01. O garoto problema e o senhor perfeito

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Na casa da família Theerapanyakul, 07:53

— Onde está o seu irmão? Ele vai se atrasar para a escola. — Pete perguntou ao entrar na cozinha, onde todos os filhos estavam reunidos.

— Acho que está dormindo. Eu ouvi ele falando sozinho ontem, será que ele está bem. — Win deu um gole em seu café preto — Ontem quando ele chegou em casa, depois da escola, ele não parecia bem. Será que aconteceu alguma coisa. — perguntou, olhando para os outros irmãos, como se alguém fosse ter a resposta para aquela pergunta.

— As pessoas não pegam leve com ele na escola. — explicou Venice — Ele vive sozinho, desenhando pelos cantos e não gosta muito quando eu chego perto, acho que ele não quer que as pessoas achem que eu faço isso por ser seu irmão ou por pena.

— É porque você chama muita atenção, Venice. — Win comentou rindo.

— Talvez seja melhor ele voltar a estudar em casa, o que acha? — perguntou preocupado, desmanchando rapidamente o meio sorriso no rosto do filhos.

Pete caminhou lentamente e sentou na cadeira ao lado de seu marido, Vegas, recebendo um conforto da parte dele.

— Amor, nós já tentamos isso. Ele prefere estudar na escola. O que podemos fazer é apoiar ele. Se ele quer provar algo para si mesmo, deixe as coisas acontecerem no tempo dele, ele vai aprender a se socializar em algum momento.

— Você tem razão. Mas eu fico preocupado, ele é meu filho, quero que ele faça as próprias escolhas, mas não aguento ver ele assim. — Pete suspirou derrotado, lutando para que seus olhos não se enchessem de lágrimas.

— Bom dia! — disse Syn, entrando na cozinha quando o assunto cessou, como se não tivesse escutado nada — Desculpem o atraso, eu demorei a acordar.

— Tudo bem, querido. — Pete sorriu para o filho, que ainda parecia meio sonolento — Syn, está muito quente lá fora, por que está com o uniforme de inverno... de novo?

Venice olhou para o irmão mais novo, que retribuiu o seu olhar, ele sabia exatamente o que aquilo significava. Talvez todos soubessem para falar a verdade, apenas não tocam no assunto.

— Eu estou com frio. — disse e foi até a mesa, servindo um copo de leite e o tomando de uma vez só — Eu vou de ônibus para a escola.

— Pegue um dos carros, já avisei o segurança-

— Venice vai comigo, eu não quero ir de carro. — Syn cortou a fala do pai e saiu andando.

Pete crispou os lábios, naquele momento estava ainda mais difícil segurar a vontade de chorar, mas assim o fez, olhando para Vegas em seguida.

— Syn anda tão diferente. Talvez a gente precise falar com ele.

— Precisamos? — perguntou Vegas, como um toque para o marido, fazia apenas cinco minutos que haviam conversado sobre o filho seguir o próprio rumo.

— A gente vai indo, temos trabalho a fazer. — Win deu um toque no irmão mais velho e saiu da cozinha para os pais conversarem a sós.

— É, acho que precisamos. — respondeu Pete quando eles saíram.

Vegas deu um sorriso um tanto debochado e levou a mão ao queixo de Pete, segurando ali e fazendo uma leve carícia na bochecha com o polegar.

— Meu amor, você sabe que eu não sei conversar ou dar conselhos para crianças. Dá ultima vez que eu fiz isso Mek atirou em alguém, ele tinha treze anos e você lembra a minha reação?

Pete suspirou lembrando da satisfação do marido ao ver as escolhas do filho, mas logo tirou esses pensamentos da mente.

— Vegas, eu estou tentando, agora é sua vez. Vá conversar com seu filho. — diz sério e cruza os braços — E se mandar ele resolver os problemas dele com uma arma, eu vou resolver meus problemas com você.

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