Já se passaram oito anos. Putz! Oito anos em que Naruto era chamado de Nanadaime Hokage e aquilo ainda era estranho aos ouvidos de Hinata.
"Nanadaime", ela repetia para si mesma antes de entrar na sala, sempre que precisava ir até a presença dele. Mesmo que soubesse que ele iria sorrir e dizer para não o chamar daquela forma. E, vamos ser honestos um com o outro, caro leitor: talvez fosse por conta daquele sorriso que ela insistia em repetir o ritual em todas aquelas ocasiões...
Aquela tarde tinha algo de diferente pairando no ar. Bom, ela sempre suspeitava quando os Anciãos do Clã se reuniam, então era suspeita para falar. Mas dado o fato de que eles a arrastaram para uma reunião no Prédio do Fogo e agora via ali o Conselho de Konoha todo reunido, isso sim era de dar tremedeira nas pernas!
Pelo menos o pai dela estava ali. Hiashi era um deles agora. Não um Ancião do Clã, já que, como pai da nova líder, ele não poderia atuar nesse posto. Mas era um membro do conselho da vila e isso era a menos apreensiva. Só restava tranquilizar suas pernas que insistiam em traí-la. Ainda bem que ela tinha escolhido um vestido de mangas longas, assim podia secar as mãos sem parecer tão nervosa e controlava quanto estava.
― Por favor, podem entrar.
Shikamaru Nara. Conselheiro do Hokage e seu amigo mais próximo. Também era um velho amigo de Hinata, embora o tempo tenha feito os dois seguirem caminhos que os deixaram muito ocupados para desenvolver uma conversa mais extensa. De qualquer forma, o tempo não os fazia deixarem de sentir o carinho e cuidado que tinham entre si.
- Ei, Hinata! Como vai?
― Estou bem, Shikamaru-san. Vi seu filho outro dia no mercado, junto com a Temari. Ele está uma gracinha de tão fofo! – Ela aproveitou para comentar, já que os membros do clã que tinham entrado em sua frente prestavam reverências com os demais e ainda não tinham se sentado.
― Haha... muito obrigado. Ele é tão atento que nem consigo descrever. – Ele explicava, andando ao lado dela em direção à mesa, onde o último ancião saía da frente, a fazendo encarar os olhos muito azuis que a fitaram de um jeito meio surpreso.
― Naruto-kun, como vai? – Falou, cumprimentando-o e odiando ter esquecido de o chamar de Nanadaime.
Por favor, entendam: não era como se ela ainda fosse uma garota boba e apaixonada. Era uma mulher madura e tinha muito seguido em frente. Mas um homem bonito era um homem bonito, né? E se tratando do Nanadaime Hokage, não precisamos ser modestos!
Ele ainda habitava todas as partes do seu coração? Não. Ainda fazia parte de seus planos e sonhos? Também não. Mas dizer que ele não mexia com sua mente e seu corpo quando punha aqueles olhos nela, seria uma mentira deslavada.
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Eu Poderia Me Apaixonar
RomanceEles se conhecem há mais de trinta anos e fazem parte do mesmo círculo de amizade desde a academia. Agora, inesperadamente, terão que se casar com o objetivo de gerar uma criança geneticamente propensa à grandes feitos. Até onde seus laços de amizad...