Capítulo Seis

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"E daí se eu quiser me apegar?

Não vai ser minha mulher?

Então.

Foda-se o resto do mundo,

Eu quero ser é emocionado."


Enki retornava pelo largo corredor, à medida que conferia os pergaminhos que tinha pego na biblioteca do prédio. Naquele horário, os corredores eram bem mais vagos e o silêncio reinava a ponto da garota poder ouvir os próprios passos ecoando. Definitivamente, era uma pessoa noturna: adorava a noite. Já tinha se aproximado o suficiente do escritório quando diminuiu os passos.

O Hokage estava acompanhado da namorada e ela não queria os incomodar. Apesar de ter uma certa noção de que, sendo shinobis muito bem respeitados, não iriam fazer nada constrangedor que a deixasse sem graça. Um sorrisinho brotou em seus lábios ao chegar em um ponto do corredor de onde podia ver parcialmente o casal.

E, como toda boa romântica, achou aquilo a coisa mais linda: o kage estava deitado no colo da líder dos Hyuugas, enquanto ela fazia carinho na sua cabeleira loura. Formavam um lindo casal, constatou. Um calorzinho se instalou no seu peito. O que eles falavam? Parecia que não conversavam, na verdade. Pelo menos não com palavras.

O Uzumaki-Sama estava com olhos fechados, mas a mão direita dele se mantinha por detrás da noiva. Um pequeno movimento do braço dele denunciava a Enki, que o kage fazia movimentos com as pontas dos dedos pelo quadril dela enquanto ela o ninava daquele jeito. A mão esquerda, por sua vez, ele tinha posto debaixo da perna da Hyuuga, estacionária, talvez ele havia colocado ali pelo simples motivo de que não dava para pôr por baixo da própria cabeça.

Viu Hinata sussurrar alguma coisa para ele, enquanto ele se mantinha de olhos fechados e um sorrisinho despontou no rosto do homem, fazendo Enki desistir da ideia de entrar no recinto. Girou sob os calcanhares, num movimento leve, ainda olhando para o casal, e retornou por onde tinha vindo.

(...)

― Esse pareceu ficar melhor do que o outro, no entanto, acredito que se fosse mais solto aqui em cima, valorizaria mais os ombros da senhora.

Aquele era o tipo de vendedora que Hinata gostava: sincera e que não queria só empurrar qualquer coisa, como se você não estivesse vendo no espelho que a peça lhe caiu mal. Por isso, naquela tarde de sábado, depois de ter ido a várias lojas, acabou optando por aquela.

Queria comprar roupinhas para ficar dentro de casa. Roupinhas simples e leves. Roupinhas provocativas. A quem ela queria enganar? Estava afim de escolher roupas para usar quando fosse visitar um certo loiro de olhos azuis celestiais. Talvez, e só talvez, ela tivesse comprado três lingeries e uns acessórios que talvez fossem sutis para o olhar masculino, mas que comporia alguns looks quando estivesse com ele.

Havia conversado pouco com ele no dia anterior, limitando-se a perguntar apenas como foi a coleta de sangue e se ele tinha se alimentado direito depois disso. E, naquela manhã de sábado, sua presença foi solicitada para uma avaliação especializada nos treinos dos genins do clã, que estão cotados para o próximo Exame Chunnin.

Terminou a prova de roupa quase uma hora depois, saindo de lá com a promessa de retornar à loja outras vezes. Comprou uns vestidos, umas saias e algumas blusas, mas nada fino ou de alta costura. Só a velha e boa roupinha casual sem estampas ou cores chamativas. No retorno para casa, teve o prazer de encontrar a irmã mais nova que chegava do trabalho e juntas, seguiram para casa enquanto fofocavam sobre o dia uma da outra.

Eu Poderia Me ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora